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O (breve) voo de Firefly

Por: em 30 de julho de 2010

O (breve) voo de Firefly

Por: em

Quando assisti ao seriado Firefly no canal FOX, ainda não conhecia o maravilhoso mundo da “baixação”, peguei o bonde andando e perdi alguns episódios. Mas a série mexeu comigo, realmente eu gostei do pouco que tinha visto e fiquei curiosa com o que não tive acesso. Descobri na internet que a série tinha sido cancelada e segui em frente. Até que um belo dia, fui apresentada aos torrents e similares, praticamente um Gerador de Probabilidade Infinita, tantas são opções que vi ao meu alcance.

Acidentalmente, entre os diversos títulos disponibilizados num blog (já fora do ar), encontrei Firefly e voltou a vontade de ver a série, que tinha deixado um gostinho de “quero mais” muito forte em mim.  Aproveitei a oportunidade e baixei toda a única temporada produzida. E foi uma experiência fantástica assistir a todos os episódios e na ordem correta.

Deixem-me contar um pouco sobre esta que é uma das minhas séries favoritas, talvez ela conquiste vocês também. De inicio, ela já tem um grande ponto que depõe a seu favor: seu criador é Joss Whedon (Buffy, CSI, lembra?). E como de hábito, tudo nela tem o seu motivo para existir, querem um exemplo? O título. Whedon buscava algo que desse a noção de movimento e energia, e julgou que firefly (vagalume) possuía ambos.

Na trama e no visual há uma inspiração, óbvia e assumida por seu criador, na guerra civil americana. O ano em que se passa a série se passa é o de 2517,  depois que nosso planeta passou a não comportar o número cada vez mais crescente de habitantes, levando a busca de outro sistema para colonizar. Os planetas escolhidos sofriam modificações para torná-los mais parecidos com a Terra original, entretanto a maioria ficava sem apoio econômico do poder central, tornando-se áridos e de difícil subsistência, num ambiente que lembra o oeste americano do século XIX, mas onde naves substituem os cavalos.

O poder centralizador é chamado de Aliança, que foi a facção vitoriosa na Guerra da Unificação. O motivo da Guerra? Liberdade. Não da escravidão, como na guerra inspiradora, mas sim do totalitarismo do poder político único e central. E os rebeldes perdem, lamento dizer.

A proposta de Whedon era mostrar, justamente, o cotidiano do lado perdedor e suas aventuras nas fronteiras mais distantes dos centros civilizados, atuando como pioneiros e imigrantes. O foco principal era os personagens, vistos em circunstâncias humildes, tanto que o próprio Whedon definiu o objetivo da série numa entrevista como: “contar o dia a dia de um Han Solo, fora de uma causa maior”. É interessante perceber que, diferentemente do que se vê na esmagadora maioria de filmes de ficção cientifica, a única espécie que aparece é a humana. Você não verá nesta série ETs estilizados, monstros e nem homenzinhos verdes. Apenas homens, com todas as suas mazelas, mas totalmente humanos na aparência física e nas suas ações.

Rica e majoritária, a Aliança governa todas as colônias, com mão de ferro. É sugerido que dois planetas “centrais” dominam a aliança: Sihnon, que parece ser o novo domínio dos chineses, e Londinum, dos americanos.  Isto justificaria a mistura visual e de idiomas da série, sendo que a maior parte da população fala inglês, porém o Chinês é visível em vários episódios, principalmente quando há xingamentos.  Tudo leva a crer que quando a Terra foi abandonada a China era uma tremenda superpotência, tal como os EUA, ditando as leis e condutas mundiais. Apesar do poder central, as colônias periféricas (bem mais pobres) gozam de relativa liberdade, e são nelas que vive a maioria dos “casacos marrons”, os rebeldes derrotados. E nos limites deste Sistema Solar quem manda não é nem Aliança nem Rebeldes, mas sim os Reavers, selvagens canibais e que são a maior ameaça do universo.

