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Homeland – 6×09 Sock Puppets

Por: em 20 de março de 2017

Homeland – 6×09 Sock Puppets

Por: em

A sexta temporada de Homeland continua em clima de montanha-russa, cheia de altos, baixos, viradas e enormes quedas. Em uma comparação com o brinquedo, poderíamos dizer que Sock Puppets é como uma grande subida cheia de impulso e velocidade, mas a gente ainda não sabe qual é o movimento que vem depois.

Mesmo sem atentados, atiradores, missões no oriente médio ou coletes suicidas, esta semana nós tivemos um episódio excelente, com ritmo, resoluções, ganchos, desenvolvimento da trama e dos personagens. Em uma review anterior eu mencionei que o grande problema de Homeland é que eles estavam perdendo o jeito de prender o público nos episódios de transição, e desta vez os roteiristas fizeram bem o dever de casa. A guerra não declarada cada vez mais declarada entre Saul e Adal finalmente encontrou seu tom. Carrie e Saul voltaram a ser aliados, mas não deixaram de lado as tensões que ainda existem entre eles. Quinn voltou ao modo lobo solitário, Keane finalmente se tornou uma peça ativa no jogo da espionagem e até Max ganhou um arco para chamar de seu. Podiam ter feito isso antes? Podiam sim, mas nunca é tarde para entrar nos eixos.

Javadi jurou que estava apostando no lado certo ao prestar seus serviços para Dar(th Vader) Adal, mas é óbvio que seria descartado. Já não tinha poder no Irã e por tudo o que sabia, era uma ameaça para CIA e Mossad. Mas como eu disse na review passada, Majid Javadi significa falsiane em iraniano, então até na hora de cair ele conseguiu virar a casaca novamente e dar a Carrie e Saul as evidências que eles precisavam para convencer Keane de que estavam falando a verdade. A cena do rastreio da ligação foi mais um clássico muito bem executado, e eu quase imaginei Dar Adal pegando o celular e ouvindo de Saul no outro lado da linha a célebre frase: “Eu vou te procurar, vou te encontrar e vou te matar”.

Um dos maiores incômodos deixados por Alt. Truth foi o maniqueísmo em que a série parecia ter caído, e pelo menos um pouco disso foi amenizado pela revelação de que Dar Adal não foi o mandante da execução de Astrid e Quinn. De quebra ainda vimos uma declaração de amor (ou de desespero para não ser morto ali mesmo) que nem Peter imaginava ouvir naquele momento. Quando ele deu a coronhada e saiu correndo do apartamento eu realmente acreditei que aquele tinha sido só mais um surto do personagem, e foi uma surpresa maravilhosa saber que ele estava grampeando e rastreando o telefone de Dar para chegar até o atirador. Não vai ser um adversário fácil e, sinceramente, tenho dúvidas se Quinn de fato vai sobreviver para o ano que vem, mas pelo menos sua trama ganhou fôlego.

Por falar em ganhar fôlego, quem diria que veríamos Max saindo das sombras – mesmo que para continuar escondido – e tomando a frente em uma investigação própria? Ele é um dos personagens mais longevos da série, chegou na primeira temporada e tem sobrevivido bem até aqui, mas poucas vezes ganhou destaque como pode ter agora, infiltrado na misteriosa empresa que parece existir com o único propósito de destruir o mandato de Keane, seja através de comunicação de massa, fakes espalhando notícias falsas na internet ou sujando de fato as mãos como fizeram com Sekou e Conlin. Foi bacana também a lembrança a Fara, e mostrarem que pelo menos alguém se importou com a morte dela por mais que dois episódios.

Carrie foi outra que passou um tempo lembrando dos mortos durante a sessão de terapia. Homeland é uma série muito mais pautada nas relações políticas e profissionais que pessoais, então é raro ver os personagens verbalizando seus sentimentos da forma como aconteceu. Em poucos minutos, vimos a ex-agente falar mais sobre sua relação com Brody, Franny e Quinn que em cinco temporadas inteiras. Saber dos sentimentos de Carrie pode não ajudar muito a desfazer um conflito diplomático, mas ajuda a entender pequenas dinâmicas da série e torna a protagonista menos vítima, menos heroína, menos idealizada e mais humana.

Keane começou a entender o buraco em que se meteu e tentou – ainda que sem muito sucesso – jogar o jogo, como seus adversários e aliados estão acostumados a fazer. Mas a madame-presidenta-eleita ainda tem muito o que aprender, e Dar Adal percebeu de cara que ela estava escondendo alguma coisa. Quando lembramos de Carrie mentindo para Saul sobre estar aconselhando Keane lá no início da temporada, percebemos que a mãe de Andrew ainda precisa de uma dose gigante de cinismo para chegar lá.

Algumas observações:

– O Datena americano está por trás da start-up misteriosa? Ok, por essa eu não esperava!

– Dar Adal ligando para o cara da touquinha em uma linha aberta não deve ter sido sem querer. Mas será que a armadilha foi para ele ou para o Quinn?

– Carrie e Saul trocando farpas sobre parceiros sexuais: melhor cena.

– Inspirada no M+M do Max, vou adicionar ao currículo: “Vasta experiência em N+N”. Nutella e Netflix.

A temporada está chegando à reta final e finalmente as coisas começaram a caminhar! Curtiu o  episódio? Deixe seu comentário e até a próxima!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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