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Maratona Friday Night Lights – 5ª temporada

Por: em 8 de dezembro de 2015

Maratona Friday Night Lights – 5ª temporada

Por: em

Quando o último episódio de Friday Night Lights acabou, levei um tempo para maturar toda a informação final. Queria sentir o que realmente estava pensando de tudo aquilo, se tinha gostado ou não e a impressão que fica talvez não seja a esperada. A verdade é que a série nunca voltou a ser o que foi no seu primeiro ano. Teve sim dramas excelentes, desenvolvimentos interessantes e personagens que nos cativaram ao longo do caminho, mas o apelo inicial definitivamente ficou para trás.

Isso tira o mérito do final? Não, de maneira alguma. Mas fiquei com a sensação de que faltava alguma coisa ali, algo que me prendeu desde o piloto e só identifiquei depois de algum tempo: as pessoas que me apeguei não estavam todas ali naquele encerramento. Muitos ficaram no caminho, encerrando suas trajetória de maneira corrida e pouco trabalhada. Jason Street foi o cara que nos levou para essa história. Foi ele que acabou com sua carreira no piloto, foi ele que sofreu a dor de perder os que amava e ele não estava ali. Eu não sei se isso foi consequência da mudança de canal, do baixo orçamento, enfim, um pedaço da série faltava ali.

Como já vem sendo durante toda essa maratona, vamos passar pelos tópicos separadamente nessa nossa última parada por Dillon.

 

(Re)Começando do zero

fnl-5-riggins

Teve personagem mais ferrado que Tim Riggins durante a série toda? Eu acho que não. Ele realmente foi do luxo ao lixo tantas vezes, que fica fácil entender porque ele achou que merecia passar por aquilo, porque ele escolheu sofrer em nome do irmão – claro que não tirando o seu propósito altruísta. Com uma temporada quase que completa na cadeia, quando o reencontramos, Tim estava transformado.

Transformado pela raiva, pelas escolhas mal feitas, pela falta de perspectiva. Sua vida num contraponto absoluto de Tyra, que conseguiu virar o jogo e sair do ciclo vicioso existente na sua família. Por isso que se torna bonita a união que o roteiro propõe desses dois personagens. Eles, que já foram tão parecidos e que se encontraram em outro momento da vida, agora tem uma oportunidade de começarem mais uma vez, do zero, com uma bagagem maior e com sonhos maiores também. Confesso que mesmo sendo #teamLyla, achei o final tão bonito e bem pensando, que não consegui me colocar contra.

 

Mudança de cenário, mudança de vida

fnl-5-eric e tami

Para mim estava tão claro que essa seria a temporada de redenção dos Lions, que já dava como certa a vitória deles no Estadual (muito merecida, chupa Panthers!). Mas essa era só a passada inicial de uma problemática que acabaria colocando o casal Eric e Tami em um dilema. Enquanto ele era chamado para treinar o time perfeito, com as estrelas do Panthers e do Lions, Tami recebeu a oportunidade de exercer seu papel como orientadora em uma faculdade de renome, o que seria, sem dúvidas, a grande chance da sua carreira.

Durante toda série, vimos um Eric cabeça dura, que insistia nas coisas, mas acabava sempre voltando atrás em nome do seu casamento e do amor pela esposa. Quando vi ele tão reticente com o momento da carreira da sua parceira, fiquei extremamente irritado, pois aquilo não condizia em nada com sua personalidade até aqui. Muito triste seria vermos Tami submissa as vontades do marido e a disposição da sua carreira como técnico. Quantos já não tinham sido os sacrifícios que ela fez, quantas mudanças de emprego, amigos e cidade? Graças a Deus, Eric caiu em si e tomou a decisão acertada ao deixar a cidade e começar de novo, estimulando a esposa no novo desafio e ganhando um novo projeto para si: levantar aquele time de várzea (o que soa poético, já que toda a sua história como fênix dos técnicos começou assim).

