O segundo episódio da terceira temporada de Orange is the new Black foi um dos mais engraçados da série. As ações em Litchfield estão em um momento super fragmentado, com cada núcleo desenvolvendo um plot diferente… até que todos eles enfrentam uma temida infestação de percevejos.
Bed Bugs mostrou um pouco do passado de Bennett, ainda no exército, e pudemos comprovar que de lá pra cá ele não mudou nadinha. Quer dizer, não sei se ele ainda conserva aquelas super habilidades de lip sync, mas na forma de agir, temos o mesmo padrão: alguém que faz questão de chamar para si uma responsabilidade que não é capaz de assumir e ferra os outros por causa disso. Ele fez mil promessas para Daya, a pediu em casamento, disse que enfrentaria o que fosse preciso com ela para criar o filho, mas na hora que deu de cara com a realidade, se jogou num canto e decidiu deixá-la abraçando a granada sozinha. Existe a possibilidade de ele ter se ausentado para tentar arrumar a própria vida e não precisar deixar a criança nas mãos de alguém como Cesar, mas de que adiantaria reaparecer depois de ter abandonado Dayanara quando ela mais precisou? Bennett sempre adotou o discurso do bom rapaz, mas até o Mendez conseguiu ser mais decente que ele.
Aliás, o bebê de Daya está em péssimos lençóis antes mesmo de nascer. O pai biológico é um covarde, o pai “oficial” é um babaca e a avó é uma mulher asquerosa que não tem a menor vergonha de usar a filha e o neto que ainda nem nasceu para conseguir dinheiro. Aleida é tão tóxica que não poderia ter construído um lar diferente daquele caos que vimos do lado de fora. Tão tóxica que conseguiu contaminar Daya com um mal que ela nuca teve. A relação das duas – que já não é fácil – tende a piorar cada vez mais quando ela descobrir que a mãe está tentando vender sua criança.
Nicky e Boo percebem uma movimentação estranha de solturas antecipadas na prisão e resolvem se livrar logo da heroína escondida na lavanderia. O diálogo codificado de Nicky e Luscheck sobre doces, Al Gore e aquela simulação de que ele a denunciaria para depois revelar que estava brincando com ela foi um dos momentos mais divertidos de Orange is the New Black, e eu demorei muito tempo até conseguir parar de rir. Mas com as drogas desaparecidas, como eles vão levar o plano adiante? E será que isso vai terminar bem?
Alex e Piper não estão nos seus melhores momentos. Vause continua se afundando em uma ravina emocional por ter voltado para a cadeia e pelo medo de ser pega por Kubra, o que faz Chapman confessar que a dedurou. Mais DR, mais acusações, mais brigas, mais lágrimas… e uma cena de sexo de pseudo-reconciliação absolutamente destruidora. Piper até tenta se convencer que suas ações são pensadas para fazer o bem, que suas mentiras são uma estranha forma de caridade, mas no fundo não passam de manipulação, de induzir as pessoas a agirem como ela gostaria que agissem. Pelo menos assumindo isso e sendo honesta com ela mesma e com os outros, a loira tende a sair do papel de vítima das circunstâncias e a assumir suas ações.
A infestação de percevejos rendeu momentos para ver e rever milhões de vezes se você estiver de mau humor. O banho de desinfetante da Cindy, Luscheck tirando a roupa na lavanderia, Alex fazendo cosplay de saco de lixo e Taystee em dúvida se o pontinho preto no livro era um pedacinho de bolo ou um percevejo – além do desfile de calçolas de vó pelos corredores da prisão. No meio disso tudo, Caputo recebe a notícia de que Litchfield vai ser fechada, e acabamos compartilhando com ele aquele olhar de impotência ao ver os colchões sendo queimados sem a menor perspectiva de reposição. O que vai ser de Litchfield agora? E o que vai ser das nossas meninas?
Algumas observações:
– A dancinha foi o melhor momento do Bennett na série. Fatão.
– Bonitinho o momento “Você quer brincar na neve?” de Piper e Alex. É claro, bonitinho na medida do possível, já que ele acontece na porta de um banheiro da cadeia e tal.
– Impagável ver a Poussey apavorada de alguém comer o ovo com os seus problemas e a Norma quebrando ele com aquela cara de “pronto, para de drama!”.
– Cantinho da disciplina é coisa do passado a moda agora é: arma na cara do enteado. #DicasPedagogicasDoCesar.
– Eu sou muito apegada a objetos importantes, fiquei com mais raiva do Bennett por ter abandonado o berço da Daya na estrada que por ter ido embora.
– Amei a criatividade das meninas para forrar as camas sem colchão.
– Qual seria o seu animal interior?
– Na próxima semana estarei viajando, então não teremos reviews. Mas a partir do dia 29/06 vocês podem continuar acompanhando nossos posts sobre a temporada toda segunda e sexta-feira. Espero vocês, ok?
Se divertiu tanto quanto eu? Morreu de raiva de Bennet ou acha que ele fez a coisa certa? Quantos banhos frios você precisou tomar depois daquela cena na biblioteca? Conta pra gente nos comentários!
