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Legends of Tomorrow – 1×14 River of Time

Por: em 7 de maio de 2016

Legends of Tomorrow – 1×14 River of Time

Por: em

Erros, mais erros e uns poucos acertos no roteiro de Legends of Tomorrow.

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“River of Time” talvez tenha sido um dos episódios que mais me irritou até aqui. Foram 40 minutos adivinhando exatamente o que ia acontecer na próxima cena, sem nenhuma surpresa sequer. É triste perceber que a série caminha em direção a uma previsibilidade que em nada anima – já nem sei se vou conseguir curtir o desfecho de uma trama tão mal explorada como a de Savage. Tudo que podia dar certo, não deu, a começar pela manipulação de Savage. Quando você prende um vilão imortal e que já dizimou cidades, o mínimo que você faz é tomar cuidado com o quão manipulador ele pode ser. Rip tem esse conhecimento, mas simplesmente decidiu ignorá-lo por suas razões quase sempre egoístas, deixando sua equipe super vulnerável a qualquer coisa que Vandal os falasse.

Quando penso em Ray e na manipulação que sofreu nesse episódio, tenho vontade de rir. Tomado completamente pelo conflito entre ser a segunda opção da mulher que ama, Palmer foi domado a ponto de abrir a cela e achar que seria capaz de “mostrar que é melhor que Carter” (ou tão honrado quanto). Cara, não passa vergonha. Todo mundo ali já tomou umas porradas de Savage e, para um vilão desse porte, qualquer um poder abrir a sua cela me parece, no mínimo, descuidado. E o pior: tudo isso para depois Ray aceitar na maior boa vontade que Kendra e Carter nasceram um para o outro e estão destinados a ficar juntos. Vocês entendem o que estou falando? Perdemos um baita tempo da temporada explorando algo que já tinha seu final declarado no momento que começou. A cena que Kendra tenta se desculpar com Ray é vergonhosa. Aquela atriz tem zero carisma e zero aulas de atuação, porque nem fingir um choro ela soube. Ainda nesse triângulo ridículo, outro ponto que o roteiro tira onda com nossa cara é quando Carter lembra das suas vidas passadas, assim, do nada. Quer dizer, ele sofreu uma lavagem cerebral, era capaz de matar em nome de Savage, fez todo aquele circo, aí no último minuto possível ele relembra de tudo, só para criar uma ceninha impactante e motivar a equipe a continuar lutando. Não dá.

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Depois, todos os propósitos de Rip são extremamente contestáveis. Ora está pensando em salvar a família que já morreu umas 500x nesse vai e volta temporal, ora pensa na sua equipe e em como pode dar seu melhor para que todos o enxerguem como um líder de verdade. Saudades posicionamento. Ele podia muito bem determinar que está fazendo essa basófia toda para salvar sua família e ainda assim ser um líder incrível, mas tenta convencer todos a agir baseados em uma teia de mentiras que sempre se esfacela no momento em que ele mais precisa de união. Basicamente, o seu plano dessa semana envolveu entregar Savage para os Mestres do Tempo aliado da prova que lhe faltava, comprovando que ele era uma ameaça real. Só que quando a gente olha para a serenidade de Vandal perante ao conselho, não tem como pensar outra coisa senão que ele já sabia que tudo aquilo podia acontecer e, como sempre, estava 10 passos antes de Rip.

Ainda assim, foi ridículo. Mais uma instituição corrompida que acaba se dobrando aos desejos de um tirano com o argumento de que aquilo é o que a humanidade precisa para se refazer – algo muito próximo ao discurso de Damien, em Arrow, não? Agora com todos presos – talvez Snart e Sara consigam escapar da captura na nave -, é difícil prever como os dois próximos episódios fecharão a trama da temporada, fazendo com que a minha única torcida é para que acabem de uma vez por todas com qualquer possibilidade de Savage reaparecer para mais um ano como vilão (acho que eu desisto da série). Outro momento bastante sem sentido foi a maneira que Stein salva Jax dos efeitos acelerados do tempo em seus órgãos. Tudo bem ele descobrir que enviar o menino para 2016 seria a solução, até aqui estamos bem – o problema é ele fazer isso sem avisar ninguém dentro de uma nave onde aquela era a única opção de salvação. Isso resume tudo que a série é: um monte de personagens com um quê de heróis, mas que agem ao seu próprio benefício, pensando na equipe apenas quando lhes convém.

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Tá Leandro, mas qual foi o acerto então? Os pequenos flashbacks de cada personagem, momentos antes de embarcarem nessa missão sem sentido que já toma 14 episódios. Ali cada um mostrou seus propósitos e como não tinha nada a perder ou deixar para trás. Cada um a sua maneira, eles foram levados para essa estratégica missão e agora terão que encará-la até o final, nem que para isso sacrifiquem as próprias vidas.

Alguns outros comentário:

  • Gostei da deixa que Savage deu sobre o futuro de Laurel, mesmo a gente não tendo a menor ideia de como ele tem essa informação;
  • Também curti o fato dele ter descoberto a maneira que Rip atua na linha temporal;
  • Só isso mesmo, não deu para gostar de mais nada.

 


Confira o vídeo promocional de “Destiny”, penúltimo episódio da temporada (amém!):

E comenta comigo, por favor, porque eu preciso saber que não sou só eu que estou achando isso muito fraco! Até a semana que vem garotada!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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