Neste ambiente seguem as aventuras da tripulação renegada da Serenity, uma nave classe Firefly, que lembra um vagalume em seu desenho, que eles chamam de lar. São estes os protagonistas desta história.

Mas… Espere ai! Se você espera um grupo de pessoas alegres, boazinhas e corretas, não prestou atenção em nada até aqui. Eles são do bem, óbvio, mas não são perfeitos e por isto são tão criveis. Trazem marcas da guerra e da dominação, e elas não são visíveis de imediato. Não recebemos os personagens inteiros, vamos pegando pedaços deles pelos episódios, conhecendo-os aos poucos.

A tripulação é movida pela necessidade de manter a nave operacional, o que não é lá muito fácil visto que a Serenity é um tanto sucateada. A busca de renda para isto é dificultada pela necessidade de manter-se “abaixo do radar” para evitar adversários. A convivência a bordo é complicada pelas motivações divergentes dos ocupantes da nave, tripulação e passageiros têm interesses às vezes bem diferentes. A exibição curta da série não permitiu esclarecer completamente todas as complexas relações entre os personagens e seus contatos externos, infelizmente.

Para evitar que eu acabe contando mais do que devo – velho hábito – vamos nos ater somente ao elenco principal composto por nove personagens que co-habitam na Serenity: “nove pessoas olhando dentro da escuridão do espaço e vendo nove coisas diferentes“, esta era idéia de Whedon.

Para selecionar o elenco, Whedon testou diversos atores, e baseou sua escolha na química entre eles. Um dos selecionados disse que “…ele meio que nos colocou todos juntos, e eu acho que foi bem rápido, de supetão, nos conectamos instantaneamente“. Para garantir a credibilidade da série, esta química era essencial e nós a percebemos na maneira como se desenrola cada cena assistida. Particularmente, acho difícil visualizar outros atores fazendo estes papéis, tão boa foi a interpretação e caracterização deles, tanto que alguns ainda têm problemas em se “livrar” destes papéis.

Abaixo, um resumo dos personagens, começando pela tripulação:

Malcolm “Mal” Reynolds, interpretado por Nathan Fillion (atualmente em Castle), o capitão da Serenity e ex-sargento independente, que comprou a nave para poder continuar vivendo do seu jeito, além do controle da Aliança, e juntamente com sua tripulação se dedica ao transporte de cargas ou contrabando. Whedon queria um herói, porém não um herói no sentido clássico e sim alguém que era “tudo que um herói não é”. A idéia central sempre foi mostrar a sobrevivência diária, e o objetivo principal de Mal era somente sobreviver ao dia, mantendo sua tripulação viva e sua nave voando. O personagem é bastante enigmático, cheio de contradições, e nunca fala sobre seu passado. Está constantemente lutando contra seus demônios, e seu verdadeiro “eu” permanece envolto em mistério. Batizou a nave em homenagem a Batalha do Vale Serenity, uma das mais decisivas da Guerra da Unificação, onde lutou como voluntário. A bordo da Serenity e durante suas viagens, Mal continua a usar seu casaco marrom e a carregar uma pistola de oficial padrão como sua arma preferida. Sua aversão pela Aliança nunca desaparece e, embora do lado perdedor da guerra, sempre diz que ainda não está convencido que estava do lado errado. Embora tenha perdido sua fé em Deus e na religião, ele retém uma grande crença na humanidade e sempre espera o melhor das pessoas. Mantém uma relação próxima com sua tripulação, independente de quanto ele tente distanciá-los ou discuta com eles. Por toda a complexidade do personagem, ele ficou em 18º na lista das “Maiores lendas de Sci-fi” da TV Guide em 2004.

