“Calma, mano”. Já está liberado comemorar essa eliminação do Masterchef Brasil.

A última prova em equipe finalmente chegou. Depois de uma temporada inteira de repeteco, os competidores não vão poder mais se escorar nos amiguinhos para passar de ano. Os cinco que restam vão disputar acirradamente o troféu Masterchef (além de *insira aqui a fala da Ana Paula Padrão em todo episódio*). Agora sim veremos quem está ali por mérito próprio e quem tem mais cacife para deixar os outros para trás.

A edição do programa mostrou mais uma vez sua dificuldade de trabalhar com criatividade e timing. Jantar romântico justo agora? E tem coisa mais brega que falar que o tema da prova era amor? Mais brega que isso só aquele pedido de casamento no meio do negócio. Se forem levar  a longa duração desse programa como um bom presságio, talvez seja uma boa ideia, quem somos nós para julgar. Mas nos limitamos a esquecer que isso aconteceu e focar no que realmente importa: o plot twist mais doloroso dessas três edições.

Em uma equipe que tinha dois dos favoritos do público, eles pareciam bem mais organizados e com um conceito de trabalho infinitamente melhor melhor. Mas nada disso foi suficiente diante do sabor e nem aqueles pratos bagunçados do time vermelho impediram tamanho desastre. Tinha entendido que seria naquele mesmo esquema: cometeu um erro imperdoável, perdeu um amiguinho na próxima rodada da prova. Só que a equipe vermelha pecou excessivamente na apresentação (e ainda repetiu o feito em uma dose pior) e levou apenas uma cara feia dos chefs. O time azul não conseguia acreditar no resultado, foi uma queda colossal do cavalo. Um dos casais falou que a apresentação tinha contado na escolha, mas resta a dúvida: será que eles viram o mesmo prato que a gente?

Os competidores estão claramente mais afiados. Afinal, nessa reta decisiva com apenas seis pessoas, cada escolha seria decisiva. Por isso, precisamos falar do ambiente que tomou conta daquela cozinha nesse episódio. Foi um festival de sinceridades e movimentos calculados. Fábio tirou a máscara de bom moço e virou o maior jogador, falando praticamente na cara das meninas que não queria trabalhar com elas – que preferia, na verdade, que elas se juntassem à Raquel para que a “briga de caciques” as atrapalhasse. No fim das contas, o feitiço acabou virando contra o feiticeiro, mas ele provou que seu santo é forte e levou a vitória da mesma forma. Enquanto isso, Lee percebeu milagrosamente que Leo não é aquele monstro que ele pintou durante tanto tempo e deu uma chance para trabalhar bem com o coleguinha.

O discurso dos chefs para a equipe azul foi duro, embora tenha sido exatamente o que eles precisavam para se motivar ainda mais nessa reta final. Conceito não ganha prova, principalmente quando quem julga são pessoas não treinadas para apontar defeitos nas aparências. Aquele ditado de “quem ri por último, ri melhor” marcou presença mais uma vez e apesar de todos os equívocos do time adversário, o resultado foi diferente do imaginado. E, dessa vez, não foi o erro de um dos competidores que foi decisivo. Todos erraram: Leo e Lee no tempero, Raquel na sobremesa. Com isso, eles tiveram que abaixar a cabeça, ouvir as broncas e levantá-la novamente para encarar com força, foco e fé a provação que viria a seguir.

Eis a provação. Sorvete é mais uma das maravilhas gastronômicas do mundo, mas não são todos que gostam. Ainda mais quando faz parte da prova de eliminação com menos competidores da edição. Raquel estava um pouco mais tranquila porque já tinha experiência com o processo; enquanto isso, os outros dois trabalharam suas melhores expressões de desespero quando a prova foi anunciada. Leo já tinha abraçado a ideia de que deixaria a cozinha do Masterchef. Por sua sorte, a técnica do “menos é mais” funcionou a todo vapor e ele conseguiu um sorvete simples, mas excelente – veja bem, me recuso a usar “perfeito”, como Paola pontuou, porque é marca registrada de um certo participante aí. Para a decepção do bonde da inveja, mais uma vez ele saiu vitorioso e arrancou lágrimas até da Ana Paula. O discurso de que um bom chef tem que dominar primeiro o básico para depois partir para as invenções foi um imenso tapa na cara de todos ali.

