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Orphan Black – 2×01 e 2×02

Por: em 5 de maio de 2014

Orphan Black – 2×01 e 2×02

Por: em

Considerada por muitos uma das melhores estreias de 2013, a série Orphan Black, da BBC America voltou este ano com o desafio de manter o alto nível de roteiro, direção e atuação da primeira temporada. O que foi apresentado nestes primeiros episódios não apenas cumpriu a promessa com louvor, como também elevou bastante o nível da série em relação ao que já conhecíamos.

Enquanto na primeira temporada a ação de verdade começou a acontecer apenas a partir da segunda metade, Nature Under Constraint and Vexed já nos deu uma verdadeira descarga de adrenalina, surpresas e muita, muita informação. O sequestro de Kira norteou as ações de praticamente todos os arcos, enquanto Sarah e o público eram manipulados por todos aqueles que diziam ter a menina em mãos.

Sarah-Rachel

DYAD e Proletheanos polarizam os problemas do clube das clones neste segundo ano, além de trazerem uma discussão filosófica sobre ciência e religião para a série. A seita por trás de Helena mostrou a que veio logo na brilhante sequência no restaurante. Já nos primeiros minutos o público foi completamente reambientado ao clima tenso de conspiração e perseguição característicos de Orphan Black, em que um simples pedido de chá pode terminar em um duplo assassinato, um banheiro quebrado com um extintor de incêndio e uma fuga desenfreada pelas ruas da cidade.

Conhecemos um pouco mais sobre Rachel Duncan, a clone mais insípida de todas. Ainda há muitos questionamentos sobre ela: como e por que ela chegou até uma posição tão privilegiada? Seria a loira tão poderosa quanto imagina ou apenas mais uma das peças manipuladas deste jogo? O que vimos, por enquanto, é uma mulher com acesso a um nível de informações e poderes acima do de todas as outras. Uma mulher que blefa muito bem, mas que tremeu quando foi confrontada pela fúria de uma mãe desesperada.

Rever personagens queridos foi um grande alento depois de tantos meses de espera. Como não amar a jornada da dona de casa desesperada em busca de uma arma enquanto assumia o papel principal de um musical? Ou Felix sob o efeito de entorpecentes tentando mais uma vez ajudar sua irmã a resolver seus problemas? Até mesmo a presença de Art ajudando Sarah a montar um pouco daquele quebra-cabeça fez lembrar a parceria entre os dois, que não deixou de ser um ponto muito positivo na primeira temporada.

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A volta de Helena e Sarah fingindo ser Cosima foram os melhores momentos desta season premiére, e provam (se é que alguém ainda duvidava) que a série tem a estrela mais versátil da TV. É impossível não se impressionar com a construção que Tatiana Maslany faz de suas clones, e a forma como nós somos capazes de identifica-las de cara, mesmo com as caracterizações trocadas.

O sequestro de Kira parecia ser o fio condutor de pelo menos metade da temporada, e confesso que fiquei surpresa com a velocidade com que as coisas se resolveram em Governed By Sound Reason And True Religion. A macaquinha estava o tempo todo sob o radar da sra. S, que deixou todas as pistas para que Sarah pudesse encontra-la. Mas como as certezas nesta série são tão frágeis quanto um castelo de areia, a própria Siobhan foi passada para trás por seus velhos amigos, que estavam prestes a entrega-las aos Proletheanos. Tal mãe, tal filha – Sarah obviamente aprendeu a ser durona com a mãe adotiva, que não pensou duas vezes antes de imobilizar Brena usando um inocente par de talheres e livrar o caminho para que a filha pudesse fugir com Kira. Apesar disso, Siobhan está longe de ficar acima de suspeitas, já que foi comprovado o seu envolvimento com o misterioso projeto LEDA. Mas em Orphan Black, existe alguém acima de suspeitas?

Alison “Hepburn” enfim descobriu que o marido é seu monitor. Ela pode não ser tão safa quanto as outras “semelhantes”, mas mostra que é uma mulher muito astuta para resolver qualquer tipo de situação, seja mantendo contato com um traficante chamado Ramon ou usando sua nova companheira de elenco como um chamariz para desmascarar o maior traidor da sua vida. A parceria entre ela e Felix foi uma das sacadas mais improváveis e mais bem sucedidas da série. Eles são de mundos completamente diferentes e conseguem fazer de cada minuto juntos em tela um espetáculo à parte. Impossível não ficar de coração partido ao ver o artista se despedindo no momento em que ela mais precisou de um ombro amigo. Volte logo, por favor!

Alison-Hepburn

E por falar em monitores, Delphine com seu jogo duplo se mantém como uma incógnita. O romance com Cosima movimenta um fandom enorme, mas é muito questionável. A cientista age de forma diferente das outras clones, adotando uma postura mais diplomática, cautelosa, com um estilo que parece querer destruir todo o sistema por dentro e evitar o combate corporal a qualquer custo. Para isso, ela precisa manter-se focada e racional – e Delphine é um elemento muito desestabilizador em sua vida, ainda mais agora que ela precisa correr contra o tempo para enfrentar sua doença.

O ritmo alucinante dos primeiros episódios parece dar o tom de uma temporada mais focada na ação que a anterior. Também fomos apresentados a novos elementos, um novo cenário e personagens cujas motivações apenas começamos a conhecer. Orphan Black vem construindo uma narrativa muito sólida e sem demonstrar o menor sinal de desgaste, basta então acompanhar a jornada do Clone Club e conferir se a série sustenta suas premissas e responde as questões lançadas de forma satisfatória a longo prazo. Curtiu os primeiros episódios? Tem alguma teoria que gostaria de compartilhar conosco? Seus comentários são sempre muito bem vindos!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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