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Grey’s Anatomy – A temporada até aqui

Por: em 17 de dezembro de 2013

Grey’s Anatomy – A temporada até aqui

Por: em

Com exatamente metade da temporada exibida, é possível fazer uma análise melhor do que vem sendo a décima temporada de Grey’s Anatomy. Escrevi sobre os primeiros episódios, mas quando (por uma série de fatores) vi os últimos se acumulando semana após semana, decidi deixar para escrever um texto com impressões gerais de tudo o que vimos até aqui.

Conversando mais cedo com a Andrezza, autora aqui do blog, sobre os meus sentimentos quanto à série, percebi que a palavra que melhor se encaixa é indiferença. Não sei dizer exatamente em que momento, mas eu me tornei indiferente a Grey’s. Não amo e nem odeio. Não gosto e nem desgosto. Simplesmente vou absorvendo as situações e tentando entende-las e interpretá-las, mas a série não me desperta o mesmo sentimento de outrora – passa bem longe disso, ouso dizer. Com a iminente saída do elenco original, a minha torcida é que a ABC decida encerrar o show antes que ele desça ladeira abaixo.

Não dá pra dizer que a série não tem tentado, por isso não consigo nem definir se o problema é com ela ou comigo mesmo. Diversos casos médicos tratados até aqui foram legais, os personagens passaram por situações emocionais fortes… Os diálogos continuam bons, mesmo que as frases de impacto não apareçam mais com tanta frequência. Os atores continuam dando show (E essa primeira metade de temporada foi inteira de Ellen Pompeo, Chandra Wilson, Sara Ramirez e Sandra Oh). A vida no Seattle Grace segue cheia de viradas.

Callie - Greys anatomy

Olhando pra Callie e Arizona, por exemplo. O quanto a vida delas andou nesses 12 episódios. Só não consigo ainda enxergar ainda em que ponto isso se configura como evolução ou involução. Gostava (e muito) até do casal formado pelas duas, até o momento em que Arizona resolve pular a cerca com a primeira bonitona que apareceu. Não consigo aceitar que ela se faça de vítima (como ela o faz, ao mesmo tempo em que dá a entender que não), especialmente porque tudo que a Callie tem levado nesse hospital  é pancada há duas temporadas. Acho que o perdão veio rápido demais e pelos motivos errados.

Depois do episódio do julgamento (que foi bom, mas só parece ter servido pra esse propósito vão), a impressão que a série passou foi a de que Callie resolveu aceitar Arizona de volta por uma necessidade pessoal de ter alguém. Por medo, por solidão. Isso é perceptível quando Callie pede que Arizona volte (o que é inaceitável em qualquer cenário) e quando se mostra totalmente disposta a começar de novo; quando diz que Arizona é sua inspiração pra pesquisa e tudo o mais. É bonito? É. Mas Callie merece mais do que isso. Mais do que ter sua felicidade ligada a alguém, seja quem for.  Ainda tem esse  triângulo com Murphy, que parece não ter acabado. Os rumos que essa história vai tomar me preocupam.

Com Bailey, o drama não foi menor. Sua história do TOC atravessou alguns episódios, mas terminou da mesma maneira abrupta que começou. Ensaiaram o começo de uma crise com Ben, uma crise profissional, mas no fim das contas, o que ficou mesmo desse plot foram duas coisas: as cenas espetaculares de Chandra Wilson, como o desafio que a psicóloga lhe impôs, pouco antes dela finalmente aceitar tomar os remédios e a reaproximação dela com o Richard, que se deu de maneira gradual e bonita. Puxando pro lado do ex-Chief, isso foi bom pra equilibrar suas cenas, que à exceção do drama do começo da temporada com Meredith e o modo certo de ser tratado, se resumiram a piadas com os internos.

