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Orphan Black – 2×05 Ipsa Scientia Potestas Est

Por: em 19 de maio de 2014

Orphan Black – 2×05 Ipsa Scientia Potestas Est

Por: em

Orphan Black tem sido uma série sobre sobrevivência, basicamente. Na trama, não se pode ter certeza de quem são os aliados e quem são os inimigos, o que leva os personagens a viverem em um eterno clima de tensão, desconfiança e fugas desordenadas. Ipsa Scientia Potestas Est quebrou um pouco essa dinâmica e aprofundou-se nas relações. Felix e Sarah, Sarah e Helena, Cal e Kira, Rachel e Paul e até mesmo Cosima e Delphine tiveram seus momentos de intimidade – e todos os sentidos. É claro que essas alianças pode ser desfeitas a qualquer momento, mas elas trouxeram para o episódio um estranho clima de conforto e segurança que não é nada comum à série.

helena-sarah

Começando pela formação do “sestra club”, o braço familiar do clone club, formado por Sarah, Helena e o “brother sestra” Felix. A devoção incondicional de Helena por Sarah é um ponto muito interessante, porque a loira ignora completamente seu instinto de sobrevivência por devoção à gêmea que tentou matá-la. A princípio é difícil dizer se Sarah está apenas usando a irmã ou estabelecendo de fato alguma relação com ela, mas se pudesse apostar, diria que a lealdade de Helena parece estar conquistando sua confiança.

Ainda é difícil decifrar Rachel, mais do que qualquer outro personagem. Ela dá seus sinais de onisciência, mas certamente há muito que ela não sabe. A decisão de Leekie de manter o tratamento de Cosima, apesar de suas ordens, é um exemplo de que ela não domina a situação tanto quanto acredita. Assim como confiar em Paul pode não ser exatamente a jogada mais inteligente de sua parte. O guarda-costas, aliás, parece querer uma coleção de clones em sua cama – ou cadeira, ou bancada de cozinha – maior que a de cabeças de boneca que Helena mantém.

Cosima e Delphine seguem na busca por uma cura para a doença da cientista, e agora contam com a ajuda de Dr. Leekie para isso. É claro que ele não se arriscaria a desobedecer Rachel simplesmente por simpatizar com a moça dos dreads. Aldous está mais acostumado que qualquer um a ver clones morrerem, e se ele acredita que Cosima vale o risco é porque ela tem algo de diferente que pode favorece-lo de alguma forma, só não foi revelado ainda qual é este trunfo.

cosima-delphine

Art até tenta ajudar, mas continua sendo passado para trás por todo mundo, coitado. Quando a lata de sardinha entrou em cena já era de se esperar que Helena daria um jeito de fugir, mas o tempo que passaram juntos e a pequena confiança que parecem ter estabelecido – com a loira revelando sobre o galpão de Maggie Chan e o “homem cisne” – já pode ser de grande valia para o policial e as investigações sobre o projeto Leda. A revelação de que Ethan Duncan está vivo, provavelmente com o genoma original, é promissora, resta saber quem mais possui essa informação além deles.

Kira segue ocupando o posto de personagem mais sagaz da série, apenas dos míseros oito anos. Enquanto os adultos vão com a farinha, ela está sempre voltando com o bolo pronto E confeitado. A dinâmica da pequena com Cal tem se revelado uma boa surpresa, mas o passado e as intenções do papai de ocasião ainda são uma grande incógnita (para nós, é claro. Tenho certeza de que Kira sabe tu-do sobre ele desde a primeira olhada).

Os Proletheans não apareceram muito, mas o pouco tempo em tela já foi mais que suficiente para preencher a cota de bizarrice do episódio. Se Grace já não ia com a cara de Helena apenas por ela ser uma “aberração”, agora que teve a boca costurada por causa da loira e ainda foi ameaçada de ter que gestar seu bebê é que o ódio vai ficar ainda mais sólido. Por enquanto a ruiva não tem nem chances diante da sestra de Sarah, mas eu não subestimaria uma garota criada por uma seita que mata pessoas com armas de ar comprimido.

gracie

O episódio pode não ter sido um dos mais memoráveis da temporada (e como seria, sem Alison?), mas trouxe elementos importantes para a dinâmica da trama e deu início a uma nova busca por Ethan Duncan e o genoma das clones. Além, é claro, de nos dar de presente a esperança de ver Rachel sendo morta em um momento muito feliz – pena que não deu certo, mas se foi para salvar a pele de Felix, o sacrifício valeu a pena.


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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