O Emmy Awards 2015 já está aí, batendo na porta. Foram muitas as indicações interessantes, outras nem tanto. E é claro que jamais existirá consenso sobre quem acreditamos que deveria ser nomeado e, afinal, não dá para indicar todo mundo, não é? Mas bem que gostaríamos! Por isso, nós montamos uma lista com aqueles nomes que não receberam indicação, mas que acreditamos que não deveriam ficar de fora da premiação!

Melhor Série Dramática:

Hannibal (colaboração da Fernanda Faria)

Desta vez a série não poderia ser indicada, pois a estreia da terceira temporada ocorreu após o período de elegibilidade. Então por que ela entrou na nossa lista? Por dois motivos, caro leitor: a menos que seja produzida pela santa salvadora das séries boas (Netflix <3), esta é a última temporada; e, o principal motivo, Hannibal nunca foi indicado ao Emmy! Uma série bem escrita e dirigida, com atuações impecáveis e efeitos visuais maravilhosos nunca ter recebido uma indicaçãozinha sequer é de partir o coração. Hannibal é um sucesso de críticas e conta com fãs entusiasmados que partem em sua defesa, mas a audiência não é lá das melhores. Não é qualquer um que tem estômago (sacou? hehehe) para cenas de assassinatos tão gráficas. Uma pena, pois trata-se de uma obra prima do mundo das séries.

The Americans (colaboração da Janaina Helena)

Ainda não foi desta vez que The Americans foi lembrada pela Academia e falo isso com grande pesar. A série aborda uma coisa que o público americano gosta de assistir: um roteiro que envolve espionagem e um FBI lutando contra a ameaça do comunismo soviético. Então qual o motivo dela não ser sucesso de público (apesar de ser de crítica) e não figurar na lista das séries indicadas ao Emmy? Eu confesso que não sei falar com exatidão, mas suspeito que o canal não a promove da forma como deveria. A série tem um roteiro excelente, uma direção de arte bem marcante e excelentes atuações. Tem também nos papéis principais dois atores que não são novatos, Keri Russell (de Felicity) e Matthew Rhys (de Brothers and Sisters) e do elenco de coadjuvantes também brotam excelentes atuações. Enfim, The Americans é uma ausência muito sentida na lista de indicações ao Emmy!

Melhor Ator em série Dramática:

Matthew Rhys, de The Americans (colaboração da Janaina Helena)
The Americans poderia muito bem figurar na lista de concorrentes ao Emmy de melhor série dramática, mas além dela, também foi visivelmente esnobado o excelente Matthew Rhys. Sim, o intérprete de um dos irmãos em Brothers and Sisters agora brilha no papel do espião Soviético Philip Jennngs. Desde o início da série ele vem se mostrando muito bem no papel, mas especificamente na última temporada demonstrou que merecia figurar na lista ao prêmio. Sua interpretação é muito bem dosada e ele sabe misturar a carga dramática que o papel exige com expressões de pai, marido e amigo! E saiba que se você não assiste a The Americans está perdendo um excelente drama de espionagem na guerra fria.

Melhor Atriz em série Dramática:

Eva Green, de Penny Dreadful (colaboração da Gizelli Sousa)

Agora que Tatiana Maslany (de Orphan Black) já foi indicada, está na hora de alguém começar a gritar pela Eva Green. O trabalho da Eva Green em Penny Dreadful é irretocável. A sua personagem, Vanessa Ives, é uma médium atormentada pelos espíritos que por vezes entram em seu corpo e pelo demônio que, frequentemente, tenta roubar sua alma. Além disso, a personagem em si é complexa e cheia de contradições. Eva Green passeia por todas as emoções. É um verdadeiro fenômeno. Sua atuação é intensa, exige um comprometimento físico e uma dose de excentricidade que nem toda atriz consegue realizar. Se a Tatiana Maslany interpreta várias personagens, o mesmo pode ser dito aqui, já que Vanessa Ives é uma personagem cheia de camadas e realizar a transição entre elas de forma natural, como Eva Green faz, é algo digno de receber muitas premiações. Eva Green transita entre a Vanessa Ives que é doce e gentil para a Vanessa que é assustadora, sensual, perturbadora. Ela certamente merecia estar entre as indicadas do Emmy 2015.

