Uma estrela no céu do Masterchef Brasil se apagou novamente. “E eu gostava tanto de você”…
Quem disse que tudo acaba em pizza? Pode ser que não acabe, mas foi o fim do jogo para mais um competidor do Masterchef. Para compensar o episódio morno da semana passada, o top 10 trouxe provas complexas e de queimar os parafusos. O nível de dificuldade está aumentando e é agora que a gente começa a ver melhor quem vai pipocando. Não podemos reclamar de injustiça na eliminação, apenas da fatalidade do destino. No mais, é vida que segue e vamos aos comentários!
Com direito à presença da Dona Maria (quem lembra dela?), a prova em equipe foi uma delícia. Os times teriam que servir três tipos de pizza para 50 italianos. Um grande e perigoso desafio. Quem pensa que é fácil fazer essas maravilhas nunca teve que preparar uma massa na vida. A escolha das equipes dessa vez foi na sorte: marguerita seria time azul e pepperoni, vermelho. Luriana e Aluísio foram selecionados pelo acaso como os capitães e tiveram que descascar esse abacaxi. À princípio, dava para temer pelos vermelhos, que tinham dois fatores de risco: a maldição e Aluísio à frente (nada contra ele, só analisando as provas anteriores).
As intrigas começaram cedo. Rolou até acusação de cópia de recheio e apresentação. No final das contas, acabaram servindo a mesma pizza na primeira rodada. Como uma profunda admiradora de pizzas, confesso que achei a escolha dos recheios bem ruins. Cadê a sustância? Cadê o frango com catupiry? De longe, a maioria estava até bonitinha. Porém, com exceção da caprese, as outras passaram na fila da miséria e ficaram bem pobrinhas de recheio. E o pior de tudo foi que não prestaram atenção na aula sobre forno à lenha – principalmente o Leo.
A equipe azul, se me permitem o trocadilho, se queimou. Pizza é tudo de bom, aquele tipo de alimento que não tem como errar, fica bom de qualquer jeito. Mas como diria Ana Paula Padrão, “isso aqui é Masterchef” – que é só um outro jeito de dizer que o ser humano sempre dá aquele jeitinho de fazer besteira. Não só na Itália as pessoas devolveriam uma pizza queimada, né. É questão de bom senso e respeito com o consumidor. Na contagem de votos, achei que seria um banho de sangue, mas até que foi uma diferença aceitável para manter a dignidade. Se os recheios do time de Luriana não estivessem melhores que os outros, a massa certamente teria acabado com qualquer chance de voto.
Se as provas de eliminação já eram assustadoras antes por motivos óbvios, quando a permanência no programa envolve uma cozinha tão refinada quanto a de Helena Rizzo a situação fica 10 vezes pior. Helena foi eleita a melhor chef mulher do mundo pela “The Restaurant“, um título que pode assustar qualquer cozinheiro amador. Mais uma vez, vimos a mágica acontecer nas mãos de um convidado especial. Ela fez belos pratos com caju, misturando o sabor do Brasil com o requinte dos restaurantes profissionais. Na prova, ingredientes comuns ao nosso dia a dia teriam que brilhar e o desafio era dosar os temperos e acompanhamentos. Muitos legumes que estavam ali eram arriscados pela “falta de gosto” e pesar a mão em qualquer coisa poderia ser fatal. Aquele típico prato que precisava ser muito atrativo além de tudo.
Antes de qualquer coisa, precisamos falar de Bruna. Ela chegou bem mineirinha, com um estilo de cozinha um tanto quieto, apesar da personalidade forte. Aos poucos, ela foi conquistando o coração dos outros competidores e confiança no próprio trabalho. O resultado está sendo colhido agora, nessas últimas provas. Já é a segunda seguida que ela vence (sendo escolhida por personalidades da culinária), o que é uma bela massagem para o ego. Essa confiança, quando bem cultivada, é fundamental para o sucesso em uma competição. Ela estava tão feliz durante a prova de eliminação que não seria possível sair algo menos que maravilhoso. Seu arroz “low carb” foi aprovado por Helena Rizzo, fazendo a tiete que existe dentro da cozinheira ir à loucura. Merecido.
