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Orange is The New Black – 4×12 The Animals

Por: em 19 de junho de 2016

Orange is The New Black – 4×12 The Animals

Por: em

Lolly foi para o hospital psiquiátrico, mas deixou um grande presente para Litchfield: a máquina do tempo. Por mais maluca que aquela caixa de papelão pareça, a vontade de voltar para um momento da nossa vida (ou da história) e mudar uma decisão sempre toma a nossa mente. É por isso, que a viagem do tempo é tema recorrente de grandes obras de ficção científica e é interessante que essa ideia domine este quarto ano de Orange is The New BlackO drama da Netflix sempre permitiu que seus espectadores pudessem viajar no tempo para compreender a vida de seus personagens e não é nada mais justo que eles tivessem um pouco desse gostinho.

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Durante a temporada, vários personagens – brancos, negros, latinos e guardas – se perguntaram para quando viajariam no tempo. Algumas pessoas quiseram destruir Hitler, outras o ajudariam, e outras simplesmente voltariam para consertar uma burrada, não é mesmo Coates? Mas dentro da máquina do tempo, Poussey olhou para o futuro. A viagem para Fiji, os peixes nadando sob seus pés, o apartamento, os empregos reservados para ex-detentas… então, além de imaginar como sua vida seria fora de Litchfield, Poussey foi além e fez planos, pediu um emprego para Judy King, que garantiu que qualquer cozinheiro teria sorte em tê-la na cozinha.

É assim que a vida nos derruba. Podemos olhar para frente, mas é o que está diante dos nossos olhos que define nosso futuro e o que estava diante da vida em Litchfield era um grande problema. As atitudes cruéis dos guardas na última noite evidenciaram o desconforto de todas as presas e as motivaram a deixar as diferenças de lado para se unir contra a liderança do Capitão.

A primeira reunião que uniria todas as “famílias” da prisão não deu muito certo, mas foi só lembrar o nível da opressão que elas estavam lidando que a revolta ganhou força. Piscatella empurra Red, Flores sobe na mesa e é seguida por Piper e todas as outras detentas. É aquela brincadeira com as peças de dominó, você empurra uma e todas outras caem em sequência. O que ninguém imaginava é que a última peça a cair seria Poussey e que quem a derrubaria seria Bayley.

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Bayley era um dos caras legais. Nos flashbacks que vimos em “The Animals” não descobrimos nada de muito terrível. Um menino normal que matou algumas aulas sobre responsabilidade e consequência na escola, mas nada demais. Garotos tem que agir como garotos, não é mesmo? Mas quando Bayley atira ovos em Frieda, ela reage gritando: “Você acha que eu sou engraçada? Eu sou uma fuckin humana.” Ironicamente, o título do episódio diz o contrário.

Os guardas novos trataram todas as detentam como animais sempre que puderam e os absurdos – Suzanne tendo que lutar como uma galinha de briga, Maritza comendo o rato bebê, Flores em pé na mesa durante dias (esqueci de alguma coisa?) –  cometidos contra essas mulheres são inexplicáveis. Eles acreditam que elas são inferiores e que não merecem respeito. Então, OITNB prova que quando ideias desse tipo são tratadas como se fossem verdade, tragédias acontecem. E por mais que eu queira voltar no tempo, ir até a sala de roteiristas da série e tentar convencer Jenji Kohan a deixar Poussey viva, eu entendo que isso teria que acontecer e teria que ser ela. Poussey é uma das personagens mais queridas da série e minha preferida, então perdê-la dessa forma é muito doloroso. Poussey não tem culpa e o ato de Bayley também não, mas as pessoas que insistem em dividir humanos em classe ou em raça, como as detentas fizeram, são culpadas, sim.

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Algumas observações:

– Que imagem poderosa todas as meninas em cima da mesa! <3

– Será que dá para o Emmy fazer igual a Oprah essa ano e premiar todo esse cast?

Agora, me contem como você vai conseguir viver depois desse episódio! Eu vou pegar minha caixa de lenços e assistir o último episódio dessa maratona! Vem comigo!

 


Nathani Mota

Jornalista, nerd e feminista. Melhor amiga da Mindy Kaling, mesmo que ela não saiba disso.

Salto / São Paulo

Série Favorita: Sherlock

Não assiste de jeito nenhum: Two and Half Men

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