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Maratona Gilmore Girls – 4ª temporada

Por: em 15 de outubro de 2016

Maratona Gilmore Girls – 4ª temporada

Por: em

Demorou, mas saiu. Chegamos a nossa quarta parada.

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Como vocês devem ter percebido, tive enormes dificuldades com essa 4ª temporada de Gilmore Girls. Somaram-se a correria da vida com uma trama que pouco caminhava e, bem, o resultado foi esse: quase duas semanas de atraso na nossa maratona – mas não preocupem-se, terminaremos dentro do prazo combinado!

Apesar de ter curtido bastante a reta final, que se propôs a tirar os personagens do lugar comum, foi um ano em que houve pouca evolução, principalmente para nossa dupla de protagonistas. Mas vamos conversar sobre isso separadamente, certo?

 

Lorelai

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Finalmente mais perto do sonho de abrir seu próprio negócio, vimos uma Lor diferente nessa quarta temporada. Mais determinada do que nunca, foi bem interessante vê-la batendo de frente com Sookie nos momentos em que a nova empreitada pedia ou abraçando a humildade na hora de pedir ajuda para Luke. Se sempre a enxergamos como a mulher independente que é, agora pudemos ver outra de suas facetas, um pouco mais frágil e que não negaria um companheiro ao seu lado. Toda a sua linha narrativa na temporada pode ser dividida entre a construção da Dragonfly Inn e seu torpe relacionamento com Jason – que não chega a ser desagradável como era Max. Na primeira frente, o que mais gostei foi de perceber que Lor estava realmente disposta a dar esse passo, mesmo com todos os obstáculos que foram aparecendo no caminho. Ela teve medo quase que 100% do tempo, mas não chegou a voltar para trás mesmo assim, o que é um grande mérito. Essa mudança é importante para ela e deve trazer uma nova postura, agora que precisa que o negócio funcione para conseguir se sustentar financeiramente.

Já com Jason, seguimos o caminho de sempre nos relacionamento de Lor. Primeiro ela nega efusivamente que está se envolvendo, depois esconde de todos até que a notícia se espalha e cria-se uma confusão sem fim. Nesse ponto, Jason tentou evitar tudo isso e ter um relação “normal” com ela, que não quis. Preferiu esconder dos pais, preferiu viver em segredo até que não houvesse outra solução senão contar a verdade. O que me é mais estranho é seu egoísmo ao colocar Jason contra a parede na hora que ele decide processar Richard, por causas completamente justas. Pera aí: o cara foi devastado, deixado de lado sem cliente nenhum e não pode fazer isso como uma condição para ficar com ela? Me poupa, Lor. De qualquer maneira, foi bom ter terminado, já que abriu espaço para algo que há muito vínhamos esperando.

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Vou falar uma coisa para vocês: quando vi aquele beijo acontecendo na season finale, fiquei esperando a cena seguinte para ver se alguém ia acordar, porque já fui trouxa uma vez, já fui trouxa duas, a terceira seria demais para mim. Mas, finalmente algo aconteceu. Se a série veio se preparando para contar essa história, já estava mais do que na hora de dar alguns passos para esse casal tão esperado. É bonito ver a maneira que se encontram e como contam um com o outro. É ridículo que Luke tenha precisado de uma fita de auto-ajuda para descobrir tudo isso? É. Mas é de Luke que estamos falando. Um cara duro e que tem sérios problemas para demonstrar seus sentimentos. A maneira explosiva que ele age quando descobre o motivo de Jason estar na pousada chega a ser até engraçada. É um ciúme puro e muito real. Só peço que, por favor, não estraguem isso que esperei por tanto tempo no próximo ano.

 

Rory

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Eu fiquei beeeem decepcionado com Rory nessa temporada. Primeiro porque achei que esse seria o ano da personagem. Com a sua mudança de cenário e a distância da mãe, ela teria que brilhar sozinha. Só que o roteiro explorou muito mal essa oportunidade. A faculdade estava quase sempre em segundo plano e a maioria das tramas passadas por lá eram bobas demais. Vimos Rory jornalista crítica que não mede palavras, seu envolvimento – se podemos chamar assim – com o cara pelado, suas rixas rotineiras com Paris e só. Uma mesmice sem fim que acabou por frustrar minhas expectativas. Tanto que um dos episódios que mais gosto desse ano é o da semana de saco cheio, aka springbreak, quando elas saem completamente da rotina e abraçam o ambiente universitário. E não, eu não queria Rory bêbada largada no meio do chão, só queria ver mais dela inserida naquele ambiente.

Da mesma maneira que sua mudança foi fraca, seus envolvimentos amorosos não andaram nada. Ou melhor, ela deu alguns passos para trás. Quando achei que veríamos surgir uma nova face na disputa do coração da garota, Dean e Jess ressurgem com mais força do que nunca e desenhando contornos bem diferentes para relacionamentos que pareciam terminados. Jess, com uma participação mais sucinta, parece ter mudado. Não completamente, mas ao ponto de entender que seu jeito não traz segurança para ninguém e que nunca conseguiria conquistar alguém ao não demonstrar nada do que sentia. Por isso aquele “eu te amo” tão fora de contexto, numa tentativa desesperada de que ela corresse atrás, mesmo depois de tudo que fez. Nesse ponto, Rory até acertou. Acreditar na mudança é algo complicado e fugir com Jess seria um belo de um tiro no pé, ainda mais para ela que lutou tanto para entrar na universidade.

