Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Masterchef Brasil – 2×18 Final

Por: em 16 de setembro de 2015

Masterchef Brasil – 2×18 Final

Por: em

A Band conseguiu apresentar nesta terça/quarta-feira uma final superlativa para a segunda temporada do Masterchef Brasil. Superlativa nos números, com impressionantes 1.4 milhões de menções no Twitter, e superlativa em suas características também. Teve muito textão, muita vergonha alheia, muito uso das redes sociais, muito suspense e muita cozinha de qualidade também. O que foi ruim, foi muito ruim, mas o que foi bom também foi MUITO bom.

#MasterChefBR

masterchef final

A primeira temporada do programa foi um sucesso nas redes sociais, o que levou a Band a investir pesado nesse nicho este ano. Mas TV e internet são coisas bem diferentes. Levar arrobas famosinhas para o palco do programa foi um tremendo erro. Antes do programa começar, Preta Gil tentou comandar uma bagunça muito bizarra em que todo mundo queria falar ao mesmo tempo e ser engraçado como no Twitter, mas a coisa não funciona desse jeito na vida real. Outro  elemento que tentaram aproveitar foram os memes, mas não há palavras para definir o tamanho do constrangimento que eu senti assistindo àqueles vídeos dos chefs com autotune nos bordões. Foi apenas ridículo.

Por outro lado, a mobilização na internet superou todas as expectativas e bateu uma marca histórica de quase 1 milhão e meio de tweets durante o programa. Outra coisa que funcionou muito bem foi o anúncio do vencedor ser feito primeiro pela rede do passarinho azul. Uma boa sacada e – esta sim – uma ação digna de agradecimento por todos os internautas que passaram as madrugadas de terça falando sobre o programa. Ponto pra Band!

Outra coisa que ficou bastante estranha foi a edição entre os blocos ao vivo e os blocos gravados da final. Foi ao vivo, pero no mucho. Eles usaram as mesmas roupas para tentar não bugar a continuidade, mas essa tentativa de remendar a atração ficou pior que se tivessem sido mais claros sobre o que era ou não gravado. Começaram no palco ao vivo, mas a realização da prova e a degustação dos pratos foi gravada há meses. Era estranho em um minuto ver o símbolo do “live” da Band e no outro ver depoimentos gravados e legendas na tela. Dava pra entender, claro, mas ficou bem estranho.

A prova final

jacquin

Não sei por que inventaram tantos artifícios ruins e gastaram tanto tempo com mais discursos (como se a semifinal já não tivesse acabado com a nossa paciência nesse quesito) se a alma do programa é e sempre vai ser a cozinha. Foram cerca de três horas no ar, e os melhores momentos foram aqueles em que acompanhamos Izabel e Raul fazerem o que foram fazer ali: cozinhar!

A execução foi bem parecida com a do ano passado, eles teriam que preparar um menu completo, de entrada, prato principal e sobremesa. Ele precisaria ser, além de bem executado, apresentado e saboroso, coeso e planejado. Izabel optou pela tradicionalíssima culinária mineira e escolheu pratos que tinham o queijo e o porco como elementos em todas as etapas. Raul foi por uma vertente mais indiana, com especiarias e temperos marcantes dando alma aos seus pratos. Quando apresentaram as ideias, pareceu que o conceito de Raul era melhor e mais leve, enquanto Izabel cairia para em vertente caseira, simplista e pesada.

O resultado final, no entanto, foi surpreendente. Os pratos de Izabel ficaram bonitos e ela soube usar elementos que suavizaram a degustação de todo aquele bacon que tinha no seu cardápio. Raul, como sempre, acertou em cheio nos temperos e recebeu elogios muito entusiasmados dos chefs sobre o sabor de todos os pratos. Ambos tiveram erros. Izabel serviu um pão de queijo na entrada que estava um pouco passado e salgado, e a carne não estava no ponto perfeito no prato principal. Já Raul derrapou ao não conseguir preparar as abobrinhas de acompanhamento para seu camarão e ao servir como acompanhamento apenas um arroz branco.

raul

Duas diferenças pareceram ser os fatores decisivos entre os dois. A primeira foi a capacidade de executar o cardápio planejado. Os dois tinham conceitos bem definidos e inteligentes, mas Raul entregou um prato principal “incompleto”, sem os acompanhamentos que imaginou a princípio. Já Izabel, apesar dos deslizes na execução, conseguiu preparar e servir tudo o que idealizou – e há de se considerar que a execução daquele menu era muito mais complexa, com costela desfiada, bacon caramelizado e purê com tutano.

A outra diferença foi a apresentação. Apesar de ser uma comida mais pesada, a apresentação da Izabel foi bem mais leve e sofisticada, com pratos servidos com flores comestíveis e um empratamento delicado, limpo. A entrada de Raul parecia almôndega com gelatina colorida, os camarões lindos do prato principal foram servidos com aquele bolinho de arroz igual ao da praça de alimentação do shopping e um molho cheio de pedaços, já a sobremesa parecia deliciosa, mas o visual também não era lá dos melhores.

Os dois finalistas mostraram maturidade e preparo naquela prova. Raul, mesmo tendo menos destaque na edição até mais da metade do programa, foi um participante extremamente carismático e que caiu nos braços da torcida depois que Jiang foi eliminada. Na nossa enquete, ele venceu com 55% da preferência dos votantes, enquanto Izabel conseguiu 26% dos votos e 18% se declararam indiferentes.

izabel2

Izabel foi a vencedora da segunda temporada do Masterchef Brasil e eu realmente fiquei feliz pelo resultado, principalmente porque desta vez me pareceu uma decisão mais justa que a do ano passado. Não que Elisa não merecesse, mas os chefs deram a entender que o critério de desempate entre ela e Helena foi a idade e a probabilidade de uma futura carreira na gastronomia. Desta vez, Paola, Fogaça e Jacquin escolheram Izabel porque ela mostrou mais maturidade na cozinha que Raul. Foi muito bom ver a carioca domando os nervos, a insegurança e a ansiedade e conquistando o troféu.

A temporada

Tchau!

Apesar de mais mobilização nas redes sociais e mais audiência, a segunda temporada foi bem inferior à primeira em geral. Participantes que entregaram arroz e frango crus até quase metade do programa, pouco conhecimento de pratos clássicos e uma absurda falta de carisma e de empatia no elenco. A única salvação foi Jiang. A chinesinha foi uma unanimidade e com isso já abocanhou um contrato de um ano com a Band, participação no Masterchef Junior e na próxima temporada do Masterchef Brasil.

Algumas observações:

– Cristiano deve estar sofrido e Fernando ficou sem os 5 mil. Como não amar a vitória de Izabel?

– Paola estava flertando loucamente com Raul nessa final. Marcos deve ter ficado com ciúmes.

– Aquele “suspense” para anunciar o vencedor parecia até coisa do programa do João Kleber. Ainda mais quando soltaram aquele VT constrangedor do “Para TUDO!” da APP.

– Sentiram falta do merchan da Embalixo?

– Vai dizer que vocês não prestaram atenção na quantidade de vezes que o Fernando apareceu?

– Mas longe de mim dizer que uma coisa tem relação com a outra, ok?

Curtiram o resultado? O que acharam dessa temporada? Pra mim foi um prazer comentar e compartilhar esses episódios com vocês, e espero todo mundo aqui para a cobertura do Masterchef Junior, heim? Aproveitem e deixem seus comentários!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

×