Com um episódio um pouco mais ágil que o da estreia, Madam Secretary começa a encontrar seu tom em Another Benghazi. No entanto, a jornada de Elizabeth McCord ainda não consegue empolgar ou demonstrar qualidades que fidelizem a audiência.
Desta vez, a Secretária de Estado precisa lidar com uma situação um pouco mais complicada que a dos adolescentes presos. A embaixada americana no Iêmen começa a ser alvo de protestos violentos. Mais uma vez a série retrata uma pacata família americana sendo injustamente atacada por uma multidão alienada que acredita em um hoax e só sabe gritar “Morte à América”. Raso e maniqueísta, no mínimo.
A super Madam Secretary é a única a perceber que os desdobramentos podem ser piores do que parecem, então tenta dar seu jeito de driblar a burocracia, já que o presidente se recusa a enviar reforços para o local. Ela reafirma a postura de fazer o que for preciso, mas a intervenção no jogo de golfe não é tão bem sucedida quanto sua argumentação com o agente russo no piloto.
Como não poderia deixar de ser, uma crise familiar também atinge McCord. Sua filha “secreta” vira notícia nos principais jornais e portais da internet por organizar um protesto na faculdade. O que, convenhamos, já é um plot bem melhor que a saga da estilista, né?
Para solucionar os problemas no Iêmen, Elizabeth precisa usar um fundo de emergência para contratar uma empresa de segurança privada – nenhum problema até aí, exceto pelo fato de que a própria já tinha escrito um artigo atacando de forma incisiva os métodos utilizados pelos mercenários, inclusive chamando o presidente da Vesuvian de “satã”. Certamente uma alfinetada para tentar provar que os críticos das decisões do governo fariam a mesma coisa se estivessem lá.
Por alguns minutos, o público e os personagens são levados a acreditar que o embaixador não sobreviveu a um ataque mais violento no Iêmen, supostamente desencadeado pela atitude truculenta dos americanos. Na verdade, ele conseguiu ser resgatado pela equipe da Vesuvian, retratada agora como um grupo de homens bem treinados, pacíficos e que não atacaram ninguém, apenas retiraram o “pacote” de uma situação de risco, inclusive sacrificando um dos seus – e tudo isso porque eles mudaram de postura ao ler o artigo de Elizabeth.
A filha dos McCord já chegou se mostrando mais imatura que os irmãos menores. Sem considerar o impacto das suas ações para a carreira da mãe, ela armou todo um escândalo midiático para largar a faculdade. Mal pisou em casa e já estava criticando as escolhas de Elizabeth (sendo que até o mini anarquista entende que ela não toma decisões sozinha). Para completar, a princesa queria ficar em casa escrevendo um romance sem procurar um trabalho. Pelo menos se mostrou coerente ao rejeitar um emprego que só conseguiria por causa do nome da mãe.
Algumas observações:
– Que cara de pau chamar toda a estratégia da Elizabeth de “sorte” depois que viram que o embaixador estava são e salvo, heim?
– As alunas atraentes de Henry foram citadas duas vezes em dois episódios. Será que até o final da temporada os McCord se envolverão em uma crise conjugal?
– O título do episódio, Another Benghazi, faz referência a um ataque ocorrido em 2012 contra o consulado americano na Líbia, que terminou com a morte do embaixador.
A série ainda tem problemas com o ritmo e incomoda muito esse patriotismo exacerbado que sempre coloca os americanos como os bonzinhos injustiçados das situações. Apesar de mostrar só um lado da moeda, Madam Secretary poderia ser menos maniqueísta, só pra variar. E você, leitor? O que achou do episódio? Deixe seu comentário!