Zoe Alleyne Washburne, vivida pela atriz Gina Torres, é o primeiro imediato a bordo da Serenity, também veterena “casaco-marrom” da Guerra e grande amiga do Capitão Reynolds. Zoe tem um grande conhecimento de combate, sendo uma guerreira nata. Ao contrário de Mal, ela era militar de carreira. A diferença entre ela e o voluntário Mal está na maneira como encaram as situações perigosas: Zoe é muito mais calma e racional, enquanto Mal é coração e instinto. Entretanto, ela segue todas as ordens do Capitão, mesmo que com preocupação ou ressalvas. Sua lealdade a Mal é incondicional e inquestionável. É o único membro da tripulação de Mal a regularmente chamá-lo de “senhor” e receber ordens como se as recebesse de um oficial superior, hábito adquirido na guerra. Casou-se com Wash, o piloto da Serenity, algum tempo depois que ele se juntou a tripulação, embora tenha afirmando inicialmente que alguma coisa sobre ele a “perturbava”.

Hoban “Wash” Washburne, Alan Tudyk (recentemente em V), é o piloto da Serenity e o marido de Zoe. Wash demonstra inveja sobre a relação de “amigos de guerra” e do total apoio que sua mulher dá ao capitão. Foi criado em um planeta com tanta poluição na atmosfera que não se podia ver as estrelas, então decidiu ser piloto só para vê-las. Suas habilidades como piloto se aprimoraram com o tempo, e na época em que conheceu Malcolm Reynolds, havia conquistado uma invejável reputação a ponto de ser um dos mais procurados para contratos. Seu estilo como piloto vai do pânico total a completa indiferença e calma. Além de manter uma coleção de bonecos de dinossauros no painel da nave com os quais brinca nos momentos de folga, ele tem um mantra que recita nos momentos mais estressantes: “Eu sou uma folha no vento, veja com eu vôo“. Aceitou a oferta de Mal, tornando-se piloto de Serenity e, depois de um começo arredio, ele e Zoe se apaixonam e casam, tendo uma relação forte e quente. Às vezes se preocupa com a tendência da esposa de assumir o papel predominantemente masculino no casamento e com sua total lealdade e devoção ao capitão Mal, alimentando um ciumezinho controlado. Em contraste com Zoe, sempre pronta para o combate, Wash é despreocupado e dono de um peculiar senso de humor, e por vezes excêntrico. Suas ações às vezes podem parecer covardes, mas é capaz de se colocar na frente do perigo ou de realizar ações violentas para proteger seus amigos e, principalmente, sua esposa. Prefere ser chamado de Wash, ao invés de seu nome de nascimento Hoban Washburne. E o motivo é muito simples, segundo ele “…por quê alguém iria se chamar de Hoban?“.

Jayne Cobb, Adam Baldwin (Chuck), é a força bruta contratada da nave que se uniu a tripulação como mercenário. Mal ofereceu uma parte maior dos assaltos e seu próprio quarto na nave para Jayne se juntar a tripulação, e ele aceitou. O momento em que esta proposta é feita é algo que explica bastante a sua personalidade amoral e a desconfiança que todos sempre tem com suas ações. Sempre é o “primeiro na frente de combate” nos trabalhos, e é uma pessoa em que se pode depender quando uma briga surge mas em quem não se pode confiar. Inteligência, claramente não é seu ponto forte, porém ele não é tão tapado quando demonstra ser, sendo quem fará as perguntas que mais ninguém quer perguntar. Seu código de ética, quase inexistente, é muito ambíguo, estando preparado para trair por lucro aqueles que confiam nele, e também se sentir aparentemente envergonhado por tal impulso. Não tem ideologias, somente músculos. Mal costuma apresentá-lo como o “relações públicas” de Serenity.

Kaywinnit Lee “Kaylee” Frye, Jewel Staite (Stargate Atlantis), é a mecânica da nave, apesar de não ter treinamento formal e sim um dom intuitivo sobre como os equipamentos mecânicos funcionam. Doce e livre, ela é a alma e o coração da nave. De acordo com o criador da série, se Kaylee acredita em alguma coisa, então é verdade. Sua presença é notada na decoração da nave, desde as flores na área de alimentação até a placa personalizada na porta de seu quarto. É curioso que inicialmente ela deveria ser asiática, mas algo mudou e o personagem virou ocidental. Kaylee tem um queda colossal pelo Dr. Simon Tam, e não disfarça isto. Algumas de suas tentativas de conquista são, para mim, os momentos mais comoventes e constrangedores do seriado.

