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Luke Cage – 1×02 Code of the Streets

Por: em 30 de setembro de 2016

Luke Cage – 1×02 Code of the Streets

Por: em

“Ele só pede que se lembre de sua história.”

Aprofundando as relações entre alguns personagens e dando maior profundidade a outros, o segundo episódio de Luke Cage continua o bem sucedido trabalho do piloto e mostra que o que vimos lá não foi um fato isolado, mas apenas o primeiro capitulo de uma grande história.

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O roteiro não perdeu tempo em trabalhar a ideia de Luke precisar abandonar seus ideais de vida comum e voltar a usar suas habilidades para ajudar as pessoas de Harlem e o responsável por isso foi Pop, um dos personagens mais interessantes da série. Não falei dele no texto do primeiro episódio por preferir fazer uma análise mais geral, mas agora tempos tempo. Foi interessante assistir um pedaço de sua história por meio de flashbacks e por sua boca e entender que tudo que ele é hoje é fruto do seu passado.

Tudo que ele passou nas ruas e na prisão deram a ele a necessidade não apenas de recomeçar, mas de impedir que outras crianças de Harlem sigam o mesmo caminho, que infelizmente parece ser o natural quando se é nascido e criado ali. Nesse sentido, dá pra entender também sua relação com Luke. Pop enxerga nele alguém que tem a chance de ajudá-lo a impedir que mais pessoas sigam o caminho que um dia ele seguiu; alguém que pode fazer o bem e salvar seus irmãos de um destino infeliz… alguém que podemos chamar de herói.

Nesse episódio, isso aparece representado na figura de Chico, procurado pela polícia e por Cornell, mas encontrado primeiro por Luke. Chico é um desses garotos que Pop adotou como filho do coração, alguém no qual ele enxerga seu eu do passado e, por isso, alguém que ele queria proteger. É triste que, no fim, isso tenha custado sua própria vida e a troco de pouco, já que provavelmente o garoto também pode acabar morrendo no massacre promovido pelos capangas de Stokes.  O momento do tiroteio foi um dos mais angustiantes do episódio e, a longo prazo, deve despertar em Luke o desejo de fazer com que Boca de Algodão pague pelo que fez e de proteger o povo de Harlem, como Pop queria que ele o fizesse.

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Além disso, o episódio focou um pouco mais em Misty – que também descobrimos ser uma velha conhecida de Pop. Vê-la em ação, jogando com os garotos na quadra para tentar conseguir informações sobre Chico, mostra que assim como Pop, Misty também vê um pouco de si em cada um dos habitantes do Harlem e sabe usar isso a seu favor para fazer bem seu trabalho. Claro, existem as velhas conveniências de roteiro, como a investigação acabar levando-a diretamente para um novo encontro com Luke, mas são artifícios narrativos que fazem parte da maioria dos seriados e que não incomodam quando estão a serviço de uma boa história, como aqui.

Nesse mesmo caminho, se encaixa a relação entre Boca de Algodão e Mariah. No primeiro episódio, deu pra ver que existia alguma relação pré-estabelecida entre os que parecem ser os dois antagonistas principais da série, mas não imaginei que isso acabaria no âmbito do sangue. Primos, parecem ter o mesmo objetivo: Serem os mais poderosos no meio em que atuam, o que aparentemente pode levar a uma futura guerra civil familiar entre ambos.

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Retornando aos elementos que tornaram o primeiro episódio tão bom, como uma excelente trilha sonora, uma estética mais pesada e uma ambientação característica à história que pretende contar, Luke Cage acertou de novo e mostra que, sim, na Netflix e na Marvel nós podemos confiar de olhos fechados.

Outras observações:

— Stokes não gosta de ser chamado de Boca de Algodão. Quem gostaria, né.

— Sensacional que a cena inicial com Luke tranquilo enquanto o cara o ameaçava de morte fosse, na verdade, a última do episódio. A reação de Cage já mostra que a morte de Pop mudou alguma coisa dentro de Luke.

— O cara queria tanto que chamassem o Quentin Tarantino. Conseguiu da pior forma possível.

— “Vou voltar a Hell’s Kitchen onde é seguro.” Cuidado aí, moço. Sei disso não…

— Jamais esperei que o Pop morresse agora. Acreditei que ele fosse ser algum tipo de amigo/mentor pro Luke durante toda a temporada.

— Misty não comprou essa história do Luke sair ileso, não. Mais um ponto pra série por não criar personagens que aceitam facilmente coisas humanamente impossíveis.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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