Se me permitem um “parêntese” aqui, o episódio de ontem foi, sem dúvidas, muito agitado para Ana Paula Padrão. Ela levou uma patada de Jacquin e, para aliviar suas frustrações, acabou descontando nos competidores. Mas não parou por aí. Não contente em ver as picuinhas já existentes na cozinha do Masterchef, ela ainda colocou lenha na fogueira e deu aquela provocada em Raquel. Com Bruna se destacando, seu favoritismo está bastante prejudicado, assim como sua paciência. Ela já vinha soltando alguns comentários meio duvidosos em relação aos outros participantes, mas dessa vez ela deixou sua comum sutileza em casa e retrucou a provocação da Ana Paula – como quem diz “a inimiga está brilhando, mas eu nem precisei brilhar na prova de eliminação porque já estava no mezanino”.
Voltando à prova, os dois melhores pratos foram de Bruna e Leo. Fogaça chegou a comentar que o estado de espírito influencia os pratos, uma verdade na maioria dos casos. Leo começou a prova sendo a exceção. Ele parecia abalado por causa da prova em equipe e entrou naquela cozinha praticamente aceitando sua eliminação. Algo deve ter mudado no meio do processo, felizmente, porque ele conseguiu entregar um prato autoral e bem feito. Se não fosse o excesso de sal, poderia estar em uma competição mais acirrada com Bruna.
Luriana parecia bem focada, já sabia o que fazer desde o início. Só que, ao contrário de Leo, algo deu errado no meio do caminho e acabou mal. Seu nhoque de beterraba, uma ideia que seria tão linda se bem executada, quase não saiu e foi um grande desespero. Mas não era sua hora de sair – até porque ela só vem crescendo na competição, foi apenas um deslize. Sendo salva, restavam Pedro e Fernando na berlinda. Desde o início da degustação dos pratos já estava mais que claro quem seria eliminado. Apesar da farofa com leve gosto de queimado e o tema “deserto do Saara” de Pedro, Fernando entregou um prato tão amador que deu vontade de chorar. Não tinha conceito, personalidade ou lógica. Com isso, nosso alívio cômico foi embora de novo e a reação da Paola nunca vai sair da cabeça, representou toda uma geração: “eu gostava dele”.
Falando em óbvio, dava para perceber que Fernando era um dos competidores mais fracos e que não iria muito longe. A sorte não trabalhou a seu lado e ele não soube usar seu talento na criação do prato. Mesmo sendo um dos mais fracos, sua técnica e vontade de aprender são imensas; é a prova de que o nível dos participantes dessa edição é bem superior em relação às outras temporadas. O que podemos tirar da participação de Fernando é sua alegria e despreocupação ao cozinhar. Muitas vezes ele nem sabia o que estava fazendo e se juntava ao time de chefs que temiam por ele. Acredito que foi esse o motivo dele ter ido tão longe. O terrorista da cozinha, como definiu o Jacquin. Agora, teremos que lidar com essa eliminação tão triste, porém previsível (não consigo dizer “justa” porque meu coração não aceita que o Pedro continua por lá). E bem rápido, porque hoje a noite ainda tem mais um para dar adeus ao Masterchef.
Algumas observações:
– Que desperdício de pizza só para escolher os times, isso não se faz. Só o Fogaça deu uma pequena atenção a elas e fez uma “boquinha”.
– Vivi para ver o momento em que um dos chefs iria perder a paciência com a Ana Paula Padrão. Obrigada, Jacquin, você fez meu dia!
– Impressão minha ou a Raquel mais atrapalhou que ajudou nessa prova em equipe?
– “Toda vez que escuto ‘presente’ no Masterchef, espero uma mandioca engraxada voadora” Bruna, tão linda, tanto talento para comédia.
– Fernando é a gente na vida, desconhecendo aquela série, livro ou banda cult que os amiguinhos tanto idolatram.
– “Acho que perdi o foco da vida” Novamente, Fernando é a gente na vida.
– Como ousam comparar a icônica sexy carrot do Mohamad com aquela cenourinha desnecessária do Pedro!
– “Me chama lá para seu restaurante que a gente ri junto” Fernando vai fazer falta com seu jeitinho todo engraçado.
“Vai servir hoje ou amanhã?”
Essa semana, o Masterchef Brasil vai servir em ambos os dias. Então não deixe de comentar com a gente os dois episódios. Queremos saber o que achou da eliminação de Fernando e o que espera para as próximas provas.
