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Orange Is The New Black – 4×01 Work That Body for Me

Por: em 17 de junho de 2016

Orange Is The New Black – 4×01 Work That Body for Me

Por: em

Depois de longos meses e de uma contagem regressiva que parecia nunca terminar, finalmente é chegado o dia em que a Netflix lança a tão aguardada quarta temporada de Orange Is the New Black. E se parte das promos focavam na saída de Burset da solitária ou no retorno de Nick à Litchfield, deixando no ar qual teria sido o destino de Alex Vause. O episódio de estreia do novo ano da série tem justamente Vause como um de seus maiores destaques.

Work That Body for Me dá sequência à fuga das prisioneiras para o lago, após a derrubada das grades. Dando margem para que muita gente pensasse que os roteiristas iriam lançar mão de uma passagem de tempo para inserir a chegada das novas presidiárias e novo ambiente da prisão. Porém, a ideia foi justamente o oposto. Trabalhando aos poucos as consequências de tudo o que vinha acontecendo até ali na reestruturação da prisão federal. Apostando mais uma vez na reapresentação dos elementos que fazem da trama o sucesso mundial que é.

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Alternando entre momentos mais puxados para o drama, sem perder nunca o ótimo timing da comédia sempre presente em OITNB – como o ring tone de Aydin embalando Bad Day. O episódio dá sequência aos acontecimentos da temporada passada. Fazendo com que muita gente apostasse forte no shippe entre Crazy Eyes e Maureen. No entanto, o episódio de estreia deixou claro que ainda não foi desta vez que encontramos o parte perfeito pra Susanne. Acertando ao demonstrar o lado Annie Wilkes de Kukudio, contrabalançado à inocência meio louca intrínseca em Warren e que só queria mesmo era voltar para Litchfield e esperar pela próxima refeição do dia.

Mas não é foi só de Louca Obssessão que viveram as referências da season premiere. Já que se ainda pouco foi mostrado sobre as novas personagens que dividirão o espaço com Piper e companhia, o mesmo não pode se dizer da chegada de Judy King. Inspirada na figura de Martha Stewart, que para os que não se lembram, passou um tempo presa após confessar ter cometido inúmeras fraudes fiscais e tributárias nos Estados Unidos. E se ainda assim você não se lembra muito de Martha, resumo dizendo que ela é uma espécie de Namaria da Gringa.

O julgamento de Judy na temporada passada destacava que a chegada de King à prisão seria um grande trunfo do roteiro para este ano, já que ela é uma das personalidades preferidas de Poussey e Taystee. E mesmo que a entrada de novos guardas na prisão, como o linha dura Desi Piscatella com “s”, tenha dado a impressão de que estaríamos vendo ressurgir um novo Pornstache por ali. O tratamento especial dado à Judy King deixa claro que a ideia de OITNB é manter-se como boa dramédia que é. E que mesmo com novas camas e recursos, poucas de fato são as mudanças na forma de gerir a instituição e narrar a história.

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Segundo uma das premissas das Relações Públicas de que tudo na verdade parte de uma questão de perspectiva. A entrada de Judy em Litchfield traz consigo muito mais problemas que soluções para o recém-nomeado Diretor, Caputo. Afinal, a presença de uma figura pública na penitenciária federal traz com ela a especulação e o interesse da mídia em saber como é a vida do outro lado das grades. O que certamente garantirá engraçados momentos nos próximos episódios. Ou mais alguém aí não se divertiu com as cenas em que Judy conversava com Luschek? Ainda sobre perspectivas e relações públicas, a chegada das novas presas gera o início de um boato responsável por transformar a egocêntrica Chapman em a mais nova dona do pedaço, chefe do presídio. E se, por hora, a postura das newbies partem da importância do reconhecimento territorial e da criação de novas alianças, já dá pra saber que muito provavelmente teremos o momento em que buscarão a derrubada de Piper do poder.

Mas como eu disse no início da review, Work That Body for Me serviu também para retomar velhos dramas, como é o caso do estupro de Pennsatucky e da forma como a postura do guarda irá refletir em um posicionamento mais diretivo de Tiffany e Big Boo. Além disso, determinou o que acontecia com Alex – que corria risco de morte por estar presa no celeiro com Aydin, o assassino de aluguel de Kubra – enquanto quase todas elas corriam para o lago. E se lá na temporada passada muita gente não entendia qual seria o papel de Lolly na trama, o novo ano mostrou o começo de uma improvável e acertada amizade entre ela e Vause. Que, em minha opinião, surpreendeu tão ou mais quanto à forma como foi dado fim ao corpo de Aydin. No entanto, a forma como a história se desenrolou também serviu para demonstrar que não existe leveza na vida carcerária. Sendo quase impossível sair ileso dos dias, ou anos, passados ali. Não por acaso, Alex que cumpre pena por tráfico acaba de ultrapassar o limiar do que poderia ser considerado um crime mais leve, se comparado ao de tirar a vida de alguém. Tanto que, coube à Vause um dos momentos mais tensos e tristes do episódio.

Em linhas gerais, o que fica aqui é a impressão de que teremos mais uma excelente temporada. E que se você, assim como eu, não consegue se contentar em assistir a apenas um episódio por dia. Nós do Apaixonados por Séries avisamos que iremos soltar todas as reviews de Orange is The New Black até domingo. Então não deixa de vir aqui comentar com a gente o que está achando dos rumos da quarta temporada da série.


Marcel Sampar

Paulista que puxa o erre pra falar, PHD em Análise do Drama pelas novelas mexicanas reprisadas no SBT e designer de homens palito. Com sérios problemas em se definir por aqui - sim, esta já é minha terceira tentativa em menos de um mês - mas que um dia chega lá!

Rio Preto/SP

Série Favorita: Sex and the City

Não assiste de jeito nenhum: Teen Wolf

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