Uma dose de mistério, um plot twist, muito sangue derramado, animais mortos, vários personagens descartados de uma vez e uma “protagonista” deixando o jogo ainda no início da história. Poderia ser Game of Thrones, mas foi só o terceiro episódio do Masterchef Brasil. Com os competidores enfim na cozinha, o programa recuperou seu ritmo e conseguiu prender a atenção mesmo em um episódio tão longo.
Prova nº1: Caixa Misteriosa
Com DEZOITO candidatos aprovados, a primeira coisa a fazer era enxugar esse time. Então, dá-lhe prova de eliminação logo de cara! Eles foram divididos em dois grupos que, sabe-se lá por quê, enfrentaram desafios diferentes. O primeiro time executou a prova clássica da caixa surpresa, e apesar de não ser uma tarefa fácil, achei bem mais tranquila que a segunda.
Os melhores: Izabel, Gustavo e Aritana foram os que se saíram melhor nessa etapa. Gustavo foi muito safo em pescar a dica da Paola para descartar seu molho. Os chefs nunca fazem comentários só para confundir ou desafiar os participantes durante a preparação dos pratos. Aquele é o momento de ouvir o que eles dizem para conseguir uma vantagem, e ele usou a informação muito bem. Izabel controlou os nervos e deixou brilhar a excelente cozinheira que ela já mostrou que é. Tudo bem que ela protagonizou o momento Chico Buarque bipolar do episódio (“Quem fez o melhor prato do dia: Izabel… não foi você, não”), mas mandou bem ainda assim. Aritana confirmou que é uma das candidatas mais fortes com seu robalo lindíssimo. Apesar de tentar fazer a humilde, dá pra perceber que ela confia demais no próprio taco, e isso foi exatamente o que eliminou os melhores participantes da primeira temporada.
Os piores: Larissa apresentou um peixe passado e um arroz cru. Marcos errou no ponto, errou no tempero, errou no molho e não estava nem aí pra isso. Tudo bem que pela TV não tem como adivinhar que prato tinha o pior sabor, mas pelos comentários dos chefs e pelo visual, ele era meu palpite para a eliminação. Pode até ter se saído melhor que Patrizia, mas deixou a sensação de ter ficado pelo galã-factor.
Eliminada nº 1: Patrizia pecou na apresentação pobre e na execução ruim de um prato que tinha ingredientes interessantes para funcionar. Vai voltar para cara, para filosofar sobre a origem das castanhas e fazer seus pratos com as coisas que a natureza dá.
Prova nº2: Frango depenado
Tudo bem que frango é um ingrediente mais simples, e que menos ingredientes dão uma margem de erro menor para os participantes, mas vocês não acharam covardia fazer o segundo grupo depenar o bicho? Não pelo ato em si, mas por ter um grau de dificuldade bem maior que o dos primeiros. Bom, por incrível que pareça, eles mandaram bem arrancando penas, o problema foi cozinhar mesmo. Dá pra dizer que ganhou o menos pior, já que todo mundo achou que era uma boa ideia fazer frango “mal passado”. SPOILER ALERT: Né não, galera.
Os melhores: Quando Lucas usou os miúdos na farofa, eu tinha certeza que ele ganharia o coração da Paola. Todo mundo sabe o quanto a chef adora quem aproveita esses ingredientes, e ele usou esse trunfo de forma eficiente, mas sutil (diferente do Marcos, que disse na cara dura que fez javali pra agradar o Fogaça). Murilo venceu a prova com seu frango recheado com espinafre e queijo brie, que, apesar de ter muitos elementos, não ficou com cara de mistureba e agradou o paladar dos chefs.
Os piores: Jiang causou uma boa impressão nas eliminatórias, mas decepcionou todo mundo na primeira prova. Além do erro básico de apresentar um frango cru, a composição do prato não era lá muito animadora. Sabrina fez tanta coisa errada que os chefs nem tiveram coragem de experimentar seu prato. Não sei que milagre a salvou da eliminação imediata.
Eliminada nº 2: Cássia foi o Ned Stark do Masterchef. Todo mundo gostava dela, ela recebia destaque nas edições, tinha jeitão de protagonista, mas acabou eliminada logo no começo por uma sequência de erros extremamente bobos. Outro frango cru, uma escolha de ingredientes ruim, o exagero no alho e uma apresentação feia tiraram a novinha do programa.
Prova nº 3: Ovo beneditino
Eis que quando todo mundo pensou que estava a salvo, surge mais uma prova de eliminação! Desta vez, os piores colocados nas provas anteriores precisariam reproduzir uma receita de ovo poché com molho hollandaise. É a típica receita que parece simples, mas precisa de muita técnica para executar. Os quatro tiveram resultados tão visualmente diferentes que nem parecia o mesmo prato.
Eliminada nº 3: Larissa não conseguiu fazer o molho da forma como deveria e por isso deixou o avental. Confesso que vou sentir falta do jeito meio doidinho dela, mas realmente ela mandou mal e a saída foi merecida.
Algumas observações:
– Comandante Habilton não apareceu muito, mas definiu suas ótimas habilidades culinárias ao responder qual era o ponto do seu peixe: “mal passado pra bem passado. Médio”.
– Arroz cru is the new black. Ou new red, já que todo mundo teve a mesma ideia de fazer o tal arroz vermelho.
– Alguém ensina esse povo a usar faca? Toda prova tem alguém temperando a comida com o próprio sangue. Eca.
– “O bowl não pode estar encostado na água” – “Ele não está encostado na água, ele tá boiando”. Ué? U-É???
– Ano passado a Ana Paula Padrão era ruim. Esse ano ela não é nada. Sério, às vezes eu até esqueço que ela faz parte do programa.
Com o time mais enxuto – e o lado feminino bem desfalcado – provavelmente teremos menos correria a partir do próximo episódio. Mas este foi bem melhor que o anterior. O nível dos concorrentes decepcionou um pouco, é verdade, mas ainda vejo potencial nessa galera! Que prato deu mais água na boca? Qual você devolveria para a cozinha? Deixe seu comentário e até a próxima semana!
