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MacGyver – 1×11 Scissors

Por: em 20 de dezembro de 2016

MacGyver – 1×11 Scissors

Por: em

Depois de muito tempo, finalmente chegou o tão esperado desenvolvimento de alguns personagens. Mesmo não sendo algo com tanta profundidade, foi a vez de conhecermos melhor os personagens que já acompanhamos há algumas semanas. Nesse episódio, MacGyver não apenas deu mais um passo em sua história, como também nos mostrou a necessidade de darmos o primeiro passo para nosso futuro.

Sean Michael Weber - MacGyver

Dando continuidade aos eventos passados, Bozer finalmente conseguiu se encaixar na equipe. Mesmo não sendo de uma importância muito grande, o personagem claramente conseguiu criar seu espaço na série. Não somente por ser o alívio cômico que nos traz de volta à realidade, mas também pelo seu jeito de interagir com as pessoas. Ele conhece Mac desde sua infância, mas conhece Riley há muito pouco tempo, principalmente seu lado secreto. Mesmo assim, em nenhum momento ele a trata diferente de Mac. Uma vez como amigo, o tratamento sempre será igual. E o importante disso é que, querendo ou não, isso pode acabar se tornando um perigo. Bozer confia demais nas pessoas, sempre esperando o melhor delas. O fato de não desconfiar de Riley, mesmo sendo impossível que ela tivesse mentido, demonstrou isso para o público. Do mesmo jeito que Mac foi traído por Nikki, isso pode acabar acontecendo novamente. Mas, se para Mac já foi difícil a deixar ir, o que será de Bozer? É fato que, nos próximos episódios, ele precisará amadurecer um pouco mais. Mesmo sendo o alívio cômico, ele ainda faz parte da trama principal e, uma hora ou outra, acabará tendo que arcar com as consequência de seu jeito.

Claro, isso não torna o personagem menos importante que os demais. Apesar de ser sua fraqueza, é isso que o diferencia dos outros. Seu relacionamento com Riley, pelo que conseguimos perceber, talvez comece a ser trabalhado agora. A garota ainda tinha muitos segredos para ter uma profundidade maior em uma relação, mas finalmente a personagem está pronta para isso. Ainda não é possível saber se o roteiro realmente quer iniciar um caso entre os dois, mas é possível ver que é para isso que ele está se encaminhando. Os dois são grandes amigos, mas o fato de ter o número completo pode acabar mudando isso significativamente. Afinal, mesmo após tanto tempo, a proposta principal de ter o número completo era essa. Será que eles finalmente darão o próximo passo? Analisando os episódios, um relacionamento talvez não fosse o ideal, levando em conta que a série prefere focar no procedural, deixando de lado sua própria trama principal em alguns momentos, mas seria interessante ver essa mudança. Com uma temporada completa, a história precisará mudar constantemente para cativar o público.

Mac, por sua vez, continua um ótimo personagem. Apesar de não sabermos mais sobre seu relacionamento familiar, o que deverá ser um fator importante no futuro, ainda é possível ver a profundidade do personagem pela relação com os amigos. Na verdade, seus amigos são sua segunda família. Todos dizem que o natal é um dia para se passar com a família, e não foi o que eles fizeram? Mesmo em constante perigo e com diversas brigas, eles só funcionam juntos. Na verdade, essa é a principal característica de uma família. As diferenças são as responsáveis por nos mostrar que há outras realidades além da nossa. São elas que nos mostram que as pessoas não são iguais e precisamos respeitar isso. Antes de sair para o mundo lá fora, é com a nossa família que temos as primeiras desavenças. É ela que nos ensina a superar as diferenças e aceitá-las ou, em alguns casos, seguir em frente. É bom ver essa temática sendo trabalhada, principalmente nos mostrando que uma verdadeira família não é formada por sangue, mas sim por laços. Nós somos partes de uma família, mas ainda podemos criar a nossa própria.

