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Lone Star – Quando a TV aberta tenta inovar

Por: em 28 de setembro de 2010

Lone Star – Quando a TV aberta tenta inovar

Por: em

Há um bom tempo a TV paga dos Estados Unidos apresenta séries com ótimos roteiros, produção de primeira linha, atores consagrados e gente nova que manda bem. É um banho na rasa programação da tv aberta que há tempos não proporciona algo inovador e que consegue se manter no ar por algum tempo. Lone Star, uma das novas séries da fall season 2010 tomou o caminho inverso. Roteiro brilhante, um tanto quanto inovador, e com um elenco que vai de Jon Voight a carinhas nem tão conhecidas como James Wolk.

Lone Star promete. Lembro-me que quando li a relação de séries desta fall season, poucas séries me chamaram a atenção. Lone Star era uma delas. O elenco é ótimo, principalmente James Wolk.”

Rodolfo Costa – Apaixonados por Séries

Lone Star tem como tema de um golpista do Texas vivendo uma vida dupla entre duas mulheres e suas famílias, apoiado pelo pai, mas que deseja parar de enganar e tentar viver a vida “honesta” com suas esposas. Entre outros fatores como a excelente trilha sonora, Lone Star foi aprovada pelo canal de tv aberta FOX no começo de 2010. Foi aí também o primeiro erro da série que foi cancelada hoje com apenas dois episódios exibidos e audiência de 3 a 4 milhões de telespectadores. Números fantásticos…para um canal de tv paga.

Quando a fall season começou com a estreia de Hellcats dia 8 de Setembro, nós já sabíamos mais ou menos o que esperar, pois dentre as vinte e uma estreias, oito delas eram policiais/espionagem ou dramas jurídicos. As outras se dividiam em comédias de meia hora ou séries que tentariam inovar a tv aberta, como os casos de My Generation e Lone Star.

O que existe de bom hoje em dia não deve continuar por muito tempo. Séries  como Grey’s Anatomy, Desperate Housewives e House não irão durar por mais 3, 4 ou 5 anos, fechando um arco que começou com os términos de Lost e 24 Horas. Além disso, temos as séries teens do canal CW e a montanha de séries procedurais como CSI, Criminal Minds e NCIS, e as comédias de gosto geral como The Big Bang Theory, The Office e Two and Half Men. Mas até quando todas elas é que serão o que há de melhor em uma fall season?

“Pois bem. Bastam alguns minutos de episódio para saber que estamos diante de uma produção de qualidade. Além disso, o protagonista tem um carisma impressionante e parece ter sido escolhido a dedo para o papel, que exige essa abordagem sedutora.”

Camila Barbieri – Séries em Série

É claro que temos surpresas. Ano passado fomos presenteados com o que viria a ser uma das melhores comédias, a vencedora do EMMY Modern Family, além de outros hits como Glee e The Good Wife. As três se encaixam em comédias e dramas jurídicos, o que mais uma vez não é surpresa para ninguém. Lembro de quando tivemos a estreia de Pushing Daisies em 2007. Criativa, abusava de fantasia e cores fortes no melhor estilo Amélie Poulain. Começou bombando, os americanos dando chances, mas foi cancelada em sua segunda temporada com índices baixíssimos de audiência, ainda piores que Lone Star. Outro grande exemplo de série bem feita e não admirada pelo público é Friday Night Lights, que teve a sorte de ter sido salva pela DirecTV.

O importante aqui é a falta de sensibilidade do povo americano em querer mudar. Querer, aliás, é uma palavra muito forte, eles nem sequer tentam. O que foi tratado como um dos melhores roteiros da fall season 2010 é também o primeiro cancelamento da temporada. E aí, nós brasileiros (que também somos muito adeptos do comodismo), que infelizmente não temos chance de voz nessas decisões, nos perguntamos por que Gossip Girl está no ar? Ela não está sendo bombardeada pela crítica e inclusive pelos fãs? Por que Heroes, uma das séries com a pior trajetória da história da tv conseguiu ficar no ar por 4 anos?

Esse é o preço que pagamos pela preguiça alheia? Pelo comodismo de assistir sempre as mesmas coisas que, como muito bem disse a crítica Camila Barbieri do site Séries em Série, apenas mudam de cenário e atores? Esse post não é um desabafo de alguém apaixonado por Lone Star, o que é difícil com apenas um episódio, mas é o que milhares de fãs de seriados estão pensando hoje. Esperamos mesmo que chegue o dia que parem de tentar vender as séries como a nova Lost ou qualquer outra série que tenha feito sucesso. Nada se cria, tudo se transforma, é verdade, mas esperamos mesmo que tais transformações ganhem uma chance das pessoas pelas quais elas dependem para estar no ar. Dizem que Lost mudou a forma de ver a tv não só pela sua adaptação multimídia, mas pela chance dada pelo povo americano. Hoje sabemos que as coisas não mudaram tanto assim. HBO, Showtime, USA, TNT, muito obrigado por existirem.

“Além disso, não se pode negar que a premissa da série tenha um enorme potencial. Contar a história de um golpista que vive múltiplas vidas mas que está se envolvendo emocionalmente demais com sua situação pode render muitos bons frutos.”

Gabriel Oliveira – Série Maníacos

PS: Em nenhum momento tive a intenção de dizer que séries procedurais, jurídicas ou médicas são ruins. Muito pelo contrário, as que estão no ar há um bom tempo são de ótima qualidade, mas não irão durar para sempre.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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