Para manter a nave no ar, e a contragosto de Mal, ela também é usada para transporte de passageiros, e alguns acabando criando raízes por ali e passam a fazer parte da tripulação, é o caso de:

Inara Serra, Morena Baccarin (V), é uma companheira, que é o equivalente no século XXVI a uma  cortesã. Vale lembrar que neste futuro esta profissão é altamente respeitável, tanto que a presença de Inara na nave adiciona um grau de legitimação e aceitação social que a tripulação da Serenity tanto necessita. A primeira atriz a assumir o papel, Rebecca Gayheart,  não funcionou como Whedon queria, o que foi percebido durante as filmagens do piloto. Assim, suas cenas foram filmadas separadamente para que pudessem ser mais facilmente substituídas e foi necessário procurar uma substituta, que acabou sendo Morena, que está belíssima no papel. Apreciadora do luxo e do status social, Inara está na Serenity apenas para expandir seus “contatos“, alugando uma das naves auxiliares da nave. Porém, logo fica claro que ela não precisaria estar ali, pois é considerada uma das melhores na profissão, podendo se instalar onde quiser. Porque ela permanece? Talvez pela tensão sexual e romântica entre ela e Mal. É óbvio para todos que eles nutrem fortes sentimentos em relação ao outro, tanto que ele se torna bem mais sombrio quando ela está ausente da nave. Por mais que ela critique o modo de ganhar a vida do Capitão e sua tripulação, por diversas vezes ela colabora em seus planos e nem sempre contra a vontade.

Derrial Book, papel do veterano Ron Glass, é um pastor, ou um guia espiritual.  Mal o aceita na nave com o comentário: “você é bem vindo a bordo, Deus não”. Para um pastor, Book tem um conhecimento bastante incomum sobre atividades ilegais e armas de fogo.  Ao longo da série, ele demonstra este profundo conhecimento, além de descobrirmos que tem, ou teve, algum tipo de relação com a Aliança. Seu passado é tão misterioso quanto os dos demais tripulantes. Embora se apresente como um religioso devotado, é muito eficiente em combate corpo a corpo e no manuseio de armas.

Dr. Simon Tam, Sean Maher, é um pesquisador médico e cirurgião de trauma, que está fugindo após ter libertado sua irmã de um laboratório de pesquisa do governo e acaba assumindo o posto de médico da nave. Elegante e bem educado, Simon destoa do restante da tripulação. Durante o decorrer da série, vamos percebendo a mudança no personagem e sua interação como restante da equipe pela maneira como o médico se veste: no inicio todo engomado, e aos poucos vai se tornando mais casual. Sua vida é definida pela assistência que dá a sua irmã, todas as suas ações são pautadas pelo modo como afetam River. Suas tentativas desajeitadas para iniciar uma relação com Kaylee são uma sub-trama recorrente ao longo da série, e a cada passo ele parece encontrar um jeito de estragar suas próprias investidas: uma frase mal colocada, um gesto impensado.

River Tam , Summer Glau (recentemente em Dollhouse), irmã problemática de Simon, foi contrabandeada por ele para bordo da nave. River foi uma criança prodígio com uma genialidade sem paralelos. Esta genialidade interessou a Aliança que a tornou cobaia de experimentos nas mãos dos seus cientistas. As experiências a deixaram desiludida, confusa, errática, e algumas vezes, violenta. Sua jornada pessoal pela auto-descoberta acontece ao longo da série. Está sempre lutando contra seus próprios demônios, vê e escuta coisas que outros não percebem, e vivencia sonhos acordados de suas memórias dos experimentos da “Academia” da Aliança. A tripulação tem opiniões divergentes sobre ela: alguns a valorizavam, Jayne tem medo dela, e o resto só a quer longe de problemas. A figurinista procurou destacá-la do resto da tripulação e mostrar sua dualidade fazendo-a usar botas em contrastes com os tecidos leves de sua roupa, “porque é isso o que ela é: delicada, linda, uma garota sensível, mas com um personagem interior pesado”.