Então, só restavam para a disputa os dois competidores extremos aos olhos do público: Lee, o mais odiado e Raquel, uma das favoritas desde o início. Pensar que ele poderia destronar a possível rainha do programa era absurdo e muito preocupante. Mas a justiça é algo que não falha (pelo menos na maior parte do tempo nesse Masterchef) e o top 5 não contará com a presença dele. Nas próximas semanas, não teremos aquele drama todo de “ninguém me entende” nem toda aquela ceninha de apontar o dedo na cara dos outros. A paz só não vai reinar porque virou uma guerra e não vai sobrar “migas e migues” algum para contar história.

Mas voltando ao Lee. Ele parecia um alquimista durante a prova, levando para a cozinha toda sua experiência com as pesquisas. Fez as mais variadas misturas para que o sorvete ficasse com uma boa consistência – como disse Paola, só faltava a cola. Mas, às vezes, inventar muito acaba dificultando a brincadeira, sendo que poderia ser bem mais simples. Ele optou por usar uma base química para seu sorvete, enquanto os outros fizeram algo mais natural. Entre três competidores, é um tipo de escolha eliminatória, ainda mais em um cenário em que os outros dois estavam excelentes. Ele só teria se salvado se o de Raquel tivesse congelado a ponto de virar um monte de pedrinhas de gelo, o que não foi o caso.

Algumas observações:

– Quem viu na prévia (ou melhor, teve a infelicidade de ver) a Paula dando declarações sobre o Leo? Segundo ela, não tinha treta nenhuma – e ele é uma pessoa querida que ela queria conhecer melhor, inclusive. Mas na hora de ficar jogando olho gordo no prato do menino ele não é querido, né fofa?

– Bruna caiu do cavalo bonito quando Fábio falou que iria escolher a pessoa que fez a melhor sobremesa que ele já tinha comido (e não era ela). Aquela cara vai ficar pra sempre registrada.

– “Por um motivo que não sei qual, não consigo trabalhar com ele” – Lee sobre Leo. Nós sabemos o motivo: INVEJA!

– O que foi aquela troca de farpas entre Fábio e Fogaça? Que rapaz petulante! Eu mandava pra prova de eliminação por desacato.

– O combo Leo e Raquel é poderoso na internet mesmo. A equipe azul estava com 70% da preferência no Twitter. Claro, não foi o suficiente para virar realidade.

– Ana Paula indelicada: um ano e pouco de casados e JÁ tem um bebê vindo por aí? Recebeu o troco. Alguém pescou a indireta da moça falando de “muuuita paciência”?

– A sequência da tigela com água gelada foi a mais engraçada que já aconteceu desde o tombo do Fernando. Leo achando que era para lavar as mãos, Raquel fez que não sabia de nada e o Lee ainda bebeu!

– O que foi aquela voz estranha que surgiu do além? QUE MEDO!

– “Não dá pra chamar minha mãe para torcer por mim?” calma, amigo Leo. O Brasil todo estava torcendo por você. E não precisa chorar, as invejas não passarão!

– Sobre a prova de eliminação:

Se eu fosse no mercado do Master Cheff pegaria esse ingrediente pra fazer meu sorvete #MasterChefBR pic.twitter.com/tI4aJ9zzyI

— urso sem curso (@dokiberg) 27 de julho de 2016

Gostou da eliminação do Lee no Masterchef Brasil? Quem será o próximo a dar adeus ao programa? Vem comentar com a gente!