“O carrossel nunca para de girar!”

Além de uma metáfora para vida, a famosa frase de Ellis Grey também pode ser interpretada como uma referência à própria Grey’s Anatomy! Afinal, são mais de dez anos no ar e esse carrossel não para, e parece que não vai parar tão cedo!

A série sabe como produzir fortes emoções e momentos marcantes, mas Shondinha nem sempre acerta e já tivemos algumas temporadas bem sem graça e plots visualmente desgastados. Por isso, Grey’s está mais para uma montanha-russa do que para um carrossel propriamente dito, já que oscilamos entre elogios e críticas à série. Então, aperta o play em How to Save a life/Chasing Cars e vem curtir os Altos e Baixos de Grey’s Anatomy!

Shippers Perfeitos

GA é uma máquina de fazer shipper. Se tem uma coisa que Shonda Rhymes sabe fazer é criar um bom casal para gente sofrer torcer. E tiveram muitos ao longo desses doze anos, mas vou dar destaque a 4 combinações quase perfeitas e que estão entre os preferidos dos fãs.

MerDer – Esse é o casal Dreamy da série. Têm gente que nem gosta muito deles, mas não há como negar que eles superaram muita coisa pra ficarem juntos. Foi ex-mulher, afogamento, indecisão de Meredith, arrogância de Derek, avião caindo, falsificação de pesquisa, convite de presidente. Só não conseguiram enfrentar mesmo a morte né? Snif Snif.

Calzona é outro casal que já brilhou por muito tempo, seja por serem as representantes da comunidade gay na série. Ou apenas porque juntas, Arizona e Callie, exalavam química e simpatia por aquele hospital.  Mas a questão é que optaram por desgastar o casal e se muita gente ainda tinha esperança de uma reconciliação, agora, com a saída da Sara fica beeem difícil…

Slexie – Relembrar esse casal hoje é um soco no estômago. Eles tinham química, ficavam bem juntos, eram engraçados – quem não lembra do episódio da quebra do osso? – Mas Shonda tinha que colocar um avião no meio.

Japril – Esse particularmente não é meu casal preferido, mas eu senti que foi uma ótima sacada juntar os únicos remanescentes do Mercy West. E também dessa lista é o único casal que ainda tem chance de dar certo nas próximas temporadas.
* Menção honrosa para: Alex e Izzie, Owen e Cristina, Teddy e Henry

Casais Nada a Ver

Ter tanto tempo assim no ar, nem sempre é uma vantagem. Como são muitos episódios, não se pode entregar o casal perfeito assim de mão beijada, por isso tivemos que nos contentar com uma chuva de casais improváveis e nada carismáticos. Como por exemplo, aqueles que serviram apenas para criar plot para temporada, mas todos sabiam que não iria durar – Derek e Rose, a enfermeira avulsa (4ª temporada), April e o Matthew (9ª/10ªtemporada), Arizona e Lauren (9×24) – Também aqueles casais sem química nenhuma, o que nos fazia pensar: por que raios alguém achou que eles funcionariam juntos? Como a Stephanie o Avery (9ª/10ª temporada), o George e a Izzie (3ª/4 temporada), o Burke e a Cristina (1ª-3ªtemporada). E por fim, os casais que a gente não gosta por pura implicância com um dos personagens: Arizona e Murphy, really?!? (10ªtemporada), Alex e Jozzzz (9ª-atualmente), Callie e Penny (12ªtemporada)…

Evolução dos Personagens

Todos amadureceram, mas em alguns o crescimento foi ainda maior porque eles se tornaram pessoas melhores ao longo dos anos. E acho que um dos personagens que mais evoluiu na história de GA foi o Alex Karev. Ou alguém aí se esqueceu como ele era um completo idiota? Infernizando a vida de todos, zoando o George, naquele chove mas não molha com a Izzie. O importante é que ele cresceu tanto que se tornou além de um brilhante cirurgião pediátrico –  capaz de mostrar sensibilidade a seus pacientes – a nova pessoa da Meredith. E por mais que exista quem shippe ele e a Mer juntos, o amor aqui é fraternal. Vale lembrar também da evolução da April que de uma menina chata e ingênua do interior ressurge como uma mulher forte, segura e até um pouco bad-ass.

