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Kingdom – 2×15 Take Pills / 2×16 Halos

Por: em 12 de julho de 2016

Kingdom – 2×15 Take Pills / 2×16 Halos

Por: em

“Por que a grande vitória de Jay Kulina vem com um asterisco.” Esse é o título da matéria escrita por Mario Goldman, que ecoou durante o episódio 15. É interessante, e um pouco estranho, que dois episódio depois da luta, as consequências do resultado ainda estão sendo discutidas. Mas faz sentido porque não é apenas a vitória de Jay que vem com um asterisco, mas a derrota de Ryan também. A luta de Ryan e Jay trouxe o pior dos dois lutadores à tona e redenção não é algo que se conquista facilmente.

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A derrota de Ryan expôs o seu ego e resquícios do passado de sua vida que gostaríamos de esquecer, mas que é difícil de ser apagado. No entanto, Take Pills trabalha um outro lado do lutador, que é colocado de lado quando sua “versão diva” aparece. Nos primeiros minutos do episódio, ele vai até a academia procurar Alicia, mas ela está se hospedando na casa de Alvey. Ryan se sente sozinho e quando procura apoio, não encontra ninguém para ajudá-lo.

Então, Ryan decide procurar ajuda profissional. A forma como a série resolveu retratar o personagem na terapia – com a câmera muito próxima de seu rosto e o enquadrando de cima para baixo – evidencia o peso dessa decisão. Durante a sessão, Ryan falou sobre perder o pai, controlar a raiva que sente e, mais importante, em não voltar a ser como ele era.

Da terapia, vamos até a casa dos Kulinas, onde Christina interroga Ava e Jay sobre seus recentes hábitos. Então, notamos que Jay continua “comemorando”, afinal o seu “corpo é um templo” e ele precisa de descanso. Esse comportamento continua, se intensifica e ganha proporções severas nos dois episódios.

Em Take Pills, o psicólogo de Christina resolve aparecer na casa dos Kulina para ganhar o prêmio de pior decisão de 2016. Jason queria se desculpar, mas acabou encontrando Jay que rapidamente o reconheceu como o homem que “tentou” estuprar Christina. Então, o troféu que Jason levou para casa foi um olho roxo e uma experiência amedrontadora que ele nunca mais vai esquecer, além do prazer de agradecer a Christina por salvar a sua vida. Se ela não tivesse aparecido e lutado para colocar um pouco de responsabilidade na cabeça do filho, é difícil imaginar o que teria acontecido.

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É preciso abrir um parênteses para falar da evolução da matriarca Kulina. No começo da segunda parte dessa temporada, Christina foi buscar um recomeço na reabilitação e tudo o que aconteceu lá poderia ter destruído toda esperança em uma possível recuperação. Mas Christina acabou encontrando força para se reerguer em um lugar escuro. Por ser algo que não era esperado, esse momento – responsável e seguro – na vida da personagem é ainda mais prazeroso. Ver Christina fazendo trabalho comunitário e lutando todos os dias para se manter sóbria é um respiro em uma série que coloca seus personagens contra a parede.

Por isso, precisamos voltar a falar sobre Jay, que decidiu ir para um motel para continuar com sua rotina de drogas ao lado de sua amada sem incomodar sua mãe. As cenas com Jay e Ava parece, penso que propositalmente, um clipe que se repetiria milhões de vezes no TVZ. Porém, quando a trilha sonora some, a tristeza e o desespero tomam conta.

Jay pensa que encontrou uma parceira para o crime e para a vida. Ele até tentou traçar um cenário diferente para esse amor longe do octágono, mas a vida de Jay é lutar e ele sabe que não dá para ser um lutador desse jeito. Ainda assim, Ava pergunta se Mac tem cocaína mesmo depois de ver seu amado passar mal. Sabemos muito pouco sobre a irmã de Alicia, porque ela foi para Los Angeles ou de onde vem tanto dinheiro, mas é óbvio que ela não é uma boa influência para Jay. O Kulina tem a revanche contra Ryan agendada e ele precisa sair dessa rapidamente.

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Mas vamos voltar a falar sobre coisa boa e falar sobre Nate? Sim, o Kulina mais novo finalmente ganhou uma luta com direito a nocaute e sangue espirrando na câmera. No entanto, o sorriso, mesmo sutil e envergonhado, que ele deu ao receber uma mensagem de boa sorte de Will teve um efeito mais satisfatório para o público. Não é fácil para alguém como Nate assumir sua sexualidade, mas finalmente ele tem alguém que, pelo menos, o entende e está disposto a ouvi-lo apesar de sua timidez, da sua tendência em afastar pessoas e do ambiente machista que ele insiste em frequentar.

Porque aos poucos, Kingdom mostra que é sobre solidão e a incansável busca de um lugar ou alguém que nos complete. Esse desejo também define a narrativa de Alvey nesses dois episódios, que está em um relacionamento com Roxanne, uma mulher que o impressiona por sua independência.

Mas Lisa quer voltar a Los Angeles e continuar a comandar a academia ao seu lado. Esse retorno não será fácil. Primeiro, porque o pai da ex-namorada não quer que ela deixe São Francisco e retome sua antiga vida. Mesmo com uma oferta tentadora de $ 200 mil, Alvey disse que não vai tentar convencer Lisa do contrário. Então, teremos o tão aguardado retorno da personagem em breve.


Nathani Mota

Jornalista, nerd e feminista. Melhor amiga da Mindy Kaling, mesmo que ela não saiba disso.

Salto / São Paulo

Série Favorita: Sherlock

Não assiste de jeito nenhum: Two and Half Men

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