It sounded nicer in my head nos leva para um passeio dentro da mente confusa de Lolly. Dentro da série, é a terceira representação de uma personagem com algum tipo de desordem psicológica: a primeira foi Crazy Eyes, a segunda, Jimmy, e agora, a própria Lolly. Três mulheres completamente diferentes e que não se definem pela sua condição.
Primeira coisa: a atriz que faz a versão jovem da Lolly é tão idêntica, na aparência e nos trejeitos, que eu pausei o episódio na metade pra conferir no imdb se eram duas pessoas diferentes ou só caracterização. Segunda coisa: já me identifiquei porque ela é jornalista. No mais, o flashback foi muito bem construído, e mostrou como ela foi perdendo tudo aos poucos por causa da doença. Primeiro a carreira, depois a família, a casa… mas apesar de tudo, ela tinha uma forma de lidar com as vozes da sua cabeça e se virar por aí vendendo café. Pela lista de delitos que ela mencionou na sala do Mr. Healy, a prisão que vimos foi apenas uma de muitas outras, provando que, na verdade, o Estado é que não sabia lidar com ela de forma adequada.
Quando chegou em Litchfield, ela já tinha essas vozes e a paranoia que sempre a acompanharam, mas conseguia conviver normalmente com as outras detentas, tendo, no máximo, aquele atrito com a Alex. Era algo tão pouco perceptível que a própria Vause demorou meia temporada até perceber que ela não era uma espiã do Kubra. Mas o assassinato realmente foi um gatilho muito forte que agravou o quadro a um nível alarmante. Mr. Healy está se empenhando para cuidar dela da forma como gostaria de ter cuidado da própria mãe, mas considerando o histórico do personagem, eu já começo a me perguntar quando ele vai dar uma bola fora e estragar tudo.
Falando em estragar tudo, ninguém nessa série faz isso tão bem quanto Piper. Ela passou de odiada a relativamente querida, de querida a respeitada e fez a besteira de tentar ser temida. Na temporada passada ela já começou a construir essa imagem de badass que a levou ao que vimos aqui. Ela afastou Alex, perdeu a confiança das suas aliadas, arrumou uma treta violenta com as latinas, abandonou a miga havaiana e se tornou a líder de uma gangue nazista. Dá até saudade do tempo em que seu maior erro era reclamar da comida da Red. O que ela sofreu naquela cozinha foi horrível, mas era o único desfecho possível para a situação em que ela se colocou. No mais, é só ela ignorar a nova tatuagem da mesma forma que ignorou o “trust no bitch” quando saiu da sala com a Hapakuka.
Mas acho que o que vai ficar realmente marcado deste episódio é o retorno da Nicky à Litchfield. Ela fez muita falta, com seu humor ácido, sua boca suja e toda a bagunça que ela sempre traz a reboque. Em dois minutos, ela desvendou o mistério do cocô no chuveiro, e quem não se emocionou com a Red tomando uma ocorrência para abraçar um pouco mais a sua “filha”, boa gente não é. Por mais problemática que seja – e ela é – Nicky se dá bem com todos os grupos e diz aquelas verdades inconvenientes sem que isso exploda uma guerra. Não sei se algum dia ela vai conseguir vencer o vício, mas até lá, é bom tê-la de volta.
Algumas observações:
– A Judy King é tipo o Silvio Santos. Diz as maiores barbaridades, não está nem aí para o politicamente correto, mas nunca soa tão agressiva a ponto de perder sua legião de fãs.
– O plot da foto foi bem divertido e funcionou para integrar a Alison definitivamente ao núcleo das negras. Até então, é a novata com mais destaque.
– As definições de “curso profissionalizante” foram atualizadas. Para “trabalho escravo”, né, Caputo?
– E a Yoga se aproveitando da mordomia, heim? Estamos de olho nessa água com gás aí.
Curtiu o episódio? Ficou com dó da Piper, acha que foi um castigo merecido ou as duas coisas? Deixe seu comentário e continue acompanhando a nossa cobertura aqui no blog!