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Luke Cage – 1×11 Now You’re Mine

Por: em 2 de outubro de 2016

Luke Cage – 1×11 Now You’re Mine

Por: em

Adentrando a reta final de sua primeira temporada, a trama desse décimo primeiro episódio de Luke Cage arma todo o cenário que a série precisava para seus momentos finais. Enquanto víamos os desdobramentos da grande enrascada que Luke se meteu ao invadir o protesto da Harlem’s Paradise, entendemos um pouco melhor sobre as motivações de Willis nesse jogo de interesses que vem permeando toda a temporada.

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Se todos os nossos problemas e questionamentos surgem na infância, Kid Cascavel pode ser enxergado como uma bela alegoria dessa infelicidade. Ao ser renegado pelo seu pai, um respeitado membro da igreja, Willis acaba colocando toda sua vida a prêmio e e tendo a vingança como sua única motivação para viver. É difícil entender (ou até acreditar) que um motivo torpe como esse poderia causar tantos transtornos em uma pessoa, mas tudo que descende de relações paternais traumáticas, ganha uma força sem medidas na vida adulta. Enquanto eu esperava um verdadeiro embate entre ele e seu meio-irmão nesse episódio, também acreditava que era cedo demais para a série nos entregar tal cena, quando ainda temos duas horas para encerrar a maioria das tramas.

Interessante notar também a trajetória de Shades, no meio de todo esse circo. Confesso ter esperado um pouco mais do personagem, que executou seu papel de coadjuvante de maneira excelente, mas poderia sim ter sido melhor encaixado em algumas tramas e até ganhar mais destaque.  Seus momentos no episódio foram controversos, ora apoiando as insanidades de Kid, ora parecendo bastante reticente com os rumos que as coisas estavam tomando. Toda essa reticência fazia sentido e acabou sendo ele um dos que ficaram para trás para levar a culpa e testemunhar na polícia quanto aos eventos ocorridos naquela noite. O que posso garantir é que foi uma delícia ver ele levando umas porradas das meninas (o que me surpreendeu um pouco, pelo nível de treinamento dele) e, depois, ver Claire (nossa rainha) pisando naquele óculos escuro dele.

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Agora se alguém passou maus bocados, além de Luke claro, esse alguém foi Misty, que tomou uns tiros no final do último episódio e  se viu impossibilitada de fazer qualquer coisa diante de tudo que estava acontecendo. Tudo isso acabou sendo bem importante para que ela percebesse a série de equívocos que veio cometendo ao longo de sua investigação. Ao colocar Luke como centro de todos os fatos, ela envolveu sentimentos controversos em uma análise que poderia ter sido muito mais abrangente e real. E, vamos combinar, ela levou um belo mole de Claire depois daquele cenão todo que fez na delegacia (se fosse outra, com certeza não ajudaria). Ao insinuar um relacionamento entre a enfermeira e o senhor à prova de balas, senti uma ponta de ciúmes que não fez o menor sentido para mim, então vou deixar de lado e acreditar que foi só um erro de interpretação da minha parte.

Luke, coitado. Esse cara nem herói queria ser e acaba se metendo nos maiores problemas. Toda essa questão mal resolvida com seu amigo/meio-irmão tomou proporções estrondosas e colocou a vida de muita gente em jogo. Gosto muito dos momentos entre ele e Misty, da cumplicidade sendo aprofundada, da honestidade vindo a tona: Carl Lucas e Luke Cage são a mesma pessoa – ou quase isso. Entender essa mudança é fundamental para tudo que está por vir, já que, ao escolher salvar a vida de sua antiga colega de trabalho, Luke se colocou na mira de uma polícia que parece não pensar antes de agir, deixando o desespero responder por atos que, depois, não podem ser desfeitos. E mutio disso motivado pelas atitudes de Mariah.

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A construção dessa personagem é incrível. A maneira como ela se debate para aceitar que é um reflexo de sua ancestral torna a trajetória de aprofundamento das suas características uma bela jornada. Manipuladora até a última gota de sangue, ela vem jogando inclusive com Kid, que deveria ser o maior vilão. É na simplicidade dos atos que Mariah chama atenção. Primeiro por convencer Willis a mudar a sua linha de pensamento e levar a bala “Judas” para a polícia. Depois, por fazer a população acreditar que ela é uma real defensora dos fracos e oprimidos – tornando toda e qualquer sugestão como um verdadeiro ato de coragem contra um monstro que o Harlem precisa combater.

O que eu espero, de verdade, é que ela esteja envolvida ainda mais nesse ato final da temporada. Não somente na manipulação, mas assim como a vimos acabando com a vida do Boca de Algodão, quero Mariah na linha de frente, colocando seu sangue frio a prova e esfregando na nossa cara que não há limites para alguém com sede de poder. Com Kid Cascavel em fuga, Misty debilitada, Luke preso e uma população amedrontada, absolutamente tudo pode acontecer nesse dois últimos episódios. Então, boa sorte para nós!

Comente com a gente o que está achando dessa estreia da Netflix e acompanhe de perto nossa maratona. Logo publicaremos o que achamos do próximo episódio.


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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