Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Homeland – 5×11 Our Man in Damascus

Por: em 15 de dezembro de 2015

Homeland – 5×11 Our Man in Damascus

Por: em

Há um momento significativo, quase no meio de Our Man in Damascus, que resume com perfeição o que Homeland é: Laura aparece em rede nacional e, ao ameaçar revelar os documentos hackeados do governo caso não consiga entrar em contato com Faizal, nos fornece uma excelente reflexão sobre os danos colaterais que a chamada “Guerra ao Terror” trouxe. É esse poder de apresentar todos os lados da história, de nunca que nada fique preto no branco, que faz com que a série seja tão interessante e consiga tratar um assunto tão delicado como o terrorismo de maneira excelente. Faltando apenas 1 episódio para encerrar seu 5º ano, o programa mais uma vez voltou as suas origens e traz como vilã uma célula terrorista.

Saul-Carrie-Homeland

Momentos desesperados pedem medidas desesperadas e foi seguindo essa lógica que Carrie e Saul quase mataram Quinn. Dá pra entender os motivos de Saul querer acordá-lo do coma de maneira induzida mesmo sabendo de todos os riscos envolvidos, mas me surpreendeu um pouco que Carrie sequer tenha refutado o plano. Não que não seja compreensível o desespero da dupla em descobrir o ponto do ataque do Estado Islâmico em Berlin, porque é. Mas valeu a pena colocar em risco a vida de Peter pra isso? Não é de qualquer pessoa que estamos falando, no fim das contas, e acho que a atitude foi precipitada demais. Será que eles conseguiriam sobreviver com a culpa de serem os responsáveis pela morte de Quinn? Não acredito que exista um “lado certo” ou “lado errado” num caso de segurança nacional como esse, mas é bem válida a reflexão que Homeland propõe.

Outra coisa interessante é ver como cada um deles, à sua maneira, lida com a ameaça iminente. Carrie, por exemplo, precisou lidar novamente com Al-Amin. A presença do Hezbollah na temporada, ainda que de maneira sutil, também é outro indicativo do cuidado de Homeland ao tratar do assunto e coloca um ponto interessante: O fato do grupo ter sido, indiretamente, responsável pela ex-agente ter descoberto onde aconteceria o ataque do Estado Islâmico.

Se isso vai ser abordado futuramente no programa e se a série terá coragem de trazer a disputa dos dois grupos da realidade para a ficção, isso só o tempo dirá. Outra coisa bacana desse plot é ver como a série sabe bem para onde caminhar desde o começo da temporada; uma pequena cena, na season premiere, pouco mencionada depois, acabou nos trazendo até esse momento. É bom assistira uma série bem planejada às vezes, pra variar um pouco.

Já Saul, lidou com a situação da maneira mais “Saul” de ser. Se ele achou que funcionaria ser carinhoso e gentil com Faizal, se enganou feio, errou rude. Na verdade, todo esse plot é uma sucessão de erros por parte da CIA e com o suicídio do homem, não dá nem pra imaginar os desdobramentos disso semana que vem. Laura vai divulgar os documentos? E quais serão as consequências disso? Não gosto muito de apostar quando se trata de Homeland, mas talvez isso seja um dos ganchos deixados para a já confirmada 6ª temporada.

Alison-Homeland

Allison também tomou uma medida desesperada. Sem saber em quem confiar e com sua lealdade testada de ambos os lados, o cenário mental da personagem mais interessante da temporada soava como um trem descarrilhado e foi exatamente isso que assistimos. Ela agiu sem pensar, colocando os pés pelas mãos e cometendo alguns erros que certamente serão sua perdição. O modo como ela arrancou a localização do atentado  do professor Aman Azis foi radical demais e eu não consigo acreditar que ela realmente achou que podia matar o próprio parceiro, matar o professor e fazer com que todos acreditem que ela só levou um tiro no ombro. Me soou mais como uma última cartada, uma medida desesperada feita por alguém que sabe que o jogo está quase escapando de suas mãos.

O que ela ganharia mentindo sobre o verdadeiro alvo, eu não faço ideia e se eu tiver deixado passar algo, por favor, puxem minhas orelhas nos comentários. Graças ao gesto da personagem, a evacuação no aeroporto de nada adiantou, enquanto milhares de civis ficaram presos na estação de trem, prestes a morrer por inalação do gás sarin. Como Carrie vai conseguir reverter essa situação sozinha, já que as entradas estão fechadas e ela é a única da equipe lá dentro, eu nem quero pensar. Assim como neste episódio, aposto que tudo será resolvido no impulso e metade do tempo do season finale deve ser gasto na caçada a Allison, agora uma fugitiva.

Outras observações:

– É engraçado notar que mesmo Hamed acabou agindo por impulso. Mandar uma pessoa em que ele não confia até a casa do professor para arrumar o controle não foi a melhor das ideias, ainda mais vindo de alguém que é praticamente o líder de uma célula do Estado Islâmico.

– Que angústia ver a Carrie entrando naquele túnel.

– Saul pode ganhar o prêmio de falsiane do ano. A cara dele pedindo que Allison recontasse sua história, quando já desconfiava de que ela havia passado uma informação falsa, é sensacional.

– A cara de tristeza da Carrie ao ver o Quinn quase morto é de cortar o coração.

– Eu já disse no começo, mas tenho que repetir: A cena da Laura falando sobre a Guerra ao Terror é incrível. Tô bem curioso pra ver o desenrolar desse plot. 

– A Laís entrou de férias, então essa semana e a próxima, a resenha é por minha conta. Espero substituí-la a altura! Separa o estoque de Rivotril pra season finale e vem comentar comigo.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

×