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Maratona Prison Break – 1ª temporada

Por: em 29 de setembro de 2016

Maratona Prison Break – 1ª temporada

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Prison Break foi como uma droga: depois do primeiro contato, eu viciei. Após assistir alguns episódios desconexos, pensei que talvez fosse o momento de dar uma chance para a tão elogiada série do canal FOX e o efeito foi como de um entorpecente daqueles mais potentes, em pouco tempo estava viciada na trama de Michael e Lincoln, só conseguia pensar em Prison Break, qual seria o próximo passo de Scofield e noites sem dormir maratonando a produção na espera de respostas. Desde 2005 o show encanta fãs por todo o mundo, sua proposta nada convencional consegue persuadir o espectador mais exigente a ceder um lugar em sua grade e lançou o nome de Paul T. Scheuring no mercado, já que esta fora a primeira produção do mesmo. E sem mais delongas, vamos falar da 1ª temporada.

A proposta inteligente

A premissa da série era complicada, o que deixou os peixes grandes da FOX um tanto recuados com as dificuldades que viriam com a ideia atrevida. Durante os anos em que foi exibida (2005-2009), a tv americana encontrava-se no auge das produções de ação e foi marcada por muitos roteiros inteligentes e Prison Break se destacou por sua ousadia marcante. Não é atoa que a ideia de Sheuring foi proibida em 13 países, a proposta era de um homem que cometeu um crime apenas para ser enviado para a prisão de segurança máxima, onde iria orquestrar uma fuga com seu irmão, que se encontrava no corredor da morte.

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Esta proposta deu origem à uma primeira temporada quase claustrofóbica, a fuga de uma prisão de segurança máxima, que certamente já não seria fácil, a cada episódio era ainda mais dificultada. Inicialmente o formato de série limitada, que era a ideia inicial dos diretores, cedeu lugar para uma primeira temporada bem pensada, inteligente e eletrizante, e suas subsequentes. O piloto já ditou o ritmo sufocante que seguiria o show, a razão das nossas noites mal dormidas enquanto pensávamos qual seria a passo seguinte. Se no início algumas motivações podiam até mesmo parecer rasas, isso foi mudando no decorrer da temporada, num jogo de gato e rato a fuga de Fox River parecia um sonho cada vez mais complicado e, se algumas perguntas ganham respostas, dessas surgiam praticamente o dobro de indagações. Prison Break teve uma temporada de estreia no mínimo, genial.

Os fugitivos

Grande parte do sucesso que foi atribuído à primeira temporada da série deve aos personagens que sustentavam a atração. Bem elaborados e profundos, todos eles davam para a história seu próprio diferencial. Michael Scofield, um protagonista brilhante e determinado a salvar seu irmão, Lincoln Burrows, condenado ao corredor da morte por um crime que não cometeu, Fernando Sucre, um ladrão acidental que após um assalto a mão armada teve seu destino selado, Theodore “T-Bag” Bagwell, o mais perverso dos presos e condenado por uma série de estupros seguidos de assassinato, John Abruzzi, chefão da máfia que foi delatado por um dos seus, Benjamin Miles “C-Note” Franklin, ex-oficial de guerra que após ser dispensado do exército rendeu-se ao crime para sustentar sua família, e Charles Westmoreland, um senhor de idade que guarda em segredo a razão pela qual foi preso. Guardem esses nomes, os fugitivos de Fox River e os personagens mais interessantes produzidos, com seus crimes e personalidades que atribuíram ao show sua própria marca.

'PRISON BREAK' TV SERIES - 2005

Scofield tornou-se um nome importante no mundo das séries, aqueles que acompanharam a atração não se esquecem do homem e gênio que tatuou em sua pele o mapa para sua liberdade, e aqueles que não tiveram a chance de assisti-la certamente já escutaram esse nome, Michael Scofield foi a mente brilhante por trás da fuga orquestrada. Enquanto os demais detentos dependiam dele e de seus planos para ter sucesso nessa escapada, foi ele que planejou aos mínimos detalhes essa oportunidade. O rapaz era um engenheiro civil que trabalhou por debaixo dos panos na planta do presídio anos atrás, após de desistir de provar a inocência do irmão, resolveu tirá-lo de lá de uma forma mais ousada.