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E teve Dean que, bem, causou bastante. Eu gosto de Dean. Já achei ele babaca, já achei ele tonto, mas, no final, eu curto o personagem e acho que ele realmente gosta de Rory. Aquela coisa de primeiro amor nunca superado. Afinal, quem somos nós para julgar o cara, não é mesmo? Duvido que todo mundo aqui já não teve uma recaída pelo menos uma vez na vida. O grande problema é a ilusão por trás de tudo isso. A ilusão de quele vai se separar, a ilusão de que vai tomar uma atitude quanto ao seu casamento. Apesar de estarmos falando de Dean, o cara que sempre amou Rory, também estamos falando de um cara casado e que não fez absolutamente nada até agora com seu relacionamento, mesmo tendo fortes sentimentos por outra mulher. Gostei muito de Lor, mesmo sendo uma forte defensora de Dean, ter mostrado para Rory o problema que ela tinha arrumado para si. Ao perder sua virgindade com Dean, seu primeiro amor, a garota buscava encontrar de volta o cara de 4 anos atrás, só para perceber, minutos depois, que tudo tinha mudado demais. Foi duro ver Lindsay atender o telefone na cena final, mas vai ser importante para nossa nem tão pequena Rory crescer com tudo isso.

 

Luke

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Geralmente comento sobre Luke junto com Lor, porque muito da sua história está sempre atrelada a personagem, mas essa temporada foi diferente. Seu envolvimento com Nicole acabou tomando proporções bem loucas no cruzeiro que fizeram e os dois voltaram casados, o que foi um baita de um choque. Mesmo assim, tudo era sempre muito estranho entre o casal. Não existia nada demais, eles pareciam mais duas pessoas que moravam juntos do que um casal de verdade. Toda aquela tentativa infundada de salvar o relacionamento não poderia ter terminado pior, o que eu só não lamento mais por ter sido fundamental no processo para Luke perceber o quanto queria estar perto de Lor. Tivemos a chance também de conhecer sua estranha irmã, mãe de Jess. Não sei se temos muito o que falar dela, mas confesso ter uma antipatia natural por alguém que não liga para o filho como ela. Por mais que seja louca e que, aparentemente agora, tente arrumar sua vida, ainda acho que deixou muito a desejar na sua função de mãe.

E, nesse processo de descobrir seu interior e lidar melhor com seus sentimentos, Luke finalmente deu espaço para Jess se aproximar. A relação dos dois tomou uma forma bem diferente nesse ano, quando finalmente assumem a importância de um para o outro. É algo bem paternal e que sempre esteve implícito, mas que foi muito bonito de ver se externalizando. Tirando isso, nosso ranzinza de sempre continua sendo o maior provedor de café da Terra para abastecer as garotas Gilmore (e todos nós que estamos cada vez mais viciados nessa bebida).

 

Emily e Richard

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É, esse não foi um ano fácil para o casal. Depois de muito apoio e companheirismo que vimos ao longo das três primeiras temporadas, nos deparamos com uma crise forte que abalou o casamento de Emily e Richard, muito pelo fato dele deixar sempre as vontades da esposa em segundo plano. Tudo já estava bem sensível, mas a morte de Trix acabou funcionando como um catalisador para uma série de outros problemas que aconteceram logo depois. Primeiro a carta que ela deixou, registrando que não queria Emily como Nora, o que nos proporcionou momentos incríveis da personagem, completamente despida da sua elegância e apostando no humor seco típico das Gilmore. Depois toda a manobra de Richard sobre Jason, que foi horrível, temos que admitir. Tudo bem que o mundo dos negócios é cruel, mas Richard foi longe demais. Odiei o que ele fez, fiquei com raiva, mas já passou. Ele que arrume as coisas porque eu não quero ver esse casal lindo separado por muito tempo.

 

Sobre os outros personagens…

  • Paris teve bons momentos nesse ano. Gostei dela na universidade (muito mais do que de Rory) e também da ideia dela se envolvendo com um professor, o que vai completamente contra tudo que ela prega a vida toda. Só acho que isso acabou indo um pouco longe demais.
  • Lane também teve um ano bem bacana no seu desenvolvimento. Finalmente deixou as garras da mãe para trás, mesmo que de maneira traumática, e pode ter uma vida de verdade, como sempre sonhou. Sua interação com os meninos da banda é bem divertida e foi uma pena a saída de Dave da série (Adam Broody começou as gravações de The OC, que era da FOX – e que a gente começou uma maratona hoje pela liberação de todos os episódios na Netflix). Agora que um processo de aceitação começa a acontecer entre ela e Kim, as coisas podem evoluir na sua vida. Seu tempo em Yale também foi legal, tirando a parte que ela parecia uma empregada das outras meninas.
  • Sookie e Michel estiveram presentes em muitos momentos da temporada, mas sempre como pano de fundo de alguma situação da pousada. Sigo esperando por tramas um pouco mais direcionadas – não que as atuais me desagradem.
  • Kirk e seu terror noturno: melhor coisa.
  • O começo da temporada com Lor tentando deixar Rory na faculdade foi um sofrimento só. Talvez eu tenha dado umas choradinhas de ele, assim como no episódio que elas tentam se falar e não conseguem.
  • Ainda não superei o beijo Luke/Lor.

 


Como rolaram os atrasos, vamos ajustar nossa agenda:

  • 5ª temporada: 28 de outubro
  • 6ª temporada: 11 de novembro
  • 7ª temporada: 24 de novembro

 

Pronto, aproveitem o espaço e despejem toda a ansiedade que eu causei pela demora desse post. Nos vemos em breve. E prometo que será sem atrasos!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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