Depois de tanto falhar ao cair na mesmice e reciclar plots de temporadas anteriores, parece que Modern Family finalmente encontrou um episódio sob os trilhos. E com a mais refinada inteligência de roteiro, algo que a gente não via desde muito tempo (para ser mais precisa, desde a season finale da última temporada). Dessa vez, todos os núcleos funcionaram bem em suas próprias tramas e os poucos deslizes não foram expressivos o suficiente para arruinar algum plot.
Depois que reclamei a semana anterior pelo descuido e o descaso com Alex, parece que os roteiristas perceberam isso também, colocaram a mão na consciência e resolveram dar uma história interessante a ela. Na melhor das referências a Titanic, ela viveu um breve romance com um rapaz da classe econômica, com direito a danças e marcas de dedos nos vidros (só que em uma situação completamente diferente, claro). O mais divertido foi ver os ambientes opostos entre as duas cabines, sendo uma bem caricata – apesar da diferença do preço entre elas fosse de apenas 20 dólares. Nessa história a la Rose-Jack, pelo menos o desfecho não foi um trágico acidente com a morte de um dos dois. Aliás, nem chegou a ser um tórrido romance recíproco.
Por mais que não tenha sido aquele quentinho no coração para menina Alex, pelo menos ela esteve envolvida em mais de um sub-plot – o que é um avanço imenso para uma personagem que vinha sendo jogada às traças. Já deu para sentir outras vezes a vibe ali do Manny, que vê na prima quase que a “mulher ideal”. Ela é uma das únicas na família que prioriza sua educação e cultura ao invés das coisas fúteis do mundo, algo que o menino sabe apreciar. Por essa razão, nada espanta essa crush que ele tem nela, ou ele achar que é o contrário. No meio disso tudo, o mais engraçadinho é ver a pequena Lily tendo crush no primo mais velho.
E tivemos também Luke sendo Luke. Depois que ele cresceu, virou a típica representação do menino adolescente que não pensa em nada além de mulheres. Pode reparar que a maioria de suas histórias envolve algo do tipo. Em um trem em que parecia que era tudo permitido, não seria diferente. Mal sabia ele que a mulher só queria ensinar-lhe geografia. Mas ele não ficou nada desapontado. Até foi capaz de tirar dúvidas do pai e do tio em relação aos mecanismos do trem.
Por falar em Phil e Cam, este foi, de longe, o melhor plot que tiveram juntos. Na verdade, eles vivenciaram o sonho de muitos leitores ao redor do mundo. Fala sério, quem não queria ajudar aquele autor favorito a escrever a tão aguardada sequência de uma trilogia? E os dois “palhaços” (ou melhor, um palhaço e um mágico) foram responsáveis por corrigir erros que poderiam arruinar a obra e encontrar soluções possíveis para o mistério. É uma honra e tanto!
Transitando entre vários núcleos sem, de fato, pertencer a nenhum, Haley teve lá seus momentos de glória durante o episódio. Além de ajudar mesmo sem querer no trabalho com o livro, ela ainda incentivou a irmã a viver suas aventuras românticas e teve ótimos diálogos com Lily. E tudo isso foi bem representativo do que ela vem se tornando na série. Haley sabe brilhar quando dão oportunidade – só que, infelizmente, essas oportunidades são poucas. Quem também não teve seu momento de destaque foi Gloria, a última pessoa daquele grupo que poderia ter sua “primeira classe” questionada – mas mesmo assim teve.
Por fim, de tanto andar para trás, o plot de Mitchell acabou sendo um tanto esquecível. Ele e Claire estavam trabalhando no discurso do brinde de casamento da mãe e isso só trouxe à tona sentimentos ruins que eles cultivam em relação a ela. Tanto que quase arruinaram o casamento. Imagina se o filho do futuro marido da Dede convencesse o pai a não casar. A sorte (e a surpresa, vamos combinar, né) foi que Jay estava empenhado a defender a ex mulher e o casamento que aconteceria em algumas horas.
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