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Homeland – 5×03 Super Powers

Por: em 19 de outubro de 2015

Homeland – 5×03 Super Powers

Por: em

Parece que não, mas Super Powers foi um episódio cheio de reviravoltas. Infelizmente, justamente o fato de parecer que não acabou o tornando o mais fraco da temporada até agora, afinal, a gente espera que a tensão cresça, e não que diminua. Depois de nos fazer roer as unhas em The Tradition of Hospitality, Homeland apresentou essa semana algo bem mais introspectivo, mostrando que o pior que existe em Carrie e Saul é justamente o melhor deles.

saul

Se o concurso para Globeleza admitisse homens, Mr. Düring ganharia de lavada, pois ele sambou mais na cara do Saul em uma cena que a Valeria Valenssa durante todo o seu reinado.  Homeland recentemente sofreu uma trollagem cavalo de troia, em que artistas contratados para grafitar um cenário escreveram que a série é racista em um muro. Eles têm seus motivos e o golpe foi genial, mas não se pode negar que desde o início a Showtime bancou uma postura de não cair no nacionalismo cego, e o diálogo de Saul e o líder filantropo desse episódio foi uma prova disso. Colocar um personagem que não é um rebelde, um terrorista ou um adolescente anarquista fazendo críticas tão explícitas à política externa dos EUA em uma das séries queridinhas de Obama é um baita ato de coragem. Faz muito mais sentido acusar Madam Secretary de racismo que Homeland, na verdade.

Mas esse foi o único golpe sofrido por Saul no episódio, já que depois da cena inicial ele retomou o controle e se mostrou um articulista bem diferente do que conhecemos na primeira temporada. Saul parecia tão desesperado para falar com Carrie que isso só pode querer dizer duas coisas: que ele mandou matá-la ou que ele sabe que mandaram Quinn para matá-la. A única coisa que ainda me faz duvidar de que ele está por trás dessa perseguição é Game On. Naquele episódio, Homeland me derrubou da cadeira tão forte que acho que nuca mais vou conseguir desacreditar completamente da lealdade de Saul e Carrie, mesmo com tudo apontando para o outro lado.

É claro que Carrie não é o único problema da CIA no mundo, e enquanto não conseguem eliminar a ex-agente, eles precisam apagar o incêndio do vazamento das informações. Mas sem Virgil, Max, Carrie e Quinn, eles não conseguem nem manter uma jornalista sem treinamento sob o campo de visão, imagine terroristas! Por sorte, a fonte de Laura foi passada para trás pelo parceiro e o pen drive chegou com uma piadinha de mau gosto em vez dos dados da CIA. Mas entregar para os russos? Sério? Eu esperava mais de alguém supostamente idealista.

saul-alisson

Mas deixemos os russos para o futuro, afinal os alemães estavam muito mais furiosos com a CIA que eles (ainda). Confesso que achei muito estranho Saul manter Allison por perto mesmo depois que ela tentou agir pelas suas costas, mas o fato de eles terem um caso explica muita coisa. A gente sabe o quanto ele é protetor com as pessoas a quem tem afeição. Sorte a dela, azar do moço que gastou uma fortuna decorando sua casinha em Berlin e agora vai voltar para os braços do Barack.

Carrie passou por muitas emoções neste episódio, e é sempre um presente ver como Claire Danes consegue flutuar entre elas sem perder o realismo jamais. Uma das cenas mais marcantes foi a sua despedida de Frannie no aeroporto. Ela carregava um peso bem maior que  que o sentimento de culpa de uma mãe comum, porque ele vem com duas cargas extras: uma, que ela contou para Jonas, é o medo de não conseguir voltar para a filha, o outro, que ela omitiu (talvez até dela mesma), é o de que cada vez que ela se despede de Frannie, ela está se despedindo de Brody também. E essa é a tarefa mais difícil que ela já enfrentou.

Mas é isso. Ela teve seu momento maternal e soube voltar a focar no trabalho porque sabia que não tinha tempo a perder. Mais uma vez ela se cercou de fotos, documentos, de ligações e de datas em um mural de linha de tempo que já é seu modus operandi, sua marca registrada. Depois da morte de Brody a série parece dar reboots a cada temporada, e recuperar esses elementos, o jeito que ela trabalha, as histórias que ela contou no passado, as pessoas que cruzaram seu caminho, tudo é importante para mostrar que o DNA de Homeland ainda está ali, que a morte é uma coisa que faz parte da narrativa, mas que não apaga o que já aconteceu.

carrie-cafeina

Que deus me perdoe pela comparação, mas parar com a medicação, cheirar cafeína em pó e misturar com vodca para resolver o caso foi uma estratégia que me lembrou a Bella Swan se jogando do penhasco para ver o namorado vampiro. Referências da cultura teen à parte, o que importa é que funcionou, e apesar de ela ter ficado fora de si, elaborado teorias sobre anjos e tido uma visão com o Aventuras de Pi, conseguiu sacar em poucos segundos o plano de Quinn sequestrando o filho de Jonas para chegar até ela. Talvez com lítio nas ideias ela não visse isso chegando a tempo.

E pode ser cisma de shipper, mas além da falta de química, Jonas e Carrie não funcionam como um casal. Jonas não pertence ao mundo da loira e por mais que goste da pessoa que ela é, não consegue lidar com a pessoa que ela foi, com o que ela fez no passado e muito menos com as consequências disso no presente. Dificilmente ele vai superar o fato de que estar com ela é colocar seu filho na mira dos inimigos. Quinn, por outro lado, consegue ter química até dando um mata-leão na Carrie. Sorry.

Algumas observações:

– Aquelas tomadas abertas no aeroporto gelaram meu sangue. Só não fiquei com mais medo pela Frannie porque o Quinn não atiraria nela. Tipo, nunca.

– Falando nisso, o tempo inteiro as câmeras pareciam estar espiando Carrie. Sempre de longe, sempre atrás de alguma coisa.

– Se Quinn quisesse de fato mata-la, teria dado um tiro na testa como fez com seu último alvo. Desmaiar a Carrie e aplicar um tranquilizante é, obviamente, uma maneira de ganhar tempo.

– Na abertura tem um frame em que ela aparece desacordada sendo fotografada por um celular. Minha aposta? Ele vai forjar a morte dela e eles vão juntos atrás de quem ordenou essa safadeza oculta.

quinn

Curtiram o episódio? O que acham que Quinn vai fazer com a sua ex(?) paixão? Deixe seu comentário!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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