“Turn Table Turn” resolveu um mistério que habitava Orange is The New Black há muito tempo: quem é Blanca Flores? Afinal, é impossível não notar a presença dessa mulher de cabelos bagunçados e monocelhas em Litchfield e não se interessar ou imaginar o que a levou até aquele lugar.
Então, vemos que antes de trabalhar na cozinha de Glória e Red , a detenta cuidava de uma velha que certamente tinha um pacto com o homem lá de baixo. Mas apesar das demandas irritantes e da insistência em chamá-la de “Bianca”, a moça conseguia continuar forte e gentil. No entanto, Blanca decide ter um postura mais firme com a senhora depois que ela demite Dario/Diablo, o jardinheiro que estava interessado em Blanca, por achar que ele era uma “distração”.
Dentro da penitenciária, é a postura de Blanca que também chama atenção. Diante do abuso de autoridade dos guardas, Flores inspira as outras meninas a cheirarem mal para evitar a revista. É claro que Stratman não fica feliz com essa forma de protesto e ordena que a detenta tome banho, mas Flores pontua que: 1) ela já está na cadeia; 2) ele não pode mandar no corpo dela. Com as opções limitadas porque Piscatella disse para não mandar ninguém para solitária, o guarda decide deixar Flores em pé na mesa do refeitório como forma de punição. Mas pelas expressões de Blanca, a jogo (ou a mesa, se preferirem) virou contra o guarda. Agora, quando ver Blanca em Litchfield, a primeira coisa que lembrarei é: resistência.
Além de entregar essa história e flashbacks tão aguardados, Turn Table Turn teve outros três grandes momentos com a irmã Jane, Nicki e Red; e Maritza. Os primeiros com doses de esperança e o último um golpe no estômago.
Como os apelos de Crystal pela consciência de Caputo não funcionaram, Jane decidiu agir sozinha para ajudar Sophia. O plano dela era “simples”: fazer alguma bobagem, ser mandada para a solitária e tirar uma foto de Sophia (com um celular que estava guardado em um lugar bem desconfortável) para provar que ela estava viva. No entanto, os guardas estavam fazendo vista grossa para seus atos de rebeldia e ela só conseguiu ser punida quando deu um tapa na cara de Glória. O olhar de Jane ao chegar no quarto da solitária e ela colocando a mão no seu colar reforça que aquele lugar é desesperador e que Sophia precisa sair de lá urgentemente.
Mas não foi só Sofia que provou neste episódio que OITNB também tem espaço para cuidado e carinho entre as detentas, porque Red desmoronando ao confirmar que Nicki tinha voltado aos seus velhos hábitos é um dos motivos que essa série tão apaixonante. Não foi um discurso que fez Nicki mudar de ideia, mas o amor e opinião de uma amiga que acredita que ela é mais do que uma “mulher sem esperança”.
E por mais que queira terminar essa review sem mencionar o que aconteceu com Maritza, é necessário falar do que ela passou porque certamente entra na lista das 138 coisas mais injustas que aconteceram em Litchfield. O comportamento dos guardas nessa temporada está excessivamente desrespeitoso e a segregação implantada contra as latinas e negras só deu mais chances para eles fazerem coisas absurdas. Mas o que Humphrey impôs a Maritza ultrapassa senso de humanidade.
Algumas observações:
– OITNB caprichou nas referências a cultura pop nesse episódio. Bones, Breaking Bad, Suits, Royal Paints, Star Trek… perdi mais alguma coisa?
– Estou #chocada com os babados sobre Nigella.
– Soso: “É como se elas fossem Beyoncé e Jay Z e a gente fosse só Kim e Kanye.”
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