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Legends of Tomorrow – 1×02 Pilot: Part Two

Por: em 31 de janeiro de 2016

Legends of Tomorrow – 1×02 Pilot: Part Two

Por: em

Agora sim, eu vi conversa!

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Depois de um piloto apressado, a sensação era de que estava faltando alguma coisa para dar a liga necessária de Legends of Tomorrow, o que ficou melhor explicado quando o nome do episódio dessa semana foi divulgado. O piloto foi dividido em duas partes e a compreensão do que a série quer mostrar só podia ser tirada depois desses 80 minutos. Faltava explorar um pouco melhor o vilão Vandal Savage, faltava um pouco mais de ação para a equipe junta e, por mais que tenha mostrado um caso bem particular, conseguimos ter tudo isso nessa semana. Além de uma surpresa que mudou completamente os rumos da linha narrativa adotada. Cabe dizer que aqui na review temos um espaço maior para debater assuntos dados como spoilers em um post de Primeiras Impressões, então me permitam trazer algumas coisas da primeira parte do piloto, mais uma vez.

Comecemos com a história milenar entre Kendra, Carter e Vandal. Há 4 mil anos atrás, Vandal Savage, um sacerdote egípcio, era completamente (e secretamente) apaixonado por uma sacerdotisa, que vem a ser Kendra em sua primeira vida, Chay-Ara. Só que como em toda boa trama de amor, as coisas não acontecem da maneira que a gente quer e a sacerdotisa estava apaixonada pelo príncipe Khufu, Carter em sua primeira vida. Possuído pelo ciúme, Savage matou os dois e rezou para o deus gavião, Hórus, para amaldiçoá-los por toda a eternidade. Chay também fez suas preces para que a vida dela e do amado fossem protegidas, só que uma vida acabou sendo ligada ao pacto acidentalmente, o que justifica a brincadeira de gato e rato que os personagens fazem ao longo do tempo. É muito importante que entendamos isso para captar o que vem pela frente na série. O objetivo principal de Rip Hunter é parar Savage da carnificina que fez ao longo dos séculos e que culminou na morte de sua esposa e filho, só que, para isso, precisará da ajuda do casal Gavião, já que somente eles podem dar a cartada final na vida do vilão para ser definitivo (o que explica a sobrevivência dele depois do ataque no crossover que acompanhamos) – ou pelo menos isso era o que pensávamos.

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Quando o episódio começa, com o tal leilão de armas, jamais poderíamos imaginar que o evento se transformaria em uma grande batalha entre a força de Savage e o nosso grupo de heróis nada convencionais. Um pouco por arrogância de Stein, outro tanto pela percepção do vilão, logo ficou na cara que eles não ornavam com aquele ambiente, expondo toda a missão de acabar com tudo ali mesmo. Para quem gosta de uma boa pancadaria, a cena foi um prato cheio. Pudemos ver cada membro da equipe explorando um pouco mais das suas habilidades, o que acabou sendo um tremendo alerta para Vandal, já que armas e trajes dotados de poder de fogo não eram muito “comuns” em 1975, Depois de muita porrada, um deslize de Ray Palmer (mais atrapalhado do que nunca), acabou levando a equipe a repensar todo seu plano de ataque, senão as consequências futuras seriam bastante perturbadoras – alguém mais ficou meio chocado com Central City destruída?

Nesse momento, o episódio se divide em três linhas narrativas bem interessantes e distintas entre si. O ponto mais bacana é que, se na primeira parte tivemos um foco em Rip Hunter e toda a sua motivação na derrocada de Savage, aqui ele fica praticamente como ligante de tudo que estava acontecendo e deixando que sua equipe conduza as coisas a sua maneira – não que isso seja, de fato, efetivo. Sem dúvidas, os momentos mais cativantes couberam a Stein, Jax e Sara, que foram de encontro ao jovem Martin. Curto demais esse lance de viagem no tempo pelas possibilidades que existem em uma trama assim. Ver esse encontro entre duas gerações de um mesmo personagem é um momento muito rico e abre portas para a reflexão do quanto a gente realmente muda e do quanto a gente “acha” que mudou, caindo nos mesmos erros do passado. Martin percebeu isso ao encontrar com uma versão de si mesmo muito arrogante e dona do mundo, típico do jovem, ainda mais em uma era progressista como os anos 70.

