Cada um puxa a brasa para o seu assado. E a brasa desse episódio é 1 milhão de dólares. O Chefe Webber coloca os atendentes em posição de expectadores e os residentes são responsáveis por todos os casos do dia, para que eles tenham tempo de convencer o Chefe que a sua especialidade merece 1 milhão de dólares em investimentos. Uma premissa ótima, que movimentou os corredores do Seattle Grace.
Residentes ganhando uniformes de atendentes e quem é a única que fica de residente de todos os outros que antes eram seus colegas? Little Grey. Tadinha, Lexie é tão esforçada e solícita que não reclama em momento algum. Chega até a dizer que nasceu pra esse tipo de dia! Depois do sermão que ela deu em Karev na season premiére, eu finalmente mudei meu conceito sobre ela: é uma mulher forte e determinada e (realmente espero) não vai demorar até ela ser reconhecida como tal.
Hunt apela para o remorso do Chefe sobre a morte de Charles Percy na mãos de Bailey, e me faz encher os olhos de lágrimas. Independente de ser um argumento apelativo, de fato ele tem tazão. Se a equipe tivesse melhor treinamento, algumas mortes seriam evitadas. Mas a questão é: eles vão viver se preparando para outro ataque? Eles não vão seguir em frente pensando que aquilo foi um caso isolado? O Chefe não pensa nessas questões e escolhe o plano de Hunt para o dinheiro. Justo ou injusto, nesse caso é subjetivo. Cada um faria a sua escolha particular, e Hunt consegue conquistar a confiança do Chefe nesse quesito.
E é óbvio que as lágrimas que Hunt não conseguiu tirar dos meus olhos, Derek tira com 2 frases. Meredith faz uma cirurgia neurológica sozinha, com naturalidade e segurança, Derek assiste o final, e os olhos dele sorriem diante dela tão confiante terminando a cirurgia, eu sorri junto com ele. Querer salvar Meredith da doença que matou sua mãe é instintivo e muito digno, e antes de saber os argumentos dos outros médicos, eu já torço para que Derek ganhe o dinheiro e pesquise mais sobre tratamentos cirurgicos para o mal de Alzheimer. Porque no final das contas é torcer por Meredith também.
Sloan confessa ao chefe que não está saindo com ninguém nos últimos tempos: nem residente, nem enfermeira, nem ninguém e que isso faz da força dele a força de 10 homens. Isso o faria investir em 2 unidades: cirurgia cosmética reconstrutiva e reconstituição de queimados. Ele se transformaria em muitos cirurgiões para atender a demanda. Acho que se ele usasse o discurso de que treinaria mais residentes para ter uma equipe especialista nas duas áreas, teria ao menos sido levado a sério pelo chefe. Sloan segue lindo e carismático, mas é muita pretensão naquele corpo.
Algumas vezes Karev me faz ter nojo: das reações preconceituosas e da forma como ele lida com algumas situações, mas nesse episódio ele foi um doce, convencendo a mãe do menino a aceitar que seu filho precisava da cirurgia plástica, evitando anos de traumas psicológicos que podiam ser resolvidos com uma cirurgia simples. Nesses momentos eu torço pelo Karev, porque desde o início da série a evolução do personagem é evidente. Ele merecia um desfecho digno com Izzie, ou então que aparecesse alguém que o fizesse esquecer e seguir em frente.
Bailey sempre prática e objetiva. Consertar máquinas, contratar mais uma enfermeira, objetivos simples porque, afinal, 1 milhão de dólares em um hospital com precariedades não é nenhuma fortuna. Eu esperava um plano mais sentimental de Bailey para esse dinheiro, mas é óbvio que ela não seria diferente do que sempre é: pragmática, consciente e objetiva. Por isso ela sempre vai ser uma das minhas favoritas na série, porque mesmo sendo esse poço de objetividade, ela é quem mais me arranca lágrimas e até soluços. Mas não no episódio de hoje.
A competitividade de Callie foi a parte engraçada do episódio. Todos se deixaram levar pelos comentários maldosos dela. E com cada comentário deu pra perceber o quanto ela é observadora sobre as fraquezas de cada um dos seus colegas. A única pessoa com a qual ela não mexeu foi Bailey, que ela certamente tem medo.
Cristina olha para a sua roupa azul marinho e não parece nem um pouco entusiasmada. Depois do ultimato de Teddy, ela parece ficar mais sem ação ainda. Nesse ponto eu achei que seria mais um episódio onde Cristina segue estagnada e sem reação e que essa não-superação dela ia se arrastar por mais e mais episódios. Felizmente eu estava errada. Cristina dá um passo largo em direção a melhora. Finalmente ela sai da bolha de indiferença e se posiciona a favor de um paciente. E esse foi o principal feito desse episódio: Cristina voltando a ser uma médica, tomando decisões e se posicionando. Graças a Teddy, que não desistiu dela.