Neste contexto e com estes personagens, a série se desenvolve. Os episódios têm a dose certa de humor, tensão e suspense. Todos os nove personagens aparecem em cada episódio, com uma exceção: Book não aparece em “Ariel”, sua ausência é explicada pelo fato dele estar meditando em um mosteiro. E nestes episódios é que vamos conhecendo-os, aos poucos.

Na minha opinião a obra  é excelente, e sofreu uma grande injustiça com o cancelamento. Firefly foi idealizada para uma duração de sete anos, entretanto teve apenas catorze episódios produzidos, sendo um piloto com duas horas de duração e o restante com uma hora. E destes, apenas onze foram ao ar e fora da ordem cronológica, o que dificultou o entendimento da trama. Por exemplo, o piloto original foi o último a ser transmitido. O programa foi cancelado devido a baixa audiência, mesmo com a movimentação dos fãs que se organizaram para evitar a saída do ar.

É inegável que, mesmo com o fim precoce, conseguiu deixar marcas e conquistar um lugar especial. Aliás, isto é notório pela legião de fãs que a mantém em discussão até hoje e pelos derivados que ela gerou: DVDs, longa metragem que conclui a série, alguns curtas, jogos de RPG, revistas, etc.

Neste contexto e com estes personagens, a série se desenvolve. Os episódios têm a dose certa de humor, tensão e suspense. Todos os nove personagens aparecem em cada episódio, com uma exceção: Book não aparece em “Ariel”, sua ausência é explicada pelo fato dele estar meditando em um mosteiro. E nestes episódios é que vamos conhecendo-os, aos poucos.

Na minha opinião a obra  é excelente, e sofreu uma grande injustiça com o cancelamento. Firefly foi idealizada para uma duração de sete anos, entretanto teve apenas catorze episódios produzidos, sendo um piloto com duas horas de duração e o restante com uma hora. E destes, apenas onze foram ao ar e fora da ordem cronológica, o que dificultou o entendimento da trama. Por exemplo, o piloto original foi o último a ser transmitido. O programa foi cancelado devido a baixa audiência, mesmo com a movimentação dos fãs que se organizaram para evitar a saída do ar.

É inegável que, mesmo com o fim precoce, conseguiu deixar marcas e conquistar um lugar especial. Aliás, isto é notório pela legião de fãs que a mantém em discussão até hoje e pelos derivados que ela gerou: DVDs, longa metragem que conclui a série, alguns curtas, jogos de RPG, revistas, etc.

Firefly criou uma legião de fãs, que beiram o fanatismo, que se auto-intitulam “browncoats” (casacos marrons). Quando souberam do cancelamento da série, mobilizaram-se para tentar salvá-la. Fizeram uma campanha, arrecadando verba que garantiu a publicação de um anúncio numa revista de grande circulação no país e o envio de milhares de cartões para a UPN pedindo a continuidade do seriado. Como sabemos, o cancelamento não foi revertido, mas a mobilização foi suficiente para convencer a Universal a produzir um filme que finalizasse a série, Serenity, lançado em setembro de 2005.

Somente o fato de concluir a série e dar as explicações do que ficou no ar, já torna o filme obrigatório. É muito frustrante você seguir um seriado e ele ser interrompido de uma temporada para outra, já que geralmente termina-se com um “gancho” para a continuidade. E, na maioria das vezes, ficamos no vácuo. Lembro de uma série (menos do titulo) que a temporada terminava com a protagonista sendo atropelada quando ia impedir que seu “Romeu” ficasse com outra. Até hoje fico imaginando o que aconteceu. E a família do Professor John Robinson? Ainda está perdida no espaço? Não sabemos! Não tem registro!

