Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Masterchef Junior Brasil – 1×01 Carnes, massas, doces

Por: em 21 de outubro de 2015

Masterchef Junior Brasil – 1×01 Carnes, massas, doces

Por: em

A mesma emissora, os mesmos jurados, a mesma cozinha, a mesma apresentadora, o mesmo horário e até a mesma hashtag contabilizando as menções no Twitter. Apesar de todo o esforço para manter a audiência do seu carro ‘chef’, a Band apresentou um programa completamente diferente. E se continuarem nesse ritmo, dá pra dizer com certeza: o Masterchef Junior é ainda melhor que o Masterchef Brasil!

crianças

Na versão infantil do programa, tudo parece mais lúdico, mais leve, o astral é completamente diferente e as patadas gratuitas dos chefs são substituídas por conselhos, palavras de incentivo e de ajuda (e olha que as crianças nem precisam). É claro que lidar com adultos é diferente, mas realmente acredito que a versão “crescida” tem muito mais a aprender com a Junior que o contrário! Eu, pelo menos, gosto muito mais de ver as crianças se ajudando e torcendo umas pelas outras que c e r t a s pessoas gritando com os adversários ou chamando todo mundo de falso.

O programa selecionou 20 crianças, que foram trazidas do mesmo lugar que A Órfã, eu suponho. Até então assistia à versão australiana do Masterchef Junior e me consolava pensando que aquelas crianças sabiam cozinhar porque tinham aula de culinária na escola e que aqui no Brasil o formato nunca daria certo. Tomei uma voadora na cara vendo um monte de chefinhos harmonizando sabores, lidando com ingredientes complexos e acertando o ponto de carnes, massas e doces melhor que 90% dos participantes do último Masterchef. E muito, muito melhor que eu, obviamente.

Prova 1: Carnes

carnes

Como não dava pra enfiar 20 crianças na cozinha de uma vez, dividiram em três grupos que teriam que cozinhar coisas diferentes. O primeiro grupo me pareceu o mais carismático e também o mais competente. Eles precisaram cozinhar carnes e não só não confundiram carne seca com filé mignon, como também acertaram praticamente todos os pontos (cof, cof).

Os destaques: Aisha roubou a cena, inegavelmente! A menina veio cheia de personalidade e sangue nos olhos para ganhar o programa. Focada, disse que treinou o prato em casa três vezes, recebeu nota mil da Paola e apesar disso, foi a primeira a oferecer seu vinagre para o guri que tinha esquecido de pegar no mercado. Outro que mandou muito bem foi Lorenzo, com um javali elogiadíssimo que já no primeiro programa recebeu duas propostas de emprego. Dá pra eliminar só o pai mala dele que não deixa o menino cozinhar em paz?

Os eliminados: Luiza arriscou em um risoto de limão siciliano com barriga de porco, mas errou a mão no tempero e, pelo que pareceu, na textura também, já que o risoto pareceu meio… molhado. A menina de fato destoava do resto do grupo, tanto na técnica quanto na administração do tempo e da ansiedade. Já a eliminação de Augusto partiu meu coração. Como não amar um guri tão espontâneo que coloca a mão na forma quente e grita “VAI, BURRÃO!”, e depois prova o próprio arroz e fala na cara do Fogaça que tá muito ruim? Podiam eliminar o pai do Lorenzo e trazer o Augusto de volta.

Prova 2: Massas

massas

No meu mundo, a única massa que uma criança de 12 anos é capaz de preparar é o bom o velho miojão. No mundo do Masterchef Junior, no entanto, elas preparam e abrem suas massas frescas, e como isso não bastasse, as servem com recheios e acompanhamentos super complexos e molhos exóticos. O segundo grupo a assumir a cozinha  teve grandes destaques, mas também pareceu o mais fragilizado emocionalmente. Que bom que os chefs tiveram tato para lidar com as crianças e não ficaram simplesmente berrando que o tempo estava acabando e os pratos estavam horríveis.

Destaques: Ivana achou que aquele seria um bom dia para humilhar a humanidade simplesmente existindo. Aos NOVE anos, enquanto cozinhava  seu belíssimo prato, ela teve uma conversinha suave com Paola em três idiomas. Isso me deixou um pouco amedrontada, mas ela sussurrando “Five minutes” no melhor estilo Samara “Seven Days” Morgan me fez ter certeza de que a guria tem algo de sobrenatural. E se o pai de Lorenzo ficou se metendo no prato do filho na primeira fase, a mãe de Valentina foi a palpiteira da vez. Pais, deixem as crianças cozinharem em paz! Se eles precisarem abrir pote de geleia, eles pedem ajuda. Já Lívia, que nem apareceu na edição direito, parece ter feito o melhor prato do grupo.

Os eliminados: Piera é uma menina fofíssima que cometeu o erro bizarro de confundir o delicioso e rei dos vegetais, espinafre, com a amarga e triste rúcula. Como sua massa não tinha nem molho e nem recheio, o sabor do prato ficou ruim e ela foi eliminada. Fosse no Masterchef adulto, Gleyson teria tomado uma bronca por apresentar um prato em que a massa gruda na louça, o recheio é grosseiro e o visual é terrível. Como os chefs têm bom sensinho, pouparam o menino das grosserias e se mostraram respeitosos pela sua participação, apesar de manda-lo para casa.

Prova 3: Doces, doces, dooocesss!

doces

O último grupo se deu bem, porque além de cozinharem aquelas delicinhas, ainda tiveram direito a provar as sobremesas antes da prova. Pelo visual e pela criatividade dos meninos e meninas deu pra ver que realmente eles estão ganhando de lavada dos adultos, já que ninguém chegou nem perto de apresentar sobremesas ruins como aquela do Hamilton ou mesmo o fatídico profiterolis da campeã Elisa.

Destaques: Sofia, a filha perdida de Blossom e Jout Jout Prazer deu um show, não só na cozinha com a sua torta desconstruída, como de carisma. Já vejo um mundo de memes se abrindo à minha frente enquanto essa menina estiver no programa. Notei uma vibe meio coach na mãe dela, vocês não? Quando ela começou a se desesperar, em poucas palavras a mãe já a fez voltar para os eixos. Vitória pode não ter sido tão feliz na sua naked cake de massa pesadinha, mas coloquei nos destaques só porque ela fez “shiu” pra mãe que começou a se meter na sua receita. VRÁ.

Eliminados: Hytalo era divo, era glamoroso, era um talento promissor na cozinha e nos palcos (quero o hit “vai engrossar, vai engrossaaaaar” em várias versões na minha mesa JÁ), mas se perdeu por fazer uma tortinha crua. A internet jamais te esquecerá, Hytalo. Andrey fez várias coisas de maçã verde e foi eliminado porque os chefs queriam mais coisas de maçã verde. Aparentemente, Vitória foi pior que ele. Pelo menos criatividade o menino mostrou, né? Mas não teve jeito, saiu também.

Algumas observações:

– Acho que poderiam dar uma adaptada na cozinha. Deixar aquelas panelas lá no alto já era ruim pra Jiang, imagine pra Aisha.

– Falando em Jiang, cadê nossa chinesa favorita? No recap de antes do programa apareceu o Raul e aquela apresentadora sem graça de sempre #panelaço

– Eu vivi para ver o Fogaça sendo fofo.

– Arroz negro aqui em casa é quando eu tento fazer e esqueço a panela no forno. Estou aomilhada com o conhecimento teórico dessas crianças-prodígio

– Fiquei curiosa pra provar o merengue com pimenta do Mateus.

– Fiquei feliz de os chefs terem percebido o quanto aquelas crianças se espelham neles e se preocupam com o que eles acham. Para a maioria delas, a aprovação de Jacquin, Paola e Fogaça é muito mais importante que o troféu.

– Ana Paula Padrão continua ruim.

paola Hytalo

O programa estreou com o pé direito e com um elenco carismático, fofo, engraçado e competente, justamente o que faltou à última edição. O horário continua sendo um problema, assim como os spoilers que a Band segue esfregando na nossa cara. Esta semana, no entanto, o melhor do Masterchef, que é a interação com o Twitter, foi também o pior do programa, com gente sem noção fazendo piadas inadequadas e até mesmo criminosas envolvendo pedofilia. Galera, o programa tá tão lindo, don’t fuck it up!

Curtiu a estreia? Já tem uma torcida? Deixe seu comentário e até a próxima!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

×