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Orange is the New Black – 3×09 Where my Dreidel At

Por: em 25 de julho de 2015

Orange is the New Black – 3×09 Where my Dreidel At

Por: em

O jeitinho Orange is the New Black de dizer que entre a fé e a religião, existe um abismo. A espiritualidade tem sido um tema recorrente nesta temporada, mas nem sempre as coisas acontecem da forma como deveriam – por causa dessa eterna mania da humanidade em dar mais valor à forma que ao conteúdo.

leanne

A história de Leanne foi um grande exemplo de como algumas pessoas lidam com as suas crenças: dando mais atenção aos dogmas, às aparências e à liturgia que aos valores centrais daquilo que eles supostamente seguem. Amor ao próximo, perdão, compreensão e bondade são elementos constantemente ofuscados pelos castigos, julgamentos e até pelo dress code imposto pelas religiões. Tudo bem usar drogas, trair os amigos e excluir quem mais precisa de ajuda, desde que você esteja seguindo a cartilha das regras.

Soso tentou driblar a depressão aderindo ao culto de Norma, mas acabou rejeitada novamente.  A personagem, que era apenas uma tagarela que não gostava de banho na temporada passada, ganhou contornos muito mais profundos e hoje é impossível não sentir uma certa angústia ao se imaginar na pele de Brooke.

Outro exemplo de convenções sociais que permeiam a religião veio do plot das refeições para judias. Quando testadas, elas resumiram a suposta fé em coisas como pechinchar, cantar músicas judaicas, arriscar algumas expressões típicas ou citar filmes de Barbra Streisand. É óbvio que não é isso que define ser judeu, mas citar trechos da bíblia também não, e ainda assim uma freira católica conseguiu seu “certificado” para continuar pegando as refeições. Tendo a concordar com Caputo, mas se a nova onda judaica estava dando prejuízos à nova administração, é claro que eles não deixariam passar em branco.

stella

RIP Vauseman. Tudo bem que as duas sempre foram um casal meio disfuncional, mas a terceira temporada veio bem determinada a destruir os corações de quem shippa Alex e Piper. Piper é incapaz de compreender ou tentar ajudar Alex a resolver seus problemas, mesmo tendo estes esfregados na sua cara o tempo inteiro. Se a namorada não é mais tão sexy ou divertida como antes, melhor sacanear e dar uns pegas na genderqueer tatuada que se seca sem toalhas, claro. Companheirismo é mato.

Por outro lado, é impossível não se divertir com os desdobramentos do seu contrabando de calcinhas! Quem diria que uns pedacinhos de pano sujo renderiam tanto dinheiro e tantas reviews maravilhosas (devidamente registradas no braço do irmão dela)? Aliás, acho que o irmão da Piper é o único personagem masculino da série de quem dá pra gostar sem medo. Por enquanto.

Vamos relembrar: Caputo foi escroto com a Fischer, Mr. Healy é super hipócrita, Bennett e Larry pareciam ser ótimos e se revelaram dois babacas, Pornstache dispensa apresentações e o Donuts… bem, o Donuts não demorou nem meia temporada até revelar quem ele de fato é. Seria muito legal ver a Doggett arrumando um novo amigo. Seria muito legal se os dois, apesar das circunstâncias, conseguissem criar uma relação leve e divertida que recheasse nossos episódios com diálogos engraçados. Mas o Donuts tinha que deixar a sua posição de poder subir à cabeça e se aproveitar disso, né? Não importa que Tiffanny não tenha dado nenhum sinal de interesse romântico, ela é uma detenta e ele é um guarda. Ele se sentiu no direito de beija-la e certamente interpretou o seu silêncio coagido como um sinal verde para o que der e vier.

gloria

A tensão entre Gloria e Sophia chegou a um ponto bem crítico. Sophia culpa o filho de Gloria pela recente rebeldia do seu garoto. Só que nem tudo é culpa do Benny, e ela é orgulhosa demais para reconhecer isso e se desculpar quando precisa. Coisa de mãe mesmo, que sempre acha que suas crianças nunca têm culpa. Apesar de tudo, Gloria tem lidado bem com a situação. É fácil cair na armadilha de ser preconceituosa com quem não se gosta, mas ela em nenhum momento se deixou levar pelas incitações à transfobia que Aleida tem sugerido.

Alguma observações:

– Red não tem nada a ver com aquela comida. Registrado?

– Mais um capítulo da novela Judy na prisão. Quão contraditório é ser fã de alguém e querer que ela vá presa?

– Falando em capítulo: onde compra o livro da Suzanne?  As descrições e discussões estão tão boas que eu realmente queria ler.

– Como o guarda das calcinhas sai com aquele trambolho nas calças e ninguém vê, minha gente?

– O caco de vidro sumiu. Sujou, Alex.

Apesar dos temas bem espinhosos, Where my Dreidel At conseguiu ser um dos episódios mais engraçados da temporada. Curtiu? Deixe seu comentário!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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