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Legends of Tomorrow – 1×16 Legendary (Season Finale)

Por: em 22 de maio de 2016

Legends of Tomorrow – 1×16 Legendary (Season Finale)

Por: em

Tudo bem, vamos analisar esse final de temporada de coração aberto.

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Foram muitas as minhas (duras) críticas ao primeiro ano de Legends of Tomorrow, que errou muito mais que acertou. Seu maior pecado certamente fica a cerca da demora em respostas e propósitos. Passamos 15 episódios vendo coisas acontecendo, uma equipe lutando para descobrir que tudo estava planejado premeditadamente pelos Mestres do tempo. Depois disso, ficou difícil não desanimar. Somado a esse grande problema, tivemos personagens muito mal trabalhados em seus arcos, sendo Ray a pessoa que melhor ilustra o que eu quero dizer. De renomado no campo da Tecnologia, o cara passou a vértice de um triângulo amoroso que todo mundo já sabia o final e só. Era esse seu papel na série, tirando os poucos momentos que tinha alguma ação ou interação com Mick. Considerando tudo isso, minhas expectativas estavam lá embaixo para o desfecho da caçada de Savage, o que foi bastante positivo, porque, pela primeira vez, o roteiro conseguiu me surpreender.

Vejam bem, isso não quer dizer que eu vou ignorar a maneira apressada que a série optou por encerrar seu arco principal – talvez até eles sabiam que Savage foi um péssimo vilão e que acabar com aquilo logo era a melhor opção. Apesar de algumas explicações que rolaram organicamente, eu fiquei com a sensação de que eles poderiam ter feito isso melhor. Basicamente, o plano de Savage era fazer um ritual em três pontos diferentes da linha temporal, envolvendo o meteorito Thanagariano que iniciou todo o lance da imortalidade e o sangue dos Gaviões, sendo que isso iria criar um conflito temporal, resetando tudo para o ponto do início, onde ele poderia viver a história de novo, agora de acordo com sua gana de poder. Até aí, estamos ok. Foi inteligente demais usarem de momentos que já tínhamos vivido para criar essa sensação de deja vú (e de que fomos feitos de trouxa o tempo todo). Depois, a sequência em que Savage morre ao mesmo tempo, nas três linhas temporais, entrelaçadas, é incrível. Cada qual em seu tempo, conseguindo a vingança por aqueles que deixaram para trás. Sara, Mick e Rip, num luto repleto de raiva, foram os responsáveis por acabar de uma vez por todas com a ameaça de Vandal na linha do tempo.

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Agora, o que eu não entendo, por exemplo, é: como que a morte de Vandal – ou o fim de sua existência – não alterou a morte da família de Rip. Talvez isso até tenha sido explicado, mas esse lance de viagem do tempo atinge um nível de complicação que, em algum momento, eu me perdi – portanto leitores, pode ter textão com explicação nos comentários que eu vou adorar. Enfim, essa morte já não era sem tempo. Sem carisma ou apelo, Savage foi um erro de proporções homéricas para a primeira temporada da atração. A promessa que começou lá no crossover entre Arrow e The Flash, acabou sendo fraca demais. O que nos segurou até aqui foram os personagens que aprendemos a amar com o passar do tempo em suas séries de origem. Sara, por exemplo, é uma dessas. Figurando entre as mais interessantes da equipe, finalmente pudemos vê-la descobrindo sobre a morte de Laurel, em um momento devastador (eles não cansam de fazer a gente sofrer com essa morte). A participação de Paul Blackthorne (Xerife Lance) também deu o tom que o momento precisava – mas senti falta de um encontro entre ela e Oliver, pelo menos.

Mick também mostrou camadas interessantes durante esse final de temporada. Desmontando sua imagem de durão, foi incrivelmente tocante vê-lo voltar ao passado para encontrar Snart, lá vivo, só para mostrar sua gratidão. Como a morte do Capitão Frio foi mantida no episódio, ainda não sabemos como que ele estará nas séries da DC, mas já está confirmado que ele fará participações em todas elas – fica o espaço para especulações. Uma pausa rápida para um esclarecimento: vi muita gente falando sobre uma cena com Flash e Arqueiro Verde que rolava no trailer da série – essa cena foi refilmada e os produtores tiraram a participação de Gustin e Amell, por acreditarem que limitaria o público para a nova atração -, então não rolou enganação, eles falaram sobre isso publicamente já.

A sensação que fica é que os produtores arrumaram a casa para um novo ano que tem tudo para ser incrível, ainda mais com a chegada de Hourman, na participação de Patrick J. Adams. Para quem não conhece, Rex Tyler é um cara dotado de poderes como super força, reflexos expressivos e o dom da cura, mas tudo isso só por uma hora, enquanto os efeitos da droga Miraclo, sua criação, percorre seu sistema. A introdução do novo personagem por si só já seria incrível, mas trouxe ainda um bônus que promete agitar o segundo ano: a Sociedade da Justiça da América. Percursora da Liga da Justiça, essa legião já contou com vários integrantes, sendo sua formação mais famosa a que conta com Lanterna Verde (!!!!!!!), Flash, Gavião Negro, Hourman e Sandman. Segundo os produtores, veremos qual a formação da SJA no segundo ano e que podemos esperar uma trama envolvente quanto ao novo vilão – e não, ele não terá nada a ver com os Thanagarianos, como muito vem sendo especulado. Cara, acho que a temporada toda valeu por esses minutos finais, porque ele não só trouxe esse twist maravilhoso, mas também nos livrou de Kendra e Carter!

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Fui buscar algumas entrevistas da produção de Legends e, segundo eles, não existia mais o que contar na história dos dois personagens, sendo a morte de Savage um grande desfecho para que eles recomeçassem. E isso foi um baita acerto. Kendra era um elo super fraco no carisma da equipe e, contanto que possa fazer participações esporádicas, prefiro ela longe mesmo. Isso deve trazer uma nova dinâmica para a série e para a equipe de Rip, agora responsáveis pela linha temporal. Estou torcendo muito que os boatos da entrada de Vixen se concretizem – seria incrível ver uma outra mulher de peso ao lado de Sara.

Agora eles tem tudo nas mãos. Personagens novos, um novo recomeço. Legends of Tomorrow pecou, mas conseguiu ao seu final me deixar ansioso para os próximos passos. Vamos ver o que a equipe da CW apronta para o segundo ano da série que vem na Fall Season dessa vez, abrindo a programação das noites de quinta. Obrigado pela companhia aqui nas reviews e a gente se esbarra em um outro texto por aí!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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