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Guilt – 1×05 Eye of the Neelde / 1×06 A Simple Plan

Por: em 27 de julho de 2016

Guilt – 1×05 Eye of the Neelde / 1×06 A Simple Plan

Por: em

Faltando pouco para a season finale, Guilt finalmente começa nos fornecer algumas respostas mais objetivas após seis episódios de tamanha enrolação e altos e baixos (mais baixos, convenhamos) e finalmente tramas ainda desconexas começam a integrar e fazer sentido dentro da principal delas.

Quem matou Molly Ryan? Essa pergunta já começa a ecoar na minha cabeça e cada vez que ela me aparece surge uma certa angústia misturada com raiva, levaram seis episódios de idas e vindas, casais mal construídos, muito choro e alguns dramas desnecessários para finalmente andarem com a investigação. Mas isso é papo para deixarmos um pouquinho mais a frente, vamos seguir por partes nessa dobradinha de review.

1×05 – The Eye of the Needle

Um pequeno flashback para que a gente volte a se importar com a garota assassinada no piloto. O tempo todo o nome de Molly Ryan surgia durante a série, mas alguém de fato se lembrava quem era? Pouco conhecemos sobre a irlandesa, mas a tentativa, falha, diga-se de passagem, de emocionar pelo menos apresentou uma criança sonhadora que tinha um universo de coisas ainda pela frente. O que ganhou da vida, entretanto, foram outros quinhentos e uma morte precoce, basicamente. O flashback nos retoma a infância da menina, na Irlanda, e sua relação, que já era um tanto super protetora, com seu irmão, Patrick, a intenção ali era apenas nos mostrar que desde cedo o mais velho sempre se preocupou em manter a mais nova sob as rédeas curtas da sua proteção.

Martirizar sua culpa pela morte de alguém que prometeu proteger é algo que Patrick Ryan tem feito com sucesso e sua jornada para obter um pouco de vingança pelo assassinato de sua irmã menor pelo menos apresentou alguns resultados semana passada. Como ele conseguiu a planta do The Courteney e foto de um dos clientes é algo que não sabemos e pelo visto ninguém vai nos dizer, mas o importante é que essa história caminhou para frente na medida que o irlandês finalmente conseguiu seu passe para entrar no clubinho super secreto de homens.

Toda a trama sobre o clube poderia ser muito mais interessante que realmente é, se não fosse pelo déja-vu de Amanda Clarke toda hora vindo em mente, contudo foi um plot bom que, na medida do possível foi sendo explorado a respeito do que ocorre dentro das quatro paredes daquele lugar. O preço para obter respostas pode ter sido alto demais, já que o gerente do local não demonstra perdão enquanto tenta manter o The Courteney ainda secreto e Patrick Ryan saiu com uma agenda em mãos e um alvo nas costas.

Por falar em alguns casais desinteressantes e em tentativas, que saíram pela culatra, de emocionar quem assiste, não é atoa que colocaram Natalie e detetive Bruno juntos. Ainda que eu tenha torcido pelo casal não dá para ser cega e dizer que é bom, por que, infelizmente, não é. Tivemos um pequeno momento de compartilhar histórias sobre o passado onde a americana fez o maior mistério sobre sua cicatriz e depois contou a relação com seu sentimento de culpa pelo acidente que matou seu pai. O esforço de aproximar o casal ficou um tanto exagerado e longe de convencer a audiência, ainda mais com a piadinha do “dirty cop”. Mas o romance meio proibido entre eles é bom no meio de uma trama de assassinato brutal, se não fosse a rapidez desnecessária que os juntou seria legal acompanhá-los (talvez o medo de um cancelamento tenha causado isso).

O caráter de Grace é novamente posto em questão em Eye of the Needle, ao longo da temporada formou-se se uma opinião da personalidade instável da garota e no quinto episódio tivemos mais um vislumbre disso. No momento que se deu conta que estava com o stalker da sua falecida amiga, a americana imediatamente recuou e quando confronta Neville toda a cena muda de figura. Uma sequência nos mostra muito mais do que aparenta, após ser ferido por Grace o costureiro alcança a garota e enquanto está com uma tesoura no pescoço desta, a jovem não demonstra qualquer aflição ou medo, no máximo uma raiva por toda a situação envolvida. Cada vez mais o roteiro tenta colocar em xeque quem Grace Atwood é.

Uma prova ainda maior disso foi mesmo que após todos os eventos, a suspeita resolve ir para a balada com Natalie, mas não antes de fazer uma parada na delegacia. É aí que depois um episódio recheado de momentos entediantes subitamente nos entrega um dos melhores momentos da temporada. Há de fato existe muito mais história por trás dos álibis contados pelo casal e ao se olharem de uma forma pelo menos suspeita, o episódio nos deixa com mais dúvidas na cabeça a respeito do que realmente aconteceu naquele terraço na noite em que Molly foi assassinada, e, na medida que mais suspeitas surgem, agora sabemos que Grace não é mesmo a garota inocente e desesperada que tenta aparentar.

1×06 A Simple Plan

Ds. Bruno: “So let me just be clear now, you’re admitting to me that she was gone for longer than a couple of minutes […] How long, Luc? Come on, tell me, mate”.