George Eads e Lucas Till - MacGyver

De todos os momentos, o foco principal do episódio foi a relação de Riley e Jack. Era triste vê-los sendo principais, mas sem terem papéis importantes na trama. Trabalhar a relação deles não foi apenas algo para incluir no caso da semana, mas também para incluir na história em si. Finalmente descobrimos o motivo de Riley ser presa. Quando ela disse que estava apenas fazendo o bem para alguém que amava, ainda não sabíamos que esse alguém era sua mãe. Mesmo não tendo grande interação no episódio, talvez sua mãe acabe voltando novamente, já que se tornou uma personagem essencial desse relacionamento. Riley quer fazer o bem, mas sua mãe sempre será importante. E, mesmo traindo os amigos, ela ainda conseguiu fazer o bem. Ela não apenas mostrou ser uma ótima amiga, mas também uma ótima filha. Em um único episódio, conseguimos vê-la lutando por sua família de sangue e por sua família de laços. Se antes alguns tinham dúvidas de seu papel no grupo, agora já podemos ter certeza. Riley é e sempre será parte da equipe.

Seu relacionamento com Jack, no entanto, acabou não sendo tão satisfatório. A história foi boa, mas a execução não foi tão bem elaborada, principalmente levando em conta o timing da história. Com exceção do episódio piloto, em nenhum momento conseguimos ver toda essa profundidade entre os dois. Na verdade, eles agiram de modo normal em várias missões. Não foi errado isso ter sido trabalhado apenas agora, mas seria mais interessante se já viesse sendo construído desde o começo. Mesmo assim, é impossível negar a emoção que as cenas nos transmitiram. Riley nunca viu seu pai como verdadeiro, mas encontrou o verdadeiro em Jack. Mesmo assim ele a abandonou e a deixou sem nada. Muitas vezes tomamos atitudes baseada no que achamos melhor para o outro, mas não percebemos que estamos fazendo o que nós achamos melhor, não o outro. Nós tomamos atitudes egoístas, o que acabam piorando toda a situação. Jack achou que se afastar de Riley fosse a melhor opção, quando tudo que a garota precisava era dele ao seu lado. Será que realmente precisamos fazer as coisas baseado no que achamos, ou podemos tentar entender o que o outro realmente precisa?

Já Thornton, infelizmente, continua sendo deixada de lado. Mesmo tentando ser a chefe, em nenhum momento os agentes obedecem suas ordens. Ainda, na maioria das vezes ela aparenta ser uma agente comum. Do mesmo modo que aconteceu com Jack e Riley, e anteriormente com Bozer, seria interessante ver a personagem sendo mais bem trabalhada. O problema é que, mesmo que isso aconteça, provavelmente será surpresa. Por ser procedural, em nenhum momento o roteiro se importa em começar o desenvolvimento em episódios anteriores, deixando toda a história dos personagens para ocorrer em apenas um capítulo. Mesmo com a fórmula ainda funcionando, seria interessante se houvesse uma mudança. Trabalhar com sua trama principal não enfraquece os casos da semana. Na verdade, os fazem serem ainda mais importantes.

Michael Michele - MacGyver

No geral, MacGyver ainda precisa melhorar um pouco mais. Levando em conta que será uma temporada completa, é certo imaginar que ainda falta muito que ser mostrado, mas infelizmente a sensação que temos no momento é que as ideias estão se esgotando. Só nos resta esperar e ver se, nos próximos episódios, o roteiro conseguirá ficar mais consistente.

Observações:

Não gosto do feriado de natal, mas fiquei feliz que tudo deu certo para eles.

Os efeitos especiais melhoraram bastante. Isso mostra que a CBS realmente está apostando na série.

A atuação da Tristin Mays foi ótima. Até o momento, apenas o Lucas Till conseguia ser o melhor.

Os casos da semana continuam interessantes. É um dos pontos fortes da série.

É interessante o fato de Angus ser inteligente, mas seria interessante vê-lo sem ter a mínima ideia do que fazer. Vale lembrar que esse é o MacGyver jovem, então seria interessante uma personalidade menos madura.

O próximo episódio será exibido apenas em 06/01. A promo ainda não foi divulgada, mas logo quando for ela será adicionada aqui.

 


E você? O que achou do episódio? Não se esqueça de deixar sua opinião e continuar acompanhando as reviews aqui, no Apaixonados por Séries.


Lucas de Siqueira

Apaixonado por Tom Holland, séries históricas, documentários sombrios e guerras. 19 anos de pura imersão em diferentes universos através da leitura e pronto para criar outros através da escrita.

Santa Branca/SP

Série Favorita: Game of Thrones

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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