De tatuar a planta no seu corpo, cometer um crime para ser enviado para a prisão e tirar de lá mais sete detentos, a atitude mais petulante de Scofield foi se apaixonar por Sarah. A médica, que inicialmente era para ser só mais uma coadjuvante do show e marcada para morrer na primeira temporada mesmo, ganhou a audiência ao protagonizar o romance com um dos detentos. E nos momentos que Scofield passava com ela e planejando minuciosamente sua fuga pela enfermaria, os dois deram início à história que mudaria os rumos para ambos, o que certamente Michael não poderia prever em um de seus planos.

Da mente brilhante para a força da família, temos Lincoln Burrows, irmão de Michael que estava no corredor da morte por um crime que não havia cometido. Burrows foi uma marionete de um plano muito maior que tentou incriminá-lo, e devido seu passado, a verdadeira vítima desta ação não tinha muita credibilidade enquanto alegava em sua história não ter cometido tal crime. Lincoln estava condenado a uma morte certa enquanto todos tentavam comprovar sua inocência.

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E uma das relações mais belas da série se dá no companheirismo e irmandade entre Burrows e Scofield. Temos muitos paralelos aqui, a relação entre irmãos sempre foi muito explorada na tv, vide os irmãos Winchester, família Stark e Jon Snow, irmãs Grey, Lucas e Nathan Scott, a lista é grande e até mesmo a família Mickaelson pode ser um exemplo aqui de fidelidade aos laços sanguíneos. O fato é que família sempre foi um ponto que toca o telespectador, mas são poucas as séries que sabem fazer da maneira que Prison fez. A relação entre ambos era forte, aquela confiança de olhos fechados na medida que Burrows confiava seu destino no mais novo e Scofield tinha a responsabilidade de salvar o mais velho. Essa interação começou a ser explorada na primeira temporada e foi um ponto forte da atração que tinha como premissa mais básica um salvando o outro.

Os demais fugitivos também tinham seu destaque merecido, principalmente Fernando Sucre, companheiro de cela de Michael e um romântico incurável que estava para perder sua mulher para outro. Sucre permaneceu fiel a Michael durante a temporada, mesmo que a ideia de ser fugitivo no início fosse insana, no final das contas, o ladrão despontou como o braço de direito do seu companheiro e uma amizade começou a surgir ali. Além de Sucre, conhecemos T-Bag, um dos piores que se encontravam em Fox River, que acabou nesse grupo de fuga. Bagwell é um dos personagens mais interessantes, por pior que fosse seu caráter, era uma mente digna de ser investigada.

A primeira temporada fez o trabalho de apresentar seus personagens muito bem. O episódio Brother’s Keeper (1×16) teve a tarefa de contar como cada um dos fugitivos acabou em Fox River punidos por seus crimes e uma vez condenados, cada um deles também tinham suas razões que o levaram à fuga. Durante toda uma angustiante e sufocante temporada, conhecemos cada personagem e nos permitimos importar com cada um deles, tudo isso num cenário de prisão de segurança máxima caracterizada por favores pessoais aos guardas, suborno, revoltas e muitas brigas. A embaraçada fuga do presídio promovida por Michael contou com a participação dos Fox River Eight: Michael, Lincoln, Sucre, T-Bag, C-note, Abruzzi, David Apolskis e Charles Patoshik, esses dois como adições de última hora.

O cenário claustrofóbico

Durante uma temporada inteira acompanhamos a evolução no plano minucioso de Michael Scofield executado dentro da prisão Fox River. A caracterização deste cenário foi um ponto importante que garantiu ao longo dos 22 episódios que essa fuga não fosse assim tão fácil. Cada episódio ditava um ritmo sufocante enquanto o relógio corria contra Scofield para salvar seu irmão. A sensação que a série proporcionava era de que as quatro paredes se apertavam enquanto cada capítulo da saga os fugitivos davam um passo para se aproximarem de sua liberdade e esta, dava um passo para trás.

Em Odd Man Out (1×12), a sensação de que esta escapada estava cada vez mais próxima deu esperanças para os presidiários retornarem às suas casas e recobrarem sua vida perdida e enquanto isso, o tempo corria para Burrows com sua execução ainda mais próxima, cada momento desperdiçado era um minuto a menos que Lincoln teria de vida, ainda assim os empecilhos continuavam a aparecer e a fugava mais uma vez teve que ser adiada.