Luc: “[…] Close to an hour”.

Um episódio eletrizante e cheio de respostas que nos foram feitas ao longo da temporada. Voltado principalmente para a história do crime, o terreno, que já estava sendo preparado no episódio anterior, fez questão de unir as demais histórias que, até então, andavam desconexas e pareciam que iriam tomar caminhos diferentes. A Simple Plan foi o clímax da temporada que encerrou com Grace Atwood finalmente algemada pela morte da sua roomate.

A índole da americana sempre foi colocada em questão conforme a série se desenvolvia e, desde o primeiro episódio, surgia a dúvida se estávamos diante de uma sociopata ou uma jovem inocente. Dada a maneira que Eye of the Needle encerrou e as respostas fornecidas por Luc em seu interrogatório, tudo foi o suficiente para que culminasse na prisão, já tardia, da garota. As tentativas desesperadas de Gwen para desestabilizar o artista enquanto estava sob sua custódia não chegaram sequer a arranhar a surperfície para obter qualquer resposta e foi somente quando Bruno assumiu a sala de interrogatório que algumas coisas começaram a surgir.

Luc demonstrou uma devoção à imagem que cultivou da namorada. O jovem, já com um histórico de abuso psicológico na infância, aparenta também tentar proteger sua parceira, ou talvez nem queria enxergar a verdade como de fato é. Sua dependência psicológica de uma figura dominante pode ter se estendido desde sua fase mais jovem, enquanto tentava proteger sua mãe dos abandonos, até o ponto atual que se recusa abrir uma brecha para Gwen e contar o que de fato ocorreu. Talvez Luc sequer tenha sido um cúmplice no crime, está mais para um desafortunado que caiu no caminho de uma garota que tira prazer de uma diversão psicológica, uma sociopata para melhor dizer.

Um outro suspeito surgiu nessa altura da história, mas em uma coisa Patrick estava certo, quando teve conhecimento da personalidade vingativa de Finch, o chefe do The Courteney não cometeria um crime tão sujo e pessoal como ocorreu com Molly. Ainda, Grace tentou colocar a culpa em cima deste ao deixá-lo com o celular da garota assassinada, plantando a evidência em seu carro. E agora, finalmente, o aparelho vai cair nas mãos da polícia, bem como o conhecimento de sua profissão como prostituta, já que tal fato pode atribuir uma outra perspectiva na investigação conduzida. 

Quem pode estar em risco agora é o irmão mais velho da irlandesa, que se envolveu em uma trama perigosa e cheia de segredos comandada por alguém que não vai medir esforços para matá-lo. Pelo menos ele foi esperto o suficiente para sumir de onde estava, o papo de uma garota que acabou de presenciar um assassinato e tinha disposição para passar a noite com ele não convencia nem que assistiu e, por sorte, nem Patrick também. O que muda a perspectiva neste caso é saber que o clube é frequentado apenas por membros de alto escalão que não estão dispostos a deixar sua imagem ir por água a baixo se a polícia começar investigar o que ocorre lá, principalmente se levarmos em conta que a família Real é cliente. Isso vai ficar por conta do irlandês provavelmente sua jornada vingança pela morte da irmã.

A família real foi outro plot que ficou interessante agora que a personalidade do príncipe é outro aspecto em questão. Sua relação com Molly até então havia sido muito pouco explorada, e somente sabíamos que o filho da prostituta era um bastardo do trono. Agora temos a informação que o Gentleman 33 não era apenas um dos clientes mais fieis da jovem, bem como era completamente contra a gravidez dessa. Ainda que eu ache que Theo estaria longe de chegar a cometer tal crime tão visível, as suspeitas não deixam de crescer, principalmente com seu esforço em parar a investigação o mais breve possível. Toda trama ganha mais notoriedade ainda agora que sua noiva também não caiu na história triste do cachorrinho chamado Molly.

“She had this wildness to her that made her unpredictable”. 

O episódio teve um ritmo empolgante e agitado, e, principalmente, foi bom ver finalmente a investigação do crime indo para algum lugar, considerando que estava parada desde seu piloto. Os personagens estão bem postos para a reta final dos episódios seguintes, já que os rumores são que tudo ficará resolvido até a season finale. O ato final encerrada com Grace sendo presa pelo crime e o cerco fechando em torno da garota que jogou com todos ali, Natalie passa a duvidar da inocência de sua irmã também, conforme sua história apresenta ainda mais pontas soltas.

Observações:

  • Andei pesquisando sobre o caso real, ocorrido na Itália, com o qual a série divide muitas semelhanças. Neste, o julgamento começou em 2007 e somente em 2015, após muitas apelações, foi finalmente encerrado.
  • Bem como na série, o caso real apresentou muitos erros da promotoria, se ocorrer uma renovação (o que acho difícil), pode ser um viés interessante se resolverem seguir ainda na mesma história.
  • Mesmo com minha relutância, a jornada à lá Revenge de Patrick é uma das mais interessantes e que mais cresceram ao longo dos 6 episódios.
  • A Gwen continua me irritando, mesmo ela estando certa quanto à culpa de Grace…. provavelmente.


Gabriela Vital

A Kardashian perdida que sonha em ser médica um dia.

Vitória / ES

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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