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Narcos – 2×04 The Good, the Bad, and the Dead

Por: em 3 de setembro de 2016

Narcos – 2×04 The Good, the Bad, and the Dead

Por: em

A cena que abre The Good, the Bad and the Dead é perfeita para entendermos muito do que se desenrolou nesse eletrizante 4º episódio do 2º ano de Narcos, que, ouso dizer, foi um dos melhores que a série apresentou até aqui. O sonho em que Tata aparece levando um tiro vem para comprovar que Carrilo é de fato o único homem a quem Pablo teme (é claro que, com essa frase, eu lembrei de Harry Potter na hora, mas não vem ao caso) e isso foi o pontapé para que Escobar tomasse algumas atitudes que ditaram o tom do episódio.

pablo

O plano de usar Valeria e a entrevista emocional com David para tentar “comprar” o público foi algo esperado; nada como um bom e velho golpe midiático para dar um xeque-mate numa guerra. Nesse ponto, foi interessante ver como o apoio de Duque a Escobar é mesmo irrestrito, tendo ele ajudado o traficante a escrever as diversas cartas para imprensa, contando sua história. Parecia perfeito, até que nenhum grande veículo aceitou publicar o negócio e o caldo entornou, trazendo a tona o velho Pablo e mostrando que, talvez, Medelin não esteja tão nas mãos de Escobar como ele realmente acredita.

Toda a ação que levou a trágica derrocada de Carrilo foi conduzida pelo roteiro da série de maneira genial. O estranhamento inicial quando Limón propôs o plano a Maritza aconteceu e, por diversos momentos, eu estava pronto para reclamar do texto do episódio, que parecia colocar o chofer de Pablo como alguém burro o suficiente para tentar entregar o chefe ao departamento.  Nesse ponto, então, a crítica (ainda que leve) cai sobre Javi e a ingenuidade em realmente acreditar que, talvez, Pablo caísse tão fácil assim. Claro, Penã resistiu um pouco, especialmente quando se viu usado por Gabby para conversar com Maritza, mas depois deixou-se cegar pela ideia e teve que assistir, impotente, Carrilo e os outros serem cruelmente assassinados em uma emboscada muito bem preparada.

Todo o momento é de uma grandiosidade técnica incrível. O momento em que Pablo exige que seu já derrotado algoz o olhe nos seus olhos antes de dar os últimos tiros é de uma crueldade e tirania arrepiantes e escreve um novo capítulo na história de quase todos os personagens da série: Maritza, usada sem saber por Limón, agora pode recomeçar sua vida longe daquele país, embora nem ela mesma tenha dimensão do quanto seu simples telefonema mudou várias vidas. Javi, que agora carrega em seus ombros o sobrepeso de uma culpa que não devia sentir e, para tentar se livrar do mesmo, procura novos aliados.

Nesse ponto, o episódio também é bastante satisfatório ao apresentar os Irmãos Castaño, um grupo militar de extrema direita que quer exterminar todo o comunismo da face da Terra e também está interessado em derrubar Escobar. Durante todos os 56 minutos, vemos ser ensaiada uma aliança entre o grupo, o Cartel de Cali e Judy, todos interessados em dar um fim a vida de Pablo de uma vez por todas. Durante vários momentos, o roteiro flertou com o selar de um pacto entre todas as frentes, mas foi somente no final, com a entrada em jogo de um Javi Peña abalado e com pouca coisa a perder, que a coisa realmente empolgou. A nova aliança promete e… Te cuida, Pablo. Esse “esquadrão” não parece disposto a errar.

murphy e connie

Murphy, encontra nos braços de uma recém retornada Connie o abrigo para as lágrimas que finalmente deixa rolar. Naquele momento, o choro do policial não é apenas por Carrilo ou pelos colegas que morreram na emboscada; muito menos é por não ter podido estar lá junto com eles. O choro de Murphy é o choro de desesperança e de impotência. Lágrimas salgadas que são, agora, o prenúncio de que o jogo pode estar prestes a virar.

Outros comentários: 

— Tata ganhou uma arma e perdeu no mesmo episódio. Foi triste.

— Bem bonita, porém triste, a cena em que o vice-ministro da Justiça conta ao presidente Gavieira que assumirá a culpa pelos erros da emboscada. O movimento é importante e César entendeu que não havia outra solução para estancar o sagramento que começaria no governo (e só traria mais mal do que bem), mas não tem como não se emocionar com toda a sequência.

E você, o que tem achado da 2ª temporada de Narcos? Triste pela morte precoce de Corrilo? Não deixe de comentar e acompanhar nossa maratona! 


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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