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Murder in the First

Por: em 3 de setembro de 2015

Murder in the First

Por: em

Para quem gosta de séries policiais, investigativas e é fã de thrillers que investigam somente um arco de história na temporada, Murder in the First é um prato cheio. Se ainda não ouviu falar da série e ainda tem um chance de fazer maratona antes da fall season, esta é a hora, afinal, a série tem 20 episódios, 10 em cada temporada. Por ser uma série da summer season e da TNT não foi tão divulgada, agora corremos contra o tempo para colocar a série em dia e não há arrependimentos, é muito interessante acompanhar a história de maratona, dá para ter mais atenção aos detalhes e a nossa memória não prega peças.

Murder in the First se inicia de uma forma diferente dos seriados policiais em geral, mostrando parte da vida particular dos protagonistas, e não o crime em si, este vem em seguida, conectando os personagens. A dupla de detetives Terry English (Taye Diggs) e Hildy Mulligan (Kathleen Robertson), que diferentemente de outras séries desse estilo não são completamente amargurados com a vida, mas tem os seus problemas para lidar enquanto trabalham (como todos mundo). Esta não é uma série que os detetives são super heróis, sem falhas, mas tem boa moral, como na maioria das séries americanas.

A série investiga um caso só, cada temporada é um arco de história fechada, como foi The Killing, True Detective, The Fall e outras. A primeira temporada começa com um assassinato de um homem que traficava drogas, aparentemente. Não era um caso com muitas pistas, nem de grande importância para o departamento de polícia de São Francisco – Essa é outra vantagem da série, se passar numa cidade bonita, que ainda não foi saturada por um tanto de série no lugar. Mas o caso que eles investigam vai com tempo aumentando, e pessoas importantes são afetadas pela investigação.

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O Grande diferencial é que a série e a investigação do caso não se limita à ação dos detetives. Outras duplas de detetives também tem o seu papel, os suspeitos são mostrados, assim como suas rotinas e desenvolvimentos da vida diária.Na primeira temporada acompanhamos as ações do principal suspeito, mas não temos como saber se ele é culpado ou não, temos as mesmas pistas que os detetives, mas vemos ele criando suas estratégias para se defender e também sua vida particular. Ah, o principal suspeito dessa temporada é Erich Blunt, interpretado por Tom Felton, eterno Draco Malfoy para os fãs de Harry Potter. No início da temporada a atuação dele parece meio canastrona, mas ao longo da temporada ele fica mais confortável no papel, ou o conhecemos mais e acostumamos com ele. 

Uma terceira parte importante da série é o julgamento, não é uma série que acaba assim que os detetives descobrem quem é o culpado, eles tem que provar aquilo, a certeza deles não vale nada para a procuradoria. Então você verá prisões, busca por testemunhas, provas e julgamento, pelos dois lados do caso, promotoria e defensoria. Porque no nosso mundo, mesmo se você pegar uma pessoa cometendo um crime ainda irá a julgamento e ninguém sai por aí confessando nada.

As histórias são tratadas de uma forma mais lenta, tudo parece mais crível do que a forma como CSI, Criminal Minds e outras desse gênero, onde tudo acontece tão rápido, os criminosos sempre confessam no final (quem confessaria um crime?) e os detetives conseguem achar um fio de cabelo no tapete de pelos e fazer DNA em minutos. Não se engane também. É uma série americana, eles tem sim técnicos para analisar dados, telefones celulares, contas bancárias, emails… e tudo isso é importante, mas Murder in the First e suas histórias são tratadas com bem menos pretenção do que True detective, que citei antes. Os detetives tem dúvidas, tem instintos, conversam, investigam e não são polêmicos.

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A segunda temporada tem mais informação do que a primeira, mais impacto e já começa com um grande evento, traumático, como o público americano gosta, cheio de ação e impactante, é difícil ficar indiferente. O restante da temporada também é diferente da primeira, muitas coisas acontecem na delegacia e as investigações vão andando, como imagino que deva ser uma investigação na vida real, não é só um caso mobilizando todo mundo. Ainda é um arco de história na temporada, mas acontecem algumas histórias periféricas mais importantes. Na primeira temporada estas histórias também acontecem, mas tem menor participação do que nesta segunda.

Mesmo a segunda temporada sendo um pouco diferente e o ritmo da investigação continuar a ser lento, os episódios não. O ritmo da narrativa é mais intenso e cada episódio parece ter somente 20 minutos. Com muita coisa acontecendo e nem vemos o tempo passar. Mas a série é mais didática, as histórias não se embolam a ponto da gente não entender alguns plots (estamos de olho True Detective).

Então, Murder in the First é uma série de investigação, um thriller que conta uma história por temporada, pouco pretensiosa, com investigadores empáticos, mostrando outras partes dos casos, o que é muito bom para a série e para o desenvolvimento, tornando a série muito mais interessante, vale cada minuto.


Camila

Mineira, designer, professora que gosta tanto de séries que as utiliza como material didático.

Belo Horizonte/MG

Série Favorita: Fringe

Não assiste de jeito nenhum: Supernatural

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