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Luke Cage – 1×04 Step in the Arena

Por: em 1 de outubro de 2016

Luke Cage – 1×04 Step in the Arena

Por: em

Episódios de origem sempre são interessantes e, até agora, tem funcionado quase que 100% nas séries de super herói. Com Luke Cage não foi diferente.  Step in the Arena aproveita a explosão causada por Stokes no fim do episódio passado para criar a situação narrativa ideal para contar a história de Luke Cage. Ou, melhor dizendo, a história de Carl Lucas.

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Longe de ser o primeiro ou o último policial a acabar atrás das grades, o Carl Lucas do passado que aqui conhecemos, em pouco lembra o Luke Cage do presente. A barba por fazer no rosto denunciava um homem amargo, perdido, que acabava de ter privada sua liberdade e que era obrigado a esquecer tudo o que sabia sobre a vida para se adaptar a vida em um presídio, o lugar que anteriormente possuía um sentido totalmente diferente para ele. O momento em que ele pressiona a mulher responsável pelo grupo de apoio (Reva) dentro do local e diz que sabe o que significa estar ali é um dos modos do roteiro de retratar isso.

Contudo, na essência, algumas semelhanças também existem entre Carl e Luke, sendo a principal de todas o sentimento de culpa e carma carregado desde aquela época. Muito também do cuidado que Luke tem com os outros e da necessidade de “ser comum” e fugir de tudo que o lembra do seu passado advém desse sentimento, alimentado dia após dia com as lembranças dos tempos de Seagate e dos anteriores.  E, de certa forma, é esse cuidado o responsável pelo primeiro passo da transformação de Carl Lucas em Luke Cage. Aceitar lutar dentro do presídio para que Pavio Curto, único amigo que fez ali dentro, não sofresse nenhum tipo de retaliação foi uma forma de Lucas fazer por alguém algo de bom, mesmo estando preso entre barras de ferros.

A relação desenvolvida entre Carl e Reva foi um dos pontos altos do episódio, muito menos pelo amor proibido e muito mais pelo que estava envolvido ali. Lucas viu na doutora alguém em quem confiar, uma alma boa perdida, uma esperança no meio de todo aquele caos.  É bem interessante ver o início do relacionamento que parece ter mudado pra sempre a vida não só de Luke, mas também de Lucas.

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Foi o aviso a Reva de que existia aquele tipo de Clube da Luta dentro da prisão e o pedido para que ela se afastasse que fez com que ele fosse espancado até perto da morte, levando-o à experiência com a bioimersão que lhe deu suas habilidades. O roteiro da série não deixou exatamente claro qual a origem do material no que Lucas foi imergido e que o transformou em Lucas, mas as palavras de promessa de Reva de que irá explicar tudo dão a entender que essa é uma trama que ainda vai ser abordada no futuro. E, há que se dizer, ela merece. Poucas personagens conseguem conquistar tanto em um episódio apenas.

Paralelo ao passado revelado, tivemos também a luta de Luke e Connie para sair de debaixo dos escombros do prédio explodido por Stokes. Os momentos em que a velha senhora se choca ao ver o inquilino usando sua força sobre-humana para tirá-los dos escombros é bastante divertido, mas o que fica de todo o acontecido é o o nascimento, de fato e direito, de um herói para o bairro de Harlem. Quando Luke saiu das pedras andando e teve toda a imprensa em seu encalço, eu já imaginei que a resposta para a pergunta sobre quem ele é seria um esperado “Eu sou Luke Cage”, mas isso em nada diminuiu o impacto do momento. Agora, sem a proteção do anonimato , a guerra entre Luke e Stokes deve esquentar mais ainda.

Outras observações: 

— O episódio acabou sendo o mais arrastado da série até aqui por passar boa parte mostrando Lucas na prisão, sem muitos acontecimentos relevantes.

— É, amigão. Se Misty já tava em sua cola, imagina agora…

— De longe, o episódio mais cheio de referências. Duvido que tenha algum fã clássico que não tenha ficado arrepiado ao ver Luke saindo do tubo com a tiara e os braceletes e depois encontrando a blusa amarela, o “uniforme” clássico das HQ’s. Obrigado, Marvel.

— Você consegue imaginar Luke ouvindo Beyonce? Porque eu não.

Sweet Christmas!!! Mais uma bela referência. Nas HQ’s, esse é o bordão clássico de Luke, depois de uma promessa dele feita a avó, de não falar palavrão.

E você, o que tem achado da série da Marvel com a Netflix? Continue acompanhando nossa maratona porque amanhã tem mais review!


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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