Descaracterização dos personagens

Shonda é uma pessoinha de personalidade forte. Rumores de brigas entre ela e os atores são bem recorrentes, como também que ela gosta de matar ou sumir com os personagens desses desafetos. Mas é claro, são só suposições, já que tecnicamente nada externo deveria prejudicar a qualidade do show. Só é mesmo difícil entender por que George, sempre tão presente, passou a quinta temporada inteira fazendo figuração de luxo no hospital, para no fim morrer atropelado por um ônibus. Ou aceitar que a Izzie deixaria Alex e suas amigas que estiveram com ela nos momentos mais difíceis, porque ali era apenas um local de trabalho. E no caso mais recente, que Callie concordasse com todas as atrocidades que foram ditas à Arizona no julgamento, só pra poder ficar com Sofia e perfect Penny em Ny. Largando tudo por uma namorada, sendo que nem pela Arizona lá na sexta temporada ela fez isso. Foram personagens tão bem trabalhados, mas que saíram descaracterizados.

Season Finale mais emocionante

Se é outra coisa que a série também sabe entregar são bons season finales. Sendo, em minha opinião, Sanctuary/Death and All His Friends o melhor deles. Foram momentos de tortura e de pura tensão. Repleto de cenas memoráveis como a cirurgia de Cristina, o aborto de Meredith, a conciliação de Calzona, dentre outros. A season finale foi tão boa que até as mortes do episódio foram bem-vindas porque claramente ninguém se importava com Reed e Charles, os Mercy West avulsos da sexta temporada. No entanto, eu já não posso dizer o mesmo das mortes desse outro season finale…

Season finale mais revoltante

Considero Flight, o season finale mais problemático de GA.  A morte de Lexie ocorreu em 15 minutos de episódio. Mer e Mark choram, de repente, passa-se para outra cena, e eles já estavam andando procurando por Derek. A sensação foi que tudo passou muito rápido, sem o tom certo de despedida que a Lexie merecia, sendo uma das personagens mais queridas da série. Outro problema do episódio foi ter se dividido em dois núcleos: o do pessoal que caiu do avião e daqueles que estavam no hospital. Só que o segundo não sabia do acidente do primeiro e isso cortou a narrativa. Ficava difícil sentir a dor de Mark se segundos depois víamos April resmungando sobre um jantar. Além disso as consequências da queda do avião nas próximas temporadas não fizeram bem a série: a perda de Slexie, o começo da crise de Calzona… E toda a história com a venda do hospital que durou mais da metade da nona temporada.

Saída dos Personagens

Independente do personagem ser descaracterizado ou não, ele faz falta a narrativa quando sai. É fácil entender os motivos no mundo real: muitos anos fazendo o mesmo personagem, ter que dedicar mais tempo a família, a carreira nos cinemas – Katherine Heighl que o diga -, mas quando você acompanha na ficção, desapegar daquele personagem querido é outra história. Addison, George, Izzie, Henry, Lexie, Mark, Teddy, Cristina, Derek, Callie. Personagens que acompanhamos por anos, aprendemos a amar, nos identificamos e torcemos por sua felicidade, quando, de repente, somos obrigados a ver eles partirem. Dá uma nostalgia lembrar daqueles tempos das primeiras temporadas com os cinco internos, Bailey “Nazi” e quando a grande preocupação de Meredith era a Addison…

 Trajetória da Meredith

O centro, a protagonista, a dona de tudo, a com sobrenome famoso, a Maria sofredora, o Sol. Ela pode não ser a favorita da maioria ou a mais engraçada, mas em minha opinião, é a personagem mais humana e a mais bem trabalhada da série. Ela sofreu por amor, lutou pelo namorado, ficou indecisa se devia ou não ficar com o boy – quem nunca? – enfrentou o dia a dia da vida com seus dramas familiares, pressão – muita pressão – do trabalho, problemas no casamento, filhos. Tudo com ajuda de muita tequila e da sua pessoa. Teve que lidar com a dor da perda. De amigos que eventualmente vão embora, da família que não é eterna, e do grande amor que ela prometeu amar para sempre. Enfim, se adaptou ao luto e a solidão e aprendeu a viver com essas cicatrizes. A Meredith de hoje é um reflexo de tudo o que ela já viveu. Amarga. Grossa. Indiferente. Mas também: Forte. Leal. Autêntica.  Ela é o Sol de Grey’s Anatomy. E mesmo sendo apenas uma personagem de TV,  serve de inspiração para as mulheres reais, que como a Mer, sobrevivem a todo tipo de sofrimento e continuam a encontrar força para girar nesse carrossel que é a vida.

Obs: Achei esse vídeo que resume basicamente o que eu quis dizer sobre a Mer.

Agradeço ao Marcel – que fez as lindas reviews de Grey’s na 12ªtemporada – pela ajuda com a edição. Thanks boy!

E aí? Gostaram do especial? Discordam de alguma coisa? Faltou comentar sobre a belíssima trilha sonora ou o fato de quase não existirem mais shippers… Mas isso fica pra quem sabe uma parte 2 desse especial.  Comente também qual a sua opinião sobre os altos e baixos de Grey’s Anatomy: