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Masterchef Brasil e a temporada dos egos inflados

Por: em 23 de agosto de 2017

Masterchef Brasil e a temporada dos egos inflados

Por: em

Na noite da última terça, mais uma edição do Masterchef Brasil chegou ao fim, dando a vitória a Michele. A participante foi uma surpresa e se destacou entre os demais pela calma com que trabalha e o progresso contínuo. Apesar de ser odiada pelo público, Deborah era a aposta mais certa para vencer – porém quem recebeu a ligação da Tim foi sua oponente – e aqui a gente pausa para um pedido: Band, pare de tentar inovar, por favor!

O programa, desde o início, é um misto de acertos e milhares de erros, sendo o principal deles a duração. Assim como a edição anterior, foram 25 longos programas e 21 candidatos competindo para valer a partir do quarto episódio. As provas foram, em sua maioria, criativas e desafiaram de um jeito bem interessante o conhecimento gastronômico deles.

O nível dos participantes foi evoluindo, claramente podemos perceber. Mas algo que chamou a atenção nesse ano foi o comportamento de vários deles. É claro, sempre tem aquele que se acha o rei ou a rainha da cocada e desde o princípio já se sente o vencedor. Nessa edição, parece que fizeram a seleção dos que tinham um tom de arrogância além da conta e o gênio mais complicado. Prepotentes e sentindo-se injustiçados a todo momento, apontaram o dedo para os colegas, e nem os chefs ficaram de fora na onda de revolta. O mezanino foi um palco de desrespeito e vergonha alheia.

Separamos algumas situações que demonstram claramente esses comportamentos arrogantes. Confira:

A participante quase profissional

Divulgação: Band

Lá pelas tantas, um boato rodou a internet toda, alegando que Ana Luiza já tinha trabalhado como cozinheira em um bufê. Inclusive, foi dito que a produção faria à egípcia, como se nada tivesse acontecido e colocaria a eliminação dela como algo natural. A denúncia surgiu de dentro da produção e teria causado certo desconforto entre os participantes. Esperamos vários episódios para que isso acontecesse e, de fato, aconteceu. Ana Luiza negou tudo e não descobrimos se foi verdade mesmo – mas foi nítida a implicância que do nada brotou contra ela (lembram do episódio da pescaria?).

A volta de quem não queria

Reprodução: Band

Na repescagem, um exemplo bem claro de arrogância veio de uma participante que ninguém esperava: Caroline. Ela queria estar em qualquer lugar, menos ali – porém, por obrigações contratuais, teve que participar do episódio. E ela não teve papas na língua: de uma maneira bem debochada, fez comentários insinuando que a avaliação dos chefs era “comprada” e que retornaria ao programa algum queridinho da produção. Não vamos dizer que ela está totalmente errada, só não precisava se comportar daquele jeito. Em nota, vale destacar a arrogância do Fogaça naquele episódio também – ele exagerou muito na reação (quem não deve não teme, mas vamos fingir que a gente não viu).

Na noite da final, novamente Caroline se mostrou pouco a vontade (para não dizer algo pior) em retornar aos estúdios da Band. Claro que não perdeu a oportunidade de dar uma alfinetada em suas redes sociais. Bom, vendo pelo lado positivo, pelo menos ela conheceu gente legal e fez amizade, né.

Todo mundo odeia a Miriam

Divulgação: Band

Toda edição tem seu odiado – e, esse ano, a escolhida foi a Miriam. Ela teve seus erros no início do programa e não soube lidar bem com o trabalho em equipe. Ela não confiou no desempenho dos colegas e acabou sob a mira da desconfiança mais para frente. Mas o que fizeram com ela foi infinitamente pior que o episódio de “Todo Mundo Odeia o Leo” no ano passado. O Leo só era deixado de lado sem maiores insultos. A Miriam foi alvo de deboche em várias ocasiões – e, não me levem a mal, eu também não gostava muito dela, só que ela não merecia tamanho desrespeito! Sem contar que ela melhorou bastante diante das críticas (o que nunca foi suficiente para os reizinhos do pedaço). O cúmulo foi vê-la toda felizinha por ter escapado da eliminação e ter que comemorar sozinha, já que ninguém estava muito contente com isso.

O inimigo que se disfarça de amigo

Leonardo às vezes fazia o fofo diante das câmeras, mas na maioria do tempo era uma metralhadora de comentários maldosos. Ele chegou a alfinetar até mesmo a Miriam (olha ela de novo!), participante com quem criou uma profunda amizade durante o programa. Principalmente nas provas que envolviam algum tipo de doce, já dava início ao coro de “é campeão” antes mesmo de começar, dizendo que ninguém era páreo para ele.

Machistas até que passarão

Reprodução: Band

Mesmo após uma onda de reclamações sobre a edição do Masterchef Profissionais, em que os candidatos massacravam a vencedora Dayse, a produção não aprendeu. Continuou colocando os comentários machistas de Valter semana após semana – sendo o mais emblemático deles sobre “o mimimi das mulheres” no programa (porque ele é muito macho e não chora, né). Dica amiga para a próxima: deixa de fora, não dá ibope para esse tipo de comportamento!

A própria finalista

Divulgação: Band

Deborah foi o maior exemplo da temporada de egos inflados. Em cada programa, ela soltava algum comentário maldoso a respeito de algum participante e chegou até a desafiar os chefs. Ela se recusou a cumprimentar o Jacquin quando ele criticou seu prato, disse que Fogaça “estava maluco” por um comentário que fez e quase pediu para sair no desafio da cozinha profissional. É verdade que não podemos acreditar na edição, que amplia a treta em 100% (ela inclusive esclareceu o “insulto” a Fogaça em uma rede social depois), mas não podemos negar que ela é bem petulante para quem tá começando, não é mesmo? Na final, ela chegou até a pedir desculpa pelos ataques de fúria, uma atitude bem digna.

Valorizar todas as culturas – menos a tailandesa!

Divulgação: Band

Por último, não menos importante, precisamos falar dos chefs. Eles precisam ser firmes e dolorosamente sinceros para julgar os candidatos? Precisam. No entanto, o que vemos desde a primeira edição é que em muitas vezes eles abusam dessa posição privilegiada para humilhar os participantes. Algo bastante incômodo aconteceu com a queridinha Yoko. Ela é tailandesa, respeita suas raízes e tinha como objetivo claro provar que a comida de sua terra poderia ser apreciada por brasileiros. Os chefs não entenderam isso e acabaram com o sonho dela no programa.

Se a gastronomia de países como a França e a Itália podem servir de referência sempre, por que não a Tailândia? Vamos deixar esse eurocentrismo de lado e aproveitar tudo de bom que todos os cantinhos do planeta têm a oferecer. Os chefs estão ali para, além de julgar, orientar os participantes no melhor caminho. Mas o caminho não era matando as referências de Yoko.


E você, acompanhou a edição desse ano do Masterchef Brasil? Também achou os participantes um pouco arrogantes? Vem comentar com a gente! E aproveita o breve descanso que dia 5 de setembro já teremos o Masterchef Profissionais!


Giovanna Hespanhol

Jornalista apaixonada pela cultura pop e por tecnologias. Forte tendência a gostar de séries ruins e comédias água com açúcar.

Bauru/SP

Série Favorita: Doctor Who

Não assiste de jeito nenhum: Game Of Thrones

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