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Nashville – 5×08 Stand Beside Me

Por: em 22 de fevereiro de 2017

Nashville – 5×08 Stand Beside Me

Por: em

Desde a estreia da 5ª temporada, vínhamos discutindo como Nashville tinha se tornado uma série mais calma, mais sutil e até mais lenta, buscando a valorização dramatúrgica das jornadas iniciadas no recomeço da série mais do que os grandes momentos e as reviravoltas. Até que, nos últimos blocos desse 8º episódio, tudo isso foi esquecido no churrasco e nós voltamos para a velha Nashville de sempre: tiro, porrada e bomba. O que é curioso é que a primeira parte do episódio foi totalmente normal: gente discutindo, gente terminando o namoro, gente cantando, tudo dentro dos conformes. Até que não. Em geral foi um bom episódio, antes e durante a reviravolta, mas existem questões sobre a série que precisam ser discutidas nessa review pra gente entender melhor o que passa na cabeça de Callie Khouri & Friends.

Primeiro lugar, Precisamos Falar Sobre Juliette. A narrativa de autoconhecimento com sabores gospel continua firme e forte, só que agora com os primeiros tropeços. Claro que Juliette, dona de si e do resto do universo (na própria cabeça pelo menos) iria querer o coral da igreja fazendo backing vocal pra ela (por mais que ela chame de parceria, a gente conhece a peça). E obviamente o roteiro teve que lidar com os dois elefantes na sala: o fato de que Juliette NÃO É uma cantora gospel – muito pelo contrário -, e o fato de que ela está interessada em fazer um álbum baseado em canções da cultura afroamericana. Em tempos de apropriação cultural, de muro e de Beyoncé, seria uma discussão interessantíssima que a série proporia, se a tivesse proposto de fato. O que aconteceu foi uma faísca, recheada por uma espécie de retaliação por parte do coral (ainda que a presença de Halie e do pastor do lado de Juliette fizesse os questionadores parecerem estúpidos) e a resolução do problema com Juliette saindo de moça ingênua e bem-intencionada, com nenhuma oposição a isso. Não que ela realmente não tenha sido bem intencionada, mas o que eu quero dizer é que a abordagem do assunto foi muito amaciada, assim como tem sido com Clay. De qualquer modo, só o fato de Nashville, uma série sobre música country (leia-se branca), colocar a música gospel e a cultura negra em algum destaque já a torna digna de algum elogio. Ainda que isso faça Juliette uma das pessoas mais chatas da história da televisão.

O roteiro finalmente decidiu mostrar que Scarlett amadureceu de uma vez por todas e a bonita terminou com Gunnar. Só que fica cada vez mais difícil de acreditar que esse término é definitivo, porque já tá mais do que claro que os pombinhos são almas gêmeas e não há nada que ninguém possa fazer sobre isso. Agora é aguardar e ver quanto tempo a separação vai durar (eu aposto até o final da temporada) e como lidar com os dois solteiros chatos insuportáveis. Não que eles já não estivessem insuportáveis juntos, mas pelo menos ainda rolava umas cenas pré-sexo bem legais – enquanto as cenas pré, pós e entre-sexo de Scarlett com Damien são só bem chatas mesmo. Coisas legais e importantes aconteceram com Scarlett nesse episódio, apesar do break com o amor da vida dela: a conversa com Deacon, mostrando que a química de Clare Bowen e Charles Esten ainda está com tudo; e o fato de termos tido algum avanço na resolução da trama de Damien, que se Reba McEntire Deus quiser está prestes a acabar.

Há umas duas reviews atrás, eu clamava aos céus para fazer a história do stalker acabar logo. Mal sabia eu que não só estava prestes a acabar como também iria ser encerrada com louvor. Considerando o que vimos da série até aqui nesse ano, era quase impossível prever que em um espaço de 20 minutos tantas reviravoltas maravilhosas iriam acontecer. Apesar da performance fraca do ator que fez o bendito stalker, a sequência do minisequestro de Rayna foi muito boa. A conexão sequestrador-sequestrada, a principio baseada na relação fã-ídolo, foi muito bem direcionada para a relação entre as famílias desfuncionais (tópico definitivo de Nashville). Foram bons momentos de tensão, de fato, principalmente porque o episódio, até ali, tinha procurado reforçar os laços de Rayna com Deacon, com Maddie (e a aprovação definitiva de Clay) e com Daphne (pela menarca) e nos foi permitido ficar genuinamente preocupados com o futuro de Rayna e o que isso significaria para os Jaymes-Claybourne.

O que eu não sei se valeu tanto à pena foi reciclar o plot do acidente. No primeiro acidente, no fim da 3ª temporada, o “alvo emocional” era a relação de Rayna com o pai, que vivia momentos de fragilidade. Agora, a família de Rayna vive um estado de ‘normalidade’ incomum, então colocá-la em risco de vida parece ser uma perturbação necessária para bagunçar o coreto. No fundo, achei uma saída preguiçosa. Um plot twist desse tamanho foi muito bem vindo, mas de novo um acidente de carro? Meia hora de vídeos do Dumb Ways To Die já oferece soluções muito mais criativas para um acidente do que uma batida de novo. De qualquer maneira, é hora de levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima (mais uma vez) e ver quais serão as consequências do mais novo acidente da cantora e compositora Rayna Conrad Claybourne Jaymes.

E agora? Será que o acidente de Rayna vai reaproximar Scarlett e Gunnar? Será que Deacon vai conseguir segurar a barra? Por onde anda Will Lexington? Diga-me tudo!

Até logo!

Bônus Marido Decorativo: gostaria de saber até que episódio Avery e Candance vão ficar fazendo figuração pros dramas de Juliette.

Bônus Banda Decorativa: por outro lado, Avery entregou a única música inédita do episódio (e foi bem legal, não vou mentir).

Bônus Que Mulher: eu não consigo elogiar Connie Britton o suficiente. A cola dessa série, o elo que faz as coisas continuarem seguindo. Se você crê na palavra de Connie Britton, diga amém Rayna. 


Gustavo Soares

Estudante de Cinema, fanboy de televisão, apaixonado por realities musicais, novelões cheios de diálogos e planos sequência. Filho ilegítimo da família Carter-Knowles

São Paulo - SP

Série Favorita: Glee

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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