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E por mais que ele tentasse deixar de lado, o incômodo existia exatamente por ele entender que continuava assim, em diferentes escalas. Mas não teve como não se divertir com as interações entre o jovem Stein e Sara, num flerte bobo que a gente jamais imaginaria para o professor. Ou então o momento em que a versão mais velha dá alguns conselhos sobre não fumar tanta maconha ou maneirar na gordura saturada. Uma leveza que o episódio pedia e precisava. Aqui também cabe levantar que Martin e Jax possuem uma química incrível como as duas partes de Firestorm, o que a gente glorifica de pé, já que isso seria quase que impossível com a atuação maravilhosa (só que nunca) de Robbie Amell. Também foi bem bacana o paradoxo de apagar a existência de Clarissa da vida de Stein, o que cabe como um alerta claro de que a equipe precisa tomar cuidado com os movimentos que faz, já que cada pequena mudança pode surtir uma consequência enorme no futuro.

Do outro lado, tivemos a interação entre Ray, Leonard e Mick, outro acerto. A dupla de ladrões que já interage muito bem desde Prison Break, ganha uma pitada de ética com a adição de Palmer – o que por si só já torna os momentos interessantes. Juntos, eles foram atrás da tal espada que representaria uma maneira de acabar com a vida de Savage de uma vez por todas. O plano só falhou porque na visita ao seu passado, Chay-Ara esqueceu de perceber que, como a espada a pertencia, o golpe final tinha que vir das mãos dela. Aqui talvez tenhamos o momento mais surpreendente do episódio: Carter é morto a sangue frio. Jamais esperava que isso fosse acontecer, muito menos tão cedo. Claro que a ligação entre vidas que os personagens tem pode significar um encontro em breve, mas a sensação que fica é de que tudo pode acontecer – e acho que essa era a real missão do roteiro ao apostar tão alto em uma saída trágica.

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Durante todo o embate entre equipe e Savage, mais uma cena de luta muito bem coreografada e com direito a participação de todos naquele momento – o que engrandece ainda mais (será que a gente já pode sonhar com Arqueiro e Velocista Escalarte se juntando em uma das brigas?). O momento era tenso o suficiente para acontecer o que rolou e fechar o piloto com chave de ouro. Aos poucos, aquele grupo que era uma junção de pessoas perdidas nos propósitos da própria vida passa a ser uma equipe e já com um motivo para existir: vingar a morte de Carter. Esse fato também traz abertura para que a série explore melhor a personagem Kendra, que até então vivia a sombra dos poderes do seu destinado. Claro que a história de amor conduz muito bem aos dois, mas vai ser bem rico para os espectadores poder acompanhar ela desenvolvendo mais seus poderes e, até mesmo, acessando mais suas vidas passadas para entender de onde veio e porque passa por tudo aquilo.

Legends mostrou que não está para brincadeira. As viagens no tempo são parte fundamental de uma trama que passeará na linha narrativa do universo DC e pode trazer muitas surpresas para nós, espectadores. Como eu mencionei, tudo pode acontecer. E que aconteça, porque é exatamente isso que a gente quer ver!

Outros pensamentos aleatórios:

– Canário, sua linda, você fica bem de qualquer jeito, em qualquer época.

– Fãs de Arrow, quem mais deu uma pequena surtada ao ver Damien Darkh no leilão da arma nuclear? \o/ Eu já sabia que ele apareceria na série, só não que seria tão rápido. Interessante saber da sua ligação com Savage e do seu interesse por uma arma nuclear. Além disso, 1975 e ele estava do mesmo jeito. Será que tem Poço de Lázaro envolvido?

– A tal da Ivy University, berço do desenvolvimento de Stein, já foi citada em Arrow e também no piloto de Constantine.

– Marty, mudanças no futuro, isso lembra alguma coisa para vocês? Foi intencional que o roteiro nos levou a pensar em “De volta para o futuro”, grande sucesso de bilheterias e que tem uma abordagem de viagem no tempo que pode se relacionar com a que veremos na série.

 


Agora dá uma olhada no que o episódio da semana que vem, “Blood Ties“, nos reserva:

Pronto, parei de falar. O espaço é todo seu. Conta para mim o que você está achando do desenvolvimento da série!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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