Mi casa is not su casa, comprende?
Com a super lotação do presídio, as detentas de Litchfield, além de lidar com seus dramas pessoais, precisam aprender a lidar com as novas colegas de cela. Diante disso, os problemas dessa temporada só estão começando e o desenrolar da trama pode desencadear mais confusões como aquela que vimos com as latinas, seja por conta da comida, do banheiro ou da hora do lazer. Ninguém gosta quando tomam seu espaço e mudam sua rotina, interferindo na sua vida, então é completamente aceitável a revolta das meninas, ainda mais quando uma delas é impedida de descansar como está acostumada, tendo que acordar 3h30 para cozinhar. E, diferente da premiere, Power uit trouxe de volta os flashbacks, que é uma forma de entendermos como e o porquê das coisas serem como são em Orange is the New Black.
Os problemas entre as pessoas geralmente se dão em virtude da diferença de personalidade entre elas, bem como a falta de empatia e compreensão. Em Litchfield não é diferente. Caputo tenta “ajudar” da forma mais Caputo possível, o que acaba prejudicando mais ainda os seres humanos que vivem ali dentro. Será que ele não percebe que elas são pessoas e merecem o mínimo de cuidado e atenção? Não é possível que aquela ideia de não pagar as detentas pelo seus trabalhos passou como se fosse a coisa mais normal do mundo. As minas estão precisando de segurança, alimentação, higienização, de trabalho – já que houve uma superlotação e, por conta disso, as novatas podem ficar sem trabalho – e mesmo com verba suficiente, o máximo que eles conseguem é tirar o que elas já têm, tirar sua sobrevivência e subsistência. A ideia do “trabalho da detenta de graça” mostra o grau de importância que essas pessoas têm para a sociedade e o governo. Eles analisam o quanto vão lucrar e o quanto vão gastar e independente do serviço, se é ou não de má qualidade, eles implementam e que se dane quem se prejudicar com isso.
Se não bastasse as questões infraestruturais e de logística, a desigualdade decorrente do status e classe social também é passível de críticas não só minhas como das detentas, principalmente quando descobrirem que Judy King está ganhando tratamento especial e se aproveitando disto. A sua posição na sociedade e suas influências vai começar a incomodar e eu não vejo a hora da treta acontecer! E que comece logo, porque ninguém merece ver aquela mulher pousando de bacana enquanto todo mundo tá tendo que sofrer para fazer suas necessidades fisiológicas, né non? Que a notícia que ela tá sendo tratada com regalias corra rápido, Taystee trate de fazer o serviço, por favor.
Como eu disse, treta is coming faster than never, e enquanto algumas detentas se enturmaram com maior facilidade com as latinas, a Cindy está lidando com um assunto que já era para ter sido resolvido desde cedo. Na tentativa de empoderar-se diante da sua colega de quarto, esta se mostrou bastante rígida e disposta a qualquer coisa para não se deixar abater ainda mais sob ameças – que não conseguiram intimidar – da Cindy. O que pode se tornar um problema maior, já que birras constantes tomam proporções maiores a medida que o espaço do outro é tomado e medidas drásticas devem ser tomadas para que todos saibam quem realmente manda naquele lugar e que ninguém ali está só, né não Maria?!
Como eu havia mencionado, não tivemos flashback na premiere, mas aqui o passado ficou por conta da Maria. Acho muito importante entendermos como elas foram parar ali e quais são suas convicções atualmente. Maria foi criada pelo pai, e sua infância não foi a das mais simples. Toda seu envolvimento com o menino da colégio e o sentimento de protegê-lo, demonstra uma fragilidade e um emocional instável que é capaz de qualquer coisa para defender quem ama. “Dar uma lição” nas novatas não é e nunca será a melhor forma de resolver a situação, não vai justificar, tampouco consertar os problemas. Elas têm que se virar, aprendendo a lidar com as situações sem ajuda de ninguém porque o Estado não está ali para elas, os familiares nem sempre. Na verdade, ninguém está ali para elas e o que lhes restam é resolver do jeito que melhor lhes convém.
Count time, ladies
- Será que esse primo, Duardo, é melhor que a Annalise Keating? I don’t think so…
- O que dizer do ronco da Suarez? Coitada da Red!
- Cadê a Sophia?
- Confesso que tô achando bem engraçado a Paipes se sentindo a dona da porra toda. E adorei a colega de quarto dela <3