Cristina - Greys

O grande nome dessa temporada até aqui, sem dúvida, tem sido Cristina. Não sei exatamente o quanto deste destaque tem ligação com a saída declarada da personagem em breve, mas é bom ver que, em seu último ano, Sandra Oh tem tido mais oportunidades de brilhar. É claro que, mesmo aqui, há ressalvas. Diferente de seu rompimento com Owen, que foi coerente, bonito e até mesmo doloroso (por ser algo que nenhum dos dois queria, mas que teve que enfrentar devido as grandes diferenças entre ambos), seu romance com Ross não apresenta razão aparente de existir, é forçado, chato e não tem um pingo de química, além de só fazer com o que o personagem seja ainda mais irritante do que ele já é (sim, isso foi possível). Esperava que depois da morte da Brooks, pela qual ele se sente responsável, o roteiro da série investisse um pouco mais nessa culpa, mas tudo o que fizeram foi transformar o personagem num babaca.

Me assustei quando , no último episódio do ano, de repente voltaram a essa história. O acesso de culpa do Ross dentro da sala de cirurgia e depois a cena dele sozinho, sujo de sangue, no elevador, foram até boas, o problema é que aqui faltou uma backstory, um caminho maior que levasse o Ross até isso. Ele só se martirizou nos dois primeiros episódios e depois o assunto foi esquecido, sequer abordado. Dessa maneira, não é tão fácil aceitar que ele volte assim, de supetão.

Voltando ao assunto “Cristina”, gosto muito de como a briga entre ela e Meredith vem sendo conduzida (provavelmente é o plot que mais gosto da temporada). É uma história em que não há lado certo e nem errado. As razões das duas são válidas e os diversos motivos que levam a discussão também. Sabemos que Cristina pega um pouco pesado nas palavras escolhidas, mas até agora, ela não contou nenhuma mentira – e nem a Mer. Por um momento, achei que elas se entenderiam durante a preparação pro casamento da April, mas a situação só ficou pior. Com o sucesso de Cristina no caso da impressora tendo suplantado a operação de veia porta da Mer e com a confissão de Yang de que não sabe exatamente o que fez, a segunda metade da temporada promete ser interessante para as personagens.

Meredith - Greys

Meredith também promete enfrentar um drama em casa. Sua relação com Derek deve receber um abalo após a ligação do presidente que ele recebeu, que, eu acredito, traga uma proposta de trabalho irrecusável. Sim, Derek aceitou ficar mais tempo em casa enquanto Meredith seguia com sua pesquisa, mas a situação aparentemente não está mais o agradando tanto. Seu experimento com Callie não saiu como o esperado e seu humor está sendo todo minado com a nova rotina. Prevejo problemas no paraíso em muito breve.

Para Alex e Jo, as coisas finalmente parecem ter ser acertado. Por costume ou mérito do roteiro (acho que mais pelo primeiro do que pelo segundo), a personagem não me irrita mais como antes. Não chego a gostar (nem dela e nem do romance), mas ver que de alguma forma, o meu personagem preferido está bem (melhor do que na última temporada inteira, eu diria), me faz ter um pouco de simpatia pela interna. O que não consigo aceitar são algumas atitudes, como tentar se meter na história de Alex com o pai. E não digo sobre ter aceito Jimmy de volta no hospital, porque nesse ponto ela está certa, era seu dever como médica, mas falo sobre todas as vezes em que ela, antes disso, tentou forçar uma aproximação dos dois que só acabou piorando a situação.

E, por fim, temos Jackson e April. Pra quem acompanha séries há algum tempo, é certeza de que a última cena do ano não foi nenhuma surpresa. A situação toda não é justa, claro, nem pra Stephanie, que provavelmente passou a maior humilhação pública da história desse seriado, nem pra April, que estava feliz, a ponto de se casar. É óbvio que ela gosta do Jackson. Ela sabe, ele sabe, todo mundo sabe, até o Matthew. Mas ela estava disposta a tentar ser feliz nesse casamento e eu acho que ela conseguiria se o Jackson não tivesse feito essa loucura de parar o casamento. O que vai se desenvolver disso, eu não sei, mas meu palpite agora é que ela segue com a cerimônia. Vamos ter que esperar até março de 2014 pra saber.

Obrigado a todos que acompanharam e comentaram os reviews neste ano e peço desculpas pela ausência nessa reta final. Em 2014, voltamos com os reviews semanalmente.

Feliz Natal e um ótimo 2014 a todos vocês! 🙂


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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