O episódio desta semana no Masterchef Brasil foi do distante oriente ao mais tradicional da culinária nacional. Mas nem dar a volta ao mundo foi suficiente para os candidatos apresentarem pratos de encher os olhos – pelo contrário! Alguns daqueles desastres gastronômicos não entrariam no cardápio de um bom restaurante nem aqui, e nem na China.

Prova da caixa surpresa: Camarão / culinária oriental

Na primeira prova, os candidatos receberam uma caixa com ingredientes típicos da culinária oriental e camarões vivos que precisariam sacrificar para cozinhar. Gustavo e Sabrina eram alérgicos e tiveram uma dificuldade extra na prova. O uso do animal – assim como dos outros ingredientes – não era obrigatório, mas quando Carla manifestou a intenção de não usar camarão na sua receita, foi repreendida por Paola, que disse que isso era uma atitude de perdedor, e que era para ela prepara-lo, mesmo que não colocasse no prato. Oi? Logo a maior defensora da dignidade dos bichinhos estimulando uma candidata a matar à toa? Provavelmente para descartar depois?

Sete competidores foram chamados para apresentar seus pratos: os melhores e os piores. Jiang tinha tudo para se destacar na prova, mas quis usar todas as técnicas ao mesmo tempo e acabou criando um prato confuso e mal executado. Hamilton jurou que fez um sushi, mas o que ele apresentou se aproximava mais de uma trouxinha de farofa de arroz. Marcos fez um miojo esquisito e como sempre foi mal, nenhuma novidade – assim como Sabrina. Lucas foi colocado entre os melhores, mas minha implicância com tofu não conseguiu ver graça nenhuma naquele prato. Izabel não era muito íntima da culinária oriental, mas outra vez mostrou que é uma cozinheira versátil que consegue se sair bem mesmo que fora da zona de conforto. Iranete foi a grande zebra da prova. Com um prato de conceito esquisito, ela assumiu que não tinha nenhuma familiaridade com os ingredientes ou com o estilo oriental, mas acabou acertando em cheio para o gosto dos jurados. Foi uma decisão surpreendente, acho que tanto para ela quanto para o público.

Iranete, Izabel e Lucas ficaram imunes e os demais participantes disputaram a quarta imunidade do dia em uma prova de cortar legumes. A diferença de Fernando para os demais competidores foi brutal. Ele cortou muito mais e muito melhor em menos tempo – e depois contou que treinou a técnica antes de ir para o programa. Não é a primeira vez que ele comenta algo do gênero. Lembram que ele preparou o prato da audição mais de oito vezes em duas semanas antes de apresentar aos chefs? Fernando parece ter estudado muito o formato do programa, assistido a edições de outro países e pesquisado sobre os chefs (afinal, ele fez uma receita do Jacquin na última prova), mas será que isso é suficiente para fazer dele o vencedor? Será que quando tiver que improvisar ou mostrar estilo próprio ele vai se sair bem também?

Prova de eliminação: 1000 mandiocas para provar antes de morrer

Quem não conquistou a imunidade, precisou enfrentar uma prova de eliminação bastante traiçoeira. Lidar com um ingrediente tão comum quanto a mandioca parecia uma tarefa simples, mas se você precisa preparar uma das cinco variações apresentadas, a coisa fica mais complicada. Iranete, por ter vencido a prova anterior, foi a responsável pela distribuição dos ingredientes. Esperta, ela deu aos adversários que considerava mais fortes aqueles que achava mais difíceis.

A grande maioria não ficou muito feliz com as escolhas da dona de casa, e até Sabrina, que recebeu a mandioca in natura – o mais fácil de todos – acabou se enrolando no meio do caminho. Iranete deu o polêmico Tucupi para Cristiano, seu conterrâneo, que ficou revoltadíssimo. Ano passado, Jaime e Jamilly se tornaram inimigos mortais no programa, e, se depender do agente de trânsito, mais uma treta forte vem aí.

Os melhores: Apesar de ter ficado com o ingrediente mais difícil, Cristiano superou as expectativas e preparou um frango com tucupi que não só venceu o desafio como foi descrito por Paola como o prato com mais alma da história do programa. Jiang foi ousada e preparou uma sobremesa que realmente me deixou bastante curiosa: um pudim de farinha de mandioca. Curioso como a chinesa foi mal onde deveria ter sido sua zona de conforto e mandou tão bem em um tipo de receita que ela sequer sabia se daria certo. Raul definitivamente não tem nada a ver com o rapaz desastrado da audição e mais uma vez se destacou positivamente com seu bobó de camarão com tucupi – apesar da apresentação feinha.

Os piores: A novidade dessa vez foi Sabrina e Marcos não estarem entre os piores! Gustavo confundiu filé com carne de sol e exagerou nos milhões de cogumelos da sua tapioca. Maasss… ano passado, os mesmos chefs que criticaram Gustavo por ter colocado molho na tapioca,  elogiaram a tapioca super molhada de Jaime (que parecia um OB). Aritana não soube usar a farinha de mandioca e fez um prato simplesmente porque tinha que entregar alguma coisa. Era mais fácil ela transformar aquela massaroca em uma trouxinha com algum recheio e dizer que era crepioca gourmet.

O eliminado: Comandante Habilton, não satisfeito em mandar mal no japonês, mandou pior ainda na brasileiríssima mandioca e preparou pato acompanhado por uma farofa extremamente seca e sem molho. Algumas pessoas acharam a eliminação injusta, mas foi o segundo erro grosseiro seguido,  e ele não mostrava inclinação alguma a repensar a forma como cozinhava ou a ouvir as dicas dos chefs. Foi em boa hora.

Algumas observações:

– Aritana se tornou a pessoa mais odiada das redes sociais desde o Luan do BBB.

– Falando em redes sociais, nada como entrar no Twitter, ver aquele monte de memes e piadinhas sobre mandioca e sentir-se novamente na quinta série.

– Melhor diálogo: “Achei as ovas demais” “obrigado” “Não. DEMAIS” “obrigado” “Não, obrigado não, achei que estão sobrando  mesmo” ahahahahah

– Segundo melhor diálogo: “Qual é a primeira coisa que um chef faz na cozinha?” “Missamplá” “Missanquê?” “Missamplá?” “Mi-se-en-pla-ce” “Ah, não sei como fala”.

– Vazaram os nomes dos finalistas do programa. Não vou dar spoiler, obviamente, mas quem quiser dar um Google, está por aí.

O programa ainda tem muitos candidatos ruins. Não medianos, não inexperientes, ruins mesmo. É bem provável que a competição só fique boa de verdade quando esses forem eliminados. Concordou com a saída do Hamilton? Gostou do episódio? Deixe seu comentário!