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Once Upon a Time – 5×12 Souls of Departed (100º Episódio)

Por: em 7 de março de 2016

Once Upon a Time – 5×12 Souls of Departed (100º Episódio)

Por: em

– Obrigado, vovô, por acreditar nela como eu acredito.

– Obrigado, Henry, por ter estado lá para ela quando eu não pude.

99 episódios nos trouxeram até aqui. Aquela série desacredita sobre contos de fada, que muita gente criticou ao ser anunciada, conseguiu. São 5 temporadas e meia completas, uma 6ª já garantida e muitos altos e baixos. Talvez Once Upon a Time seja, na verdade, a série mais ‘montanha-russa’ que assisto. Ela consegue ir de plots bem ruins e vergonhosos (tô olhando pra vocês, Frozen e final da 2ª temporada) a plots maravilhosos (oi, Oz. oi, Queen of Darkness), sem esquecer, claro, aqueles que não são nem tão bons, nem tão ruins (como esse mais recente, da Dark Swan).

Pois bem, dito tudo isso, acho que dá pra falar tranquilamente que o 100º episódio, Souls of Departed, que marca a abertura da temporada 5B, conseguiu emular muito da essência da série. Eu tinha medo que as participações especiais deixassem tudo sobrecarregado, mas surpresa, surpresa, elas estavam exatamente onde deveriam estar e quase todas contribuíram para resgatar o clima de magia, amor e sacrifício, que permeia a série desde o seu piloto, mas que andava perdido nas temporadas mais recentes.

Neal-Emma

Correndo o risco de que peçam minha demissão nos comentários, eu abro meu coração para dizer que eu sempre fui #TeamNeal. Hoje já consigo gostar do Killian e de sua história com Emma, mas quando o Neal estava na série, pra mim havia concorrência. Por isso mesmo, gostei muito de ver que sua participação foi pequena, mas significativa. Por uma certa lógica distorcida, Neal sempre foi uma parte da consciência de Emma e era óbvio que ele viria para alertar a eterna amada de que ela não deveria rumar até o Underwold, mesmo sabendo que de nada adiantaria. Emma faria tudo por Hook (da mesma forma que faria tudo por Neal, como ela mesmo pontuou) e, sabendo que existe uma chance de trazê-lo de volta, ela está disposta a arriscar tudo.

É bom saber também que Neal está em um lugar melhor e feliz. Um bom conforto para quem sempre gostou do personagem e que torcia para sua felicidade. A propósito, foi o quote de Neal sobre estar em “someplace where I’m happy” que abriu as portas para que a mitologia explicasse melhor sobre o Underwold, que diferente do esperado, não é o Inferno propriamente dito. Nossos personagens se encontram, na verdade, em uma espécie de purgatório, um lugar onde as pessoas com negócios inacabados ficam, antes de partirem para um lugar melhor ou pior – metáforas claras para o Céu e o Inferno. O conceito é bem interessante e, por mais que o fato dele ser uma versão um tanto quanto instagramizada de Storybroook seja um pouco incômoda, funciona pelas comparações que podemos agora estabelecer entre as duas “cidades” (e eu acho que, talvez, a mitologia ainda adentre nessa “coincidência” no futuro).

Isso abriu espaço para os retornos de Cora e Pan. A primeira, teve destaque e foi importante no arco central do episódio (já já a gente fala disso), enquanto o segundo não disse a que veio. Diferente da maioria dos fãs (olha eu sendo polêmico de novo), eu gosto muito do Pan e acho seu arco um dos mais interessantes da série. Por isso mesmo, fiquei bem decepcionado que sua participação aqui se restringiu a uma provocaçãozinha com o Gold e, efetivamente, só serviu mesmo para nos revelar que, para que uma alma morta saia do Underwold, é preciso que uma vive fique em seu lugar. O conceito não é exatamente novo, já deve ter sido usado em 456 produções, mas funciona nesse contexto e é isso que importa.

cora-regina

Quem achou que o foco do episódio seria a busca por Killian, se enganou. Hook apareceu em uma pequena cena, na falha tentativa de Emma de encontrá-lo usando a poção dada por Pan a Gold. Isso fica pra ser desenvolvido nas semanas seguintes. O grande destaque, aqui, foi o encontro de duas rainhas: Rainha Má e Rainha de Copas ou, simplesmente, Cora e Regina. Mãe e filha, depois de muitas temporadas, reunidas novamente. E foi exatamente esse encontro que trouxe de volta os temas nos quais OUAT inicialmente firmou sua jornada: Amor, vingança, família e sacrifício.

Cora é o tipo de pessoa que nunca se pode confiar e parece que o tempo no Underwold só piorou isso. A personagem voltou ainda mais traiçoeira do que antes, sempre acreditando que está fazendo o melhor para a filha. Como os flashbacks (tanto os daqui quanto os antigos) já nos mostraram, foi exatamente essa necessidade de sempre querer dominar a vida de Regina que quase destruiu a personagem. Não é diferente aqui. Cora fala manso, ardilosa, ameaçadora. Mas tudo porque quer tirar a filha dali. Mesmo que o final tenha nos revelado que ela estava a serviço de Hades (a dúvida que fica é porque Hades quer tanto Regina fora dali), não é absurdo acreditar que havia algum tipo de preocupação no plano de Cora. Ela queria a filha fora do Underwold para cumprir o acordo com Hades, mas também por esperar mantê-la a salvo.

henry-pai

Porque é isso que os pais fazem, não é? À sua maneira, procuram o melhor para os filhos e são capazes de se sacrificar por eles. A presença de Henry (pai de Regina) aqui serviu para solidificar todo esse plot apresentado. Enquanto Cora acreditou que vingança era redenção, Henry preferiu acreditar que ainda havia algo de bom em Regina e talvez esse tenha sido um dos pontos de virada na vida da Rainha. Se ela tivesse esmagado mesmo o coração de Snow naquele flashback, o caminho teria sido sem volta. A segunda chance que Regina ganhou de Emma e dos outros começou a se formar ali, naquele momento.

E que cena bonita que temos no presente, com ele finalmente resolvendo seu ‘assunto inacabado’ e ganhando direito ao Paraíso. Regina 7 x Cora 1. 

Outros comentários:

– Eu adorei o Hades, mesmo, e entendo que o cabelo azul foi para fazer uma referência ao desenho, mas não dá pra não dizer que ficou bizarro.

– Vou demorar a superar essa cena de SwanFire.

– “I can’t turn my back on those I love.” <3

– James! Acho que o Josh Dallas vai interpretar ele bem melhor que o David. Não sei porque, mas ele tem cara de cafajeste.

– Finalmente explicaram como o pai da Regina foi parar em Wonderland.

– Adorei o lance do relógio, especialmente agora ele significar que cada badalada é uma alma salva.

Fique com a promo de Labor of Love, episódio de próximo domingo. Até lá!


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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