Melhor Ator coadjuvante em série Dramática:

Vicent D’Onofrio, de Demolidor (colaboração da Gizelli Sousa)

Demolidor, de forma geral, foi esnobado nas principais categorias do Emmy. Não é muito comum ver séries de super heróis premiadas pelo Emmy, mas Demolidor foge da característica juvenil típica do gênero. Existe uma carga dramática muito presente, sem mencionar alguns episódios com direção maravilhosa que poderiam criar as bases para a indicação de Vincent D’Onofrio, que dá vida ao empresário/mafioso sociopata Wilson Fisk, um criminoso idealista, com aspirações políticas que quer destruir e reconstruir Hell’s Kitchen. D’Onofrio entrou realmente na pele do Rei do Crime. O resto do elenco esteve muito bem em seus papéis. Ainda sim, D’Onofrio se destacou. Com a sua voz calma e jeito tranquilo que imediatamente se revertem em uma violência explosiva, ele roubou para si todas as cenas em que esteve presente.

Melhor Série de Comédia:

Grace and Frankie (colaboração da Gizelli Sousa)

Grace and Frankie é uma lufada de vento fresco nas séries de comédia. Talvez porque seja daquelas séries que estão no meio do caminho entre o drama e a comédia. Grace e Frankie (Jane Fonda e Lily Tomlin) são duas senhoras idosas que recebem a notícia que seus maridos, Robert e Sol (Martin Sheen e Sam Waterson), querem divórcio. E que eles mantém um caso há anos e agora querem assumir publicamente seu amor. A partir daí, elas precisam lidar com as incertezas do abandono de seus parceiros nesta fase da vida. Mas não se enganem, nem tudo é melancolia! há muitas situações engraçadas e constrangedoras. Há também redescobertas e novos rumos na vida. Grace and Frankie é de uma beleza agridoce. Porém, suspeito que o público americano prefira as comédias de humor mais escrachado e uma série que explora temas tão inovadores não será mesmo tão laureada quanto outras cujo teor já conhecemos muito bem.

Melhor Ator em Série de Comédia:

Sam Waterson, de Grace and Frankie (colaboração da Bianca Hayashi)

A gente pode discordar quanto a Sam Waterson e Martin Sheen estarem na categoria de “Melhor Ator” e não em “Melhor Ator Coadjuvante”, mas como o que vale é o oficial, então porque não destacar a performance sutil de Waterson como Sol, o ex-marido de Frankie (Lily Tomlin). Ao contrário de Robert (ou para balancear o casal), Sol é delicado, empático, sensível e as cenas com Frankie são as que tocam mais fundo no nosso coração e que nos fazem pensar sobre relacionamentos e suas complexidades. É relativamente fácil viver em pé de guerra com o ex, mas e quando o amor e o carinho ainda existem? Waterson e Tomlin conseguem transmitir toda a dor de seus personagens, mostrando um relacionamento profundo, companheiro e, por quê não, real.

Melhor Atriz em Série de Comédia:

Gina Rodriguez, de Jane the Virgin (colaboração da Bianca Hayashi)

Jane the Virgin tinha tudo para ser indicada a Melhor Série de Comédia (seria um grande feito da CW, sejamos sinceros) e não foi, assim como a sua protagonista, Gina Rodriguez. Logo em sua primeira temporada como Jane Villanueva, a atriz ganhou um respeitado Globo de Ouro, indicando que poderia levar também o Emmy. Sua Jane é a típica mocinha das novelas mexicanas (sofredora, doce, ingênua), porém sua intérprete tem talento acima da média, envolvendo os espectadores e nos fazendo acompanhar suas aventuras mesmo quando não concordamos com as atitudes da personagem – e em mãos menos habilidosas nos faria abandonar a série ou xingar muito a Jane por ser tão sonsa. Mas respiraremos tranquilos; Jane the Virgin já foi renovada e Gina poderá ter sua chance de brilhar ainda mais no ano que vem.

Melhor Ator Coadjuvante em Série de Comédia:

Nick Offerman, de Parks & Recreation (colaboração da Gizelli Sousa)

Não dá para entender porque Parks & Recreation, uma série engraçadíssima nunca tenha recebido um emmy de melhor série de comédia e nem tenha premiado seus comediantes incríveis, dentre os quais estão Aziz Ansari, Reta, Aubrey Plaza e Chris Pratt. Este ano, entretanto, o destaque foi do personagem Ron Swanson de Nick Offerman, que é um ícone. Ron é uma leitura crítica e muito engraçada do liberalismo americano e por isso mesmo estampa camisetas mundo afora. Esta última temporada de Parks & Recreation focou bastante na dualidade entre Ron Swanson e Leslie Knope (Amy Poehler), suas ideologias conflitantes finalmente se tornaram um obstáculo nessa amizade. Este seria o momento ideal para corrigir a injustiça cometida tantas vezes pelo Emmy Awards.

Notas:

– Jim Parsons também foi ignorado pelo Emmy, mas isso é uma coisa boa, pois ele já ganhou tanto no passado e não tem apresentado nada de original há muito tempo.

– E para você, leitor? Você concorda conosco? Qual injustiçado entraria na sua lista? Compartilhe conosco a sua opinião! 😉