O filme se passa dois meses após os eventos do ultimo episódio e a trama é centrada em River, seu envolvimento com a Aliança e com os ocupantes de Serenity.  Joss Whedon definiu o filme como a história de Mal contada por River. Finalmente descobrimos porque é tão importante para a Aliança a recuperação da garota e quem são os famigerados Reavers, temidos por todos os viajantes do espaço. E nos surpreendemos bastante, podem ter certeza.

O filme, Serenity (2005), deu a nós, fãs da série, uma conclusão. Talvez não a desejada em sua integridade (tem coisas que eu não aceito terem acontecido, mas um dia me conformo), mas respostas esperadas. Durante a divulgação, seu criador afirmou que o filme não era para existir, pois “...Programas de TV fracassados não são transformados em grandes filmes – a não ser que o criador, o elenco e os fãs acreditem além da razão…”. Com certeza, todos acreditamos em Serenity.

A música de abertura do seriado, “The Ballad of Serenity“, cantada por Sonny Rhodes, é belíssima e foi o próprio Whedon que a escreveu, antes mesmo da emissora aprovar a série.  A letra espelha muito bem a  filosofia de vida do Capitão Mal, já que ele só se sente em casa, e totalmente a vontade, a bordo de sua nave. Abaixo, o vídeo para que sirva de um incentivo extra para que dediquem um tempinho para a série:

Para encerrar este texto, antes que vire uma tese, quero falar do astronauta da NASA, e browncoat , Steven Swanson. Ele partiu numa missão do Ônibus Espacial Atlantis, lançado ao espaço em junho de 2007, levando os DVDs de Firefly e Serenity, que permanecem na Estação Espacial Internacional como uma forma de entretenimento para a tripulação. Podemos, literalmente, dizer que apesar de cancelada, Firefly chegou muito longe.

Abaixo, algumas curiosidades sobre a série:

– Whedon discutiu muito com a FOX para apresentar a série em formato widescreen. Durante a filmagem do episódio piloto ele, deliberadamente, filmou cenas com os atores nas bordas extremas em ambos os lados, para que não houvesse escolha, mas isto não deu resultados e a FOX venceu.

_ Outro ponto de discórdia era o tom do seriado, especialmente com o personagem principal Malcolm Reynolds, além de não haver grandes doses de ação neste piloto. A emissora pressionou Whedon para que tornasse Mal mais “alegre”, pois achavam que era muito sombrio no piloto original. Além disso, não ficaram felizes com o fato de que o programa era sobre uns pobres coitados perdedores.

– Mesmo com o primeiro episódio já gravado, foi necessário criar um novo piloto; Whedon e Tim Minear entraram em reclusão em um único fim de semana para escrevê-lo.  Nessa nova abordagem, o capitão era mais “feliz”, e, por ordens da emissora, adicionaram personagens emblemáticos. Essas personagens se manifestaram como o capanga “Crow”, e os homens de “mãos azuis”. Foi o primeiro episódio a ser exibido.

– Os episódios foram filmados em estilo documentário com câmeras portáteis de mão, para dar a audiência uma sensação imediata e imersiva. Porém, nas cenas que envolviam o governo central, a Aliança, câmeras eram usadas montadas e estacionárias para mostrar a esterilidade desse aspecto no universo de Firefly.

– A China é recorrente na série, porém não vemos nenhum oriental nela. Somente percebe-se, se tiver olhos muito atentos, UMA asiática numa ÚNICA cena, e no fundão.

– O seriado também mostrava cenas do espaço em que não havia nenhum som, implicitamente observando a falta de transmissão de som no vácuo do espaço. O que era diferente da maioria dos programas de ficção científica que adicionavam sons para efeito dramático ou para aumentar a ação.

FONTES:

www.wikipedia.org/wiki/Firefly

www.islifecorp.com.br/forum/viewtopic.php?t=7319

www.riofan.com.br/f_donetheimpossible.html

www.burburinho.com/20060611.html


Marcia

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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