Procura-se Alex desesperadamente!
Talvez se Grey’s Anatomy trouxesse no títulos dos seus episódios referências a filmes e não músicas, este seria o título perfeito para Jukebox Hero. Seria cômico se não fosse trágico, esta é a verdade. Afinal, a série que já se aproxima da metade da sua atual temporada só tem reforçado minha impressão de que estamos assistindo a uma temporada fraca e ruim, ainda mais se considerarmos o sucesso que foi a décima segunda temporada da série, no ano passado.
A expectativa gerada nos fãs ao saberem que Karev seria parte central da temporada atual, certamente fez com que muita gente acreditasse que estaríamos por assistir a mais um excelente ano. O problema aqui é que a série ignorou o seu próprio trabalho, ao usar um dos personagens mais antigos e queridos da série como meio para criar uma história exagerada. Tudo isso na ânsia de prender a qualquer custo a atenção do telespectador. Infelizmente, os sucessivos episódios medianos e dispensáveis têm deixado cada vez mais explícita a falta de cuidado e respeito com o público se avaliarmos o desenvolvimento da trama de Grey’s Anatomy.
Mais frustrante do que ter que assistir a um Alex descontrolado, agressivo e capaz de atitudes tão distantes do amadurecimento do personagem ao longo dos quase onze anos de Grey’s Anatomy, foi ser obrigado a assistir à odisseia criada em torno da absolvição do “erro de Karev”. E ainda que Jukebox Hero tente justificar seu título na figura do taxista cheio de boas intenções, os olhares atentos podem entender que Alex é quem representa o humano com vezes de super-herói. Reforçando a máximo de que todos nós precisamos de figuras heroicas ao longo da vida – a começar pelo nossos próprios pais. O problema é que justo uma série tão respeitada e conhecida pelo excelente trabalho em favor de questões como o empoderamento feminino, os direitos LGBTT e o debate sobre os preconceitos racial e religioso. Tente suavizar o ato de Alex, desenvolvendo um falso altruísmo, ou maneiras de justificar toda a atitude do médico como um deslize. Ignorando o senso crítico daqueles que estão faz anos acompanhando os dramas de Grey’s Anatomy.
Não fosse por isso, Jukebox Hero não podia ser considerado um episódio ruim. Afinal de contas ele traz de volta a figura de Eliza Mennick, e que na minha opinião tem sido um dos poucos acertos da atual temporada. Considerando que faz tempo que série não nos apresenta um novo personagem capaz de gerar em nós certa antipatia gratuita. E que no caso de Eliza foram precisos apenas de alguns minutos em tela. No entanto, todo o resto do que acontece em Grey’s Anatomy parece ter se tornando menor diante do grande drama que diz respeito ao futuro de Alex Karev. E olha que houve um tempo em que cheguei até a considerar Jo um problema, quando na verdade tudo está atrelado a uma falta de cuidado com o roteiro e a aceitação de que tudo que foi feito pode ser desfeito, sem que haja consequências.
Se a morte de algum personagem da elenco principal seria capaz de causar uma reviravolta e faz a série melhorar? Acho que ainda é muito cedo pra dizer. Pois, como eu mesmo já disse aqui e em outros dos meus textos, isso não apaga o erro que foi ao decidirem que caberia a Alex o papel de agressor. E talvez seja este o ponto que mais me incomoda. O de ver a desconstrução de um dos poucos personagens capaz de causar tanta empatia com o público fiel da série.
Um método nada novo pra série que está faz pelo menos três temporadas sem saber qual rumo desenhar para personagens como Amelia, a última Shepherd de Grey’s. Bom. Mas isto é assunto pra uma outra review.
E você o que achou deste episódio? Feliz em descobrir o que aconteceu com Alex? Curtindo a atual temporada? Não esquece de deixar seu comentário aqui embaixo e quais suas expectativas para o futuro de Grey’s Anatomy. Nos vemos na próxima semana!
