You owe me…
E isso se aplica a praticamente todos os personagens de How to Get Away With Murder.
O episódio de quinta-feira voltou quatro semanas do fatídico dia em que Annalise é baleada, mostrando informações importantes para que consigamos responder algumas questões como o porquê Nate teria resgatado os pupilos de Keating, ou cadê o Connor Bitch que estava aqui?
O mito da caverna de Platão, uma das passagens mais clássicas da história da Filosofia, talvez se torne a analogia perfeita para representar o relacionamento entre Annalise e a maioria dos personagens fixos da trama, em especial the 5K. E assim como na história dos prisioneiros acorrentados desde o nascimento no interior de uma caverna, que passam os dias olhando para a parede do fundo iluminada pela luz gerada por uma fogueira. O surgimento da concepção de problema, ou melhor, do questionamento sobre a existência real de algo além das sombras refletidas ali, passa a ser representado pela figura de Connor; bem diferente do que havia sido apresentado na primeira temporada, o que se viu foi um Connor abalado, quebrado, envolvido em questões morais levantadas após as decisões tomadas por Keating para resolver o caso da semana. Provando mais uma vez que não existe altruísmo por trás das ações de Annalise e justificando de certa forma o porquê de ser ele o único a ter ficado para trás e tentado ajudar a salvar a vida da advogada.
A questão aqui é a de que Connor não seria o único a aparentemente ter saído da caverna representada pela figura de Annalise. Wes, que desde o começo da temporada pareceu ser um dos 5K com maior motivação para se vingar de Miss Keating, continua com seu plano na tentativa de provar que Rebecca morreu e que Annalise está envolvida nisto; mas pela primeira vez alguém foi capaz de confrontá-lo e mostrar – amém produção! – que ele não sabe de nada inocente não se deve confiar tão facilmente nas informações, nem muito menos chegar a conclusões de forma precipitada, afinal, quem de fato garante que Levi é apenas irmão de Rebecca? E nisso da série de responder uma pergunta criando no mínimo mais duas novas, vimos que Annalise descobre que Wes e Nate estão juntos tramando algo. Informação mais que pertinente e interessante, após ela ter a confirmação de que Nate a considera a verdadeira assassina de Sam.
O que dizer então quando um destes “prisioneiros da caverna” tem acesso ao ambiente externo, mas se recusa a acreditar em que tudo o que viveu ali dentro foi uma ilusão?
O plot de Asher, aparentemente o excluiu do hall de suspeitos da morte de Sinclair, após vermos que ele aceitou fazer um acordo intermediado pelo pai em troca de ajudar a entregar Annalise à justiça, neste caso, Emily. O que mais uma vez o isolaria do conflito principal da temporada; mas é estratégico ao concluir sua participação expondo uma Bonnie assumindo a culpa pela morte de Sam. Aguçando ainda mais nossa curiosidade quanto à origem do relacionamento dela com Annalise, e do que haveria acontecido no passado que a faz aceitar todos os tipos de humilhação e necessitar o tempo todo da aprovação de Annalise. E em como Asher reagirá após a notícia.
Mas como citar estratégias e questões que mais confundem que explicam, e não falar sobre a escolha de Annalise por Michaela para auxiliar no caso dos irmãos Katherine e Caleb, apostando em um possível envolvimento amoroso entre a estudante e Caleb. E se firmando aparentemente como grande cliffhanger do próximo episódio, já que foi excluída, por hora, a existência de uma relação incestuosa entre os Kapstall, após a confirmação da virgindade de Catherine; mais que a necessidade em responder a real natureza do relacionamento entre Mika e Caleb, me pergunto onde estaria Catherine – uma das minhas principais suspeitas desde o começo da temporada – enquanto tudo acontece na mansão? Ou se é sobre a irmã que Caleb se refere ao perguntar para Michaela: How is she? E o que dizer sobre a frase que dá a entender que talvez os pupilos de Annalise estejam diretamente ligados à morte de Emily. E claro, qual seria o plano que Nate diz ter e que envolve a participação de todos, a começar por Michaela?
“Really? I think killing someone is another way we can get in trouble” – Laurel
Skanks get shanked usou do caso da semana para mostrar como nosso juízo de valores pode atrapalhar no momento em que somos obrigados a agir. Que em se tratando das relações humanas as respostas exigem boa dose de complexidade. E que nessa de que nem tudo é o que parece ser nos surpreendeu ao mostrar a decisão de Annalise por não aceitar carregar o peso de colaborar com o fim do sofrimento da mulher de Nate, nos fazendo mais uma vez questionar as razões que a levaram a assumir a culpa pela morte de Sam no lugar de seus estagiários; mas quando HTGAWM deixar de me fazer ficar com mais perguntas que respostas, é porque alguém finalmente retornou à caverna e deu fim à minha própria fogueira.
E se alguém tem dúvida sobre o que esperar do próximo episódio? Parafraseio uma das frases da trilha desta semana: We all fall down! Ah, não deixem de contar pra gente quem figura sua lista de suspeitos e o que estão achando sobre esta temporada de How To Get Away With Murder!
