Quando os produtores anunciaram que a terceira temporada de Orphan Black seria pautada em explicar a origem dos clones masculinos, e consequentemente do projeto Castor, muitos dos fãs da série temeram que isso pudesse representar o começo do fim do drama de ficção científica da BBC e do canal Space, que até então tinha apresentando duas excelentes temporadas. Não por acaso, foi este um dos fatores responsáveis por levar Orphan Black do posto de grandes estreias direto para o de Piores Retornos de 2015, de acordo com a votação da equipe do Apaixonados por Séries. No entanto, o episódio que marca a estreia da quarta temporada da série traz de volta ao centro da trama as ações sob o ponto de vista das clones interpretadas pela excelente Tatiana Maslany. Retomando pontos que permaneciam sem explicação e que desde o início existem na série, como por exemplo, a origem e reais intenções do Neolution.
O retorno da história sob o ponto de vista das clones do projeto Leda traz de volta um dos pontos fortes da série, seus clones femininos. Mais que isso, reapresenta as situações vividas sob o ponto de vista, até então desconhecido, da policial Beth Childs.
The Collapse of Nature mostrou o quanto Beth foi afetada após descobrir que toda sua vida na verdade era parte de projeto científico encabeçado pelo movimento Neolution, assim como a mente por trás da verdadeira responsável pelo começo de todas as investigações, a introspectiva e misteriosa Mika a.k.a. MK – que aparece na trama como o décimo clone feminino apresentado até agora e, se considerarmos o material de divulgação da nova temporada, será um dos destaques da trama ao lado de Sarah Manning. Já que parece ser um dos poucos clones mantidos fora do radar dos Neolutionists.
Seguir os passos de Beth em busca de explicações que se relacionavam à caça aos clones mostrou os caminhos que a policial percorreu até chegar ao seu próprio limite, e que após o assassinato de Maggie Chen, não conseguiu suportar as consequências do que vivera até ali, optando por cometer suicídio. Aqui foi interessante poder enxergar como era a relação entre Childs e Paul, ou melhor, como ela estava na época em que Sarah resolveu assumir a identidade de Beth, assim como a construção do relacionamento entre Childs e Art. Não por acaso, foi preciso retomar personagens apresentados lá nos primórdios da série, tais como Dr. Leekie e Olivier já que tudo está relacionado ao controle e onipresença dos Neolutionists. Assim como para trazer à tona personagens que podem vir a aparecer na nova temporada de Orphan Black, como Evie Cho, por exemplo – já que a série é conhecida por seu forte protagonismo feminino.
A escolha por mostrar o passado de Beth, assim como o de retomar o conflito sob o ponto de vista de Sarah e suas sestras deixa claro que a série tem sim fôlego para apresentar uma ótima temporada e retomar um dia seu lugar dentre os melhores retornos. Tanto que, um dos acertos sem dúvida alguma foi poder ver um pouco da antiga Alison e seus “contatos” para conseguir as pílulas para Beth, ou Félix detido por urinar em local público. Isso de certo modo prepara o espectador para a continuação da corrida de Manning contra os Nolutionists para tentar proteger Kendall Malone, o genoma original dos projetos Castor e Leda, além das respostas envolvendo a morte (ou não) de Delphine e o destino de Rachel, agora sob o controle do Neolution.
Claro que ainda é cedo para prever os rumos que a trama irá seguir além do conflitos sestras VS Neolution. Mas isso não impede que eu, assim como outros fãs da série, passe a aguardar com carinho a chegada das quintas-feiras e dos novos episódios de Orphan Black.
E aí, o que achou da Season Premiere? Gostou de reviver a história sob o ponto de vista da Beth? O que dizer sobre Mika, que pouco apareceu, mas já tem torcida cativa por aqui?
Não deixa de dizer aqui embaixo suas impressões sobre a nova temporada e até a próxima review!