 

Um pouco mais de feminismo

fnl-5-tess

Além da mudança de Eric para auxiliar na carreira da mulher, um dos pontos bacanas da temporada foi a inserção de Tess no meio do futebol. Aficionada pelo esporte, a garota foi taxada de tudo possível por ser namorada da grande estrela do time e por estar se inserindo em um meio completamente masculino. Quebrando as barreiras com competência, ela foi provando seu valor e ganhou o respeito de Eric, o que não poderia ser melhor para a carreira que ansiava para si. Longe de Vince, seu futuro como auxiliar técnica comprovou que com competência e oportunidade, a profissão independe de gênero.

 

Nosso final feliz

fnl-5-matt e julie

O único casal que durou as cinco temporadas merecia um final feliz. Depois de um conturbado relacionamento, fiquei bastante contente com a trajetória de Julie e Matt. Ela sempre foi a garota mimada e talvez isso seja mais intrínseco do seu ser do que imagina. Vimos sua mudança para a faculdade e um relacionamento conturbado com um de seus professores, o que promoveu momentos bem constrangedores para a garota. Aqui foi um ponto fundamental onde a postura de Tami e Eric como pais valeram de aprendizado para Julie – ela teve que lidar com a consequência dos seus atos.

Matt seguiu sua carreira artística e pareceu conseguir conquistar seu espaço aos poucos. Diferente das demais temporadas, nenhum grande drama esteve em torno do garoto, o que promoveu participações mais leves e um tanto determinantes para a decisão de Julie. Gosto muito da maneira que rola o pedido de casamento e de como eles terminam juntos e perto de suas respectivas famílias (como não amar a cena do Matt com a avó?).

 

Lions unidos e avante

Grandes estrelas desde a temporada passada, foi tudo sobre eles.

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Vince teve a chance de recuperar o relacionamento perdido com seu pai, que se provou um grande escroto insuportável que eu só queria matar toda vez que aparecia em cena. Aparentando uma preocupação inexistente, ele usava do filho para garantir acordos milionários que o poupariam de cair na batalha por um bom tempo. Isso sem nem citar o relacionamento abusivo que levava com sua antiga mulher e mãe de Vince. Tudo nessa relação não funcionava e me agradou muito quando, no final, eles se mantiveram longe por assim ser melhor.

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Luke precisou batalhar para conseguir uma chance de faculdade. Primeiro usado como meio de atrair Vince, o garoto viu seu valor ser nenhum e começou a colocar em dúvida seu talento. Os dramas de Luke poderiam ser melhor explorados e até mais oportunidades do personagem brilhar. Como um dos líderes do time, foi muito bom ver a conquista que teve no final como grande encerramento de um ciclo. E depois de tantos debates controversos, foi com Becks que ele ficou, aquele que um dia carregou seu filho e que agora começava de novo um relacionamento – fiquei um pouco agoniado de ver ele indo trabalhar com o exército (uma baita coincidência para os fãs de Parenthood).

Quem teve pouca chance de brilhar foi Buddy Jr., que atuava mais como assistente do time do que jogando de fato, e Hastings, que largou o basquete e se juntou aos Lions. Talvez, seus melhores momentos estejam na interação do grupo e naquele sentimento de um só que eles passavam antes dos jogos. Gosto também da cena que os 4 estão na sacada do hotel antes da grande final do estadual e conversam sobre amenidades. São nesse momentos pequenos e aparentemente insignificantes que as amizades são fundamentadas.

Agora vai dizer que não te bateu uma agonia tremenda ao ver aquela bola sendo lançada, seguida por um corte de cena que não mostrava o resultado final do jogo? Meu Deus, quase morri do coração. Mas nossos Lions ganharam, amém! Em tempo: toda a sequência que começa com o time no vestiário até o lance final é de ARREPIAR.

 


E acabou. Adorei ver essa série, que me permitiu revisitar alguns atores que gosto muito, além do clima saudoso de série voltada para o público jovem. Foi uma excelente maratona e espero que vocês tenham curtido tanto quanto eu. Logo a gente se encontra de novo, porque todo apaixonado por série sabe que só uma verdade vale: quanto mais série pra ver, melhor!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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