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De todos os obstáculos, o pior deles, Capitão Brad Bellick, fazia questão de importunar a vida dos detentos. Interpretado por Wade Willians, Bellick era o agente penitenciário com uma moral duvidosa que no primeiro instante sentiu algo para acontecer quando Michael entrou naquela prisão. E ainda assim, Brad foi capaz de atuar como uma pedra no sapato dos fugitivos que tentavam despistar de seus planos que envolviam todos eles cavando um buraco na sala de descanso dos guardas.

Como disse, o cenário causava uma sensação de angústia, principalmente por não sabermos o que viria a seguir e nem mesmo Michael poderia prever por qual atitude um guarda poderia puní-lo ou qual mudança de plano teria que fazer. Resultado disto foram os vinte e dois episódios que ditaram o ritmo de toda a série, com a sensação de que o relógio corria em desfavor a eles, o show cuidou-se de levar o tempo necessário para a fuga de Fox River se realizar, colocando barreiras óbvias, mas que sem elas essa escapada não seria tão convincente assim.

A trama conspiratória

Enquanto o mundo detrás das celas de prisão se desenrolava, ele também se encontrava completamente alheio do que ocorria fora dele. Tudo foi conduzido por Veronica Donovan, enquanto tentava provar a inocência de seu amor, uma trilha de corpos a seguia quanto mais se aproximava da realidade do ocorrido que levou Lincoln à ser punido. Prison Break desembolou, além de um enredo inteligente sobre uma fuga, uma trama conspiratória que mantinha os Estados Unidos de pé até aquele instante.

Esse aspecto promoveu muitas perguntas e respostas sobre o que de fato estava ocorrendo, enquanto descobríamos que a voz misteriosa por trás das ligações dos agentes, responsáveis pelas mortes de tantas pessoas envolvidas com o caso, se tratava da vice-presidente do país. Após Burrows ser condenado pelo assassinato do irmão da mulher mais poderosa da nação, perguntas começam a surgir quando ele nega ter tido envolvimento com a morte, e quem leva sua palavra a sério começa a correr determinado risco quando tentam provar sua inocência.

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A razão disto tudo não fica completamente clara ainda na primeira temporada, apenas que é uma trama muito maior que se pode esperar envolvendo assassinatos e vingança e é em cima disto que os Estados Unidos se constrói e mantém. Os cidadãos se encontram completamente alheios da verdade, enquanto Veronica tenta contar para o mundo qual a verdadeira face da mulher que indica os caminhos do país e é no meio disto que a advogada descobre que não ocorreu de fato assassinato algum. Motivada por provar a inocência do homem que amava, a mulher coloca sua vida em risco por diversas vezes quando tenta revelar a verdade e deixa um rastro de mortes causadas por sua investigação, a Companhia faz questão de calá-la antes que a trama conspiratória dê muitas respostas.

A temporada estreante de Prison evolui, principalmente, nos corredores e celas da prisão, e no mundo exterior pouco é revelado. Mas é uma jogada inteligente da atração, tramas conspiratórias promovem arcos grandes na tv e possuem muita história para ser explorada. Os passos são corridos, mas tudo se desenvolve lentamente dentro da história, como disse, o tempo não é um amigo dos protagonistas da série, tudo decorre de um ritmo eletrizante cheio de perguntas e respostas e um jogo de gato e rato para silenciar aqueles que fazem perguntas demais.

The Fox River Eight

A fuga da prisão de segurança máxima ocorre nos dois episódios finais e o plano de Michael finalmente é concretizado, com ressalvas, porém. A liberdade vem com um custo alto agora que possuem um alvo desenhado nas costas de cada um deles. Desta vez a corrida será para manter esta liberdade. O preço quem paga não vão ser apenas os oito fugitivos, já que Veronica teve que arcar com as consequências a própria vida e Sarah por ter auxiliado os detentos na fuga.

Prison Break apresentou uma primeira temporada sólida, convincente, eletrizante e muitos outros adjetivos que usei ao longo deste texto para narrar os acontecimentos desta estreia. Contou com personagens que garantiram o sucesso da série pelo apreço do público, cenários que ditavam a ritmo da atração e o clima de tensão palpável e outros plots que nos mantinham presos à tela acompanhando.

 


Não deixem de continuar acompanhando comigo as próximas reviews das temporadas seguintes, as datas estão aqui caso precisem relembrar e organizar. Espero que tenham se viciado nessa produção maravilhosa tanto quanto eu, até a próxima.

“And then there were eight.”

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Gabriela Vital

A Kardashian perdida que sonha em ser médica um dia.

Vitória / ES

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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