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No Tomorrow – 1×13 No Sleep ‘Til Reykjavik (Season Finale)

Por: em 5 de fevereiro de 2017

No Tomorrow – 1×13 No Sleep ‘Til Reykjavik (Season Finale)

Por: em

Por um instante, pensei que No Tomorrow estava assumindo o cancelamento. Quer dizer, todos os flashbacks com aventuras de Xavier e Evie. A despedida do casal e os empregos novos. Deirdre, grávida de um filho de Hank. Abraço coletivo em plena Cybermart. Timothy encontrou um novo amor e formou um duo musical com o melhor amigo. Tudo estava lindo. Ah, mas deixaram o final em aberto. Não sei se foi um sopro de esperança – vai que outro canal decide comprar a segunda temporada da série? – ou preguiça de costurar um desfecho decente para a história. Continuei olhando para a TV, esperando que algo acontecesse. Pois bem: agora que tirei isso do peito, vamos conversar sobre No Sleep ‘Til Reykjavik.

Reykjavik (ou Reiquiavique) é a capital da Islândia, onde Evie vive seu próprio Escrito nas Estrelas e cruza caminhos com Graham. O personagem me faz desejar mais cinco temporadas da série, só para conhecê-lo melhor e shippar o novo casal filipino – sim, eu vou fantasiar que eles terminam juntos nas Filipinas. O médico acredita em destino e consegue superar o charme de Xavier e John Cusack juntos. E por falar em destino… Graham e Xavier já haviam se conhecido no hospital, quando Evie sofreu o incidente de pogobol e Xavier levou flores para ela. Meu coração acelerou só de pensar na possibilidade de terem plantado um Easter Egg, logo no primeiro episódio da série. Alarme falso – revi a cena original e Graham não aparece. Mas a ideia continua brilhante, e eu agradeço a dose de adrenalina.

Embora toda a paisagem islandesa tenha parecido um cenário falso e mal executado, a viagem à gélida ilha no meio do Atlântico foi uma ótima trama. Evie pode continuar sua jornada solitária, que fora brevemente interrompida pela reconciliação com Xavier, e viver experiências por conta própria. O papel de Graham também foi importante para Evie questionar seus relacionamentos. Deve ser emocionante ver as luzes da Aurora Boreal no céu. A garota voltou para casa disposta a buscar o emprego de seus sonhos e também percebeu que nunca se arrependeu de nada – afinal, todas as suas decisões foram determinantes para chegar até ali. Mais uma lição de vida e algumas metas para adicionar ao caderninho. Oferecimento: No Tomorrow.

Eu estava errada sobre Jesse. Imaginei que ele estivesse sob comando do governo quando sequestrou Xavier, mas o primo só queria levá-lo até Houston, Texas, onde encontraria o bilionário que Cory Casey indicou, capaz de ajudar a salvar o mundo do asteróide. Jesse é um homem do bem, apesar de lhe faltar alguns parafusos. Mas o trailer nunca chegou ao destino: ainda na estrada, a dupla foi detida pela polícia. Havia um complô dos roteiristas para que Tyra tivesse uma entrada triunfal, libertasse Xavier e fizesse dele o homem mais requisitado do mundo.

Xavier ficou igual a pinto no lixo, em meio aos demais cientistas, que o tratavam como ídolo. Afinal, não é qualquer um que descobre um asteróide capaz de destruir o planeta. Tyra proclamou o anúncio em rede nacional: não entrem em pânico, mas descobrimos que o mundo vai acabar. Enquanto isso, houve outro indicativo de final de novela, com todos os personagens assistindo à TV e reconhecendo que o lunático do Xavier tinha razão. Só ficamos sem saber se a missão foi bem sucedida: o asteróide chegou ou não?

As demais tramas se encerraram como um nó bem dado – assim que eu gosto. Graças ao chá de Ayahuasca e ao açúcar do refrigerante caseiro de Kareema, Timothy e Hank decidiram explorar seu talento para música. Foi ótimo ver cada personagem assumir seu papel individual nesta sequência – inclusive na opção do líquido alucinógeno para beber.

Misteriosamente, Deirdre decretou uma lei para banir o refrigerante da empresa. Não importava o motivo, nós já levaríamos a sério, já que ela é autoritária por natureza. Nem questionei. Enquanto isso, Kareema, que precisava de dinheiro para bancar a lua-de-mel com Sofia, sabiamente aproveitou a oportunidade para abrir um mercado negro. Ela passou a gerenciar um bar improvisado, bem no meio da Cybermart, para faturar um trocado. Com a mecha cor-de-rosa e a maquiagem rock’n roll, Kareema é a bartender perfeita. Os outros funcionários, em crise de abstinência e sem forças para trabalhar, logo se tornaram clientes dela. Só eu achei estranho ver dois funcionários da filial antiga em Tacoma? Como eles também conseguiram a vaga disputada por lá?

Não há dúvidas de que Hank é apaixonado por Deirdre, mas também não resiste às bolhas adocicadas da bebida proibida. Ele provavelmente era um dos fregueses mais assíduos do bar. Cada vez mais, vemos uma versão de Hank com atitude para discordar da namorada mandona. Ao mesmo tempo em que Deirdre se assusta com isso, ela aceita e reconhece que precisa tratar a todos de maneira melhor. O casal começa a se equilibrar e aprender um com o outro. É neste clima que descobrimos que eles vão ter um bebê. Fica a sugestão: se não houver mais temporadas de No Tomorrow, será que podemos encomendar um spin-off desta criança? Aposto que será um baita personagem.

 


Apesar de torcer por um final palpável para Evie e Xavier – juntos ou separados -, considero que No Tomorrow fechou seu ciclo em grande estilo. O elenco tem um timing perfeito para comédia (com destaque para a atriz Tori Anderson) e os roteiristas souberam trabalhar com isso. Nem toda série merece outras temporadas, seja pelo índice de audiência ou pela mensagem que pretende passar.

A minissérie brasileira, Como Aproveitar o Fim do Mundo, que inspirou a sitcom americana, teve somente oito episódios. Estrelada por Alinne Moraes e Danton Mello, foi ao ar em 2012 na TV Globo. Fica a dica para quem sentir saudades de No Tomorrow.


Alice Reis

Jornalista que não bebe café, mas vai ao Central Perk com frequência. Gostaria de viver em todas as séries filmadas em Nova York.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Friends

Não assiste de jeito nenhum: Game of Thrones

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