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Painel Women Who Kick Ass na Comic-Con 2014

Por: em 27 de julho de 2014

Painel Women Who Kick Ass na Comic-Con 2014

Por: em

Women-Who-Kick-Ass-Dormer

O painel Women Who Kick Ass (Mulheres que Chutam Bundas, em uma tradução livre) convocou algumas atrizes que interpretam personagens fortes na TV para falar sobre seus ótimos momentos, o que as irrita em Hollywood e qual super-herói elas gostariam de ser.

Foram chamadas Katey Sagal (Sons of Anarchy), Sarah Paulson (American Horror Story), Tatiana Maslany (Orphan Black), Nicole Beharie (Sleepy Hollow), Maisie Williams e Natalie Dormer (ambas de Game of Thrones).

As respostas mais interessantes foram quando as mulheres falaram sobre as recompensas de superarem o que antes era assustador. É algo que Maslany está sempre fazendo quando interpreta o clone transgênero Tony. “É um privilégio. Assim que tenho medo ou dúvidas, é o ponto que você precisa ultrapassar como uma atriz”, diz. “Porque todas as coisas surpreendentes saem dali e você não sabe o que eles são capazes”, completa. Paulson disse que ela ficou com medo de arruinar o que é o papel que ela mais amou em sua carreira, Lana Winters, ao envelhecer com maquiagem ruim e fazendo uma atuação caricata de uma mulher de 80 anos. “Eu olhei para a minha avó da forma mais medonha possível”, explica.

Sagal admite que ela fica com medo em todas as temporadas, em todos os episódios de Sons of Anarchy. “É sensacional se sentir dessa forma e me sinto desafiada”, explica. Ter que interpretar um estupro por supremacistas brancos ou colocar uma arma contra a cabeça de um bebê são alguns exemplos que ela deu, mas o que mais a apavora são os pequenos momentos, atingir as marcas emocionais que parecem vir de lugar algum. “Eu tive que fazer uma cena ontem que literalmente, em uma página e meia, eu fui de A a Z e foi tipo ‘Eu não sei onde essa p***a está’. E no dia, e na televisão, e você precisa chegar nesse momento rapidamente. Não tem aquele ‘volte amanhã e tente de novo’”, lembra.

Ela também disse que sabia que queria interpretar Gemma Teller quando ela leu que teria que “colocar uma seringa na Drea de Matteo e foi a forma mais calma que eu ameacei a vida dela… além disso, pude usar todo aquele couro”. Para Paulson, foi o momento em que a personagem teve de simular masturbação enquanto tentava se convencer de ser heterossexual. “Foi um desafio fazer e também para os meus pais assistirem”, brinca. Para Beharie, foi quando ela leu que pediriam que sua personagem se emancipasse. “Eu pensei ‘acho que deveria fazer isso e mostrar a eles o quão emancipada eu sou’”, explica.

Ela também disse que ser a protagonista feminina de uma série deu a ela uma posição que não conhecia. “Muitos homens diferentes chegam como coadjuvantes ou para participações e eu reconheço que tenho uma certa força hoje que eu não tinha antes… só de ser a dona daquele espaço e não ser o esperado, para uma mulher, que eu me encolha ou seja submissa, qualquer coisa do tipo”, diz.

Dormer fez um discurso passional e eloquente sobre os melhores papeis para mulheres na TV hoje. “Onde a televisão está é fantástico e está muito na frente de filmes e não precisa polarizar tanto as mulheres… roteiristas homens, e eu digo isso com todo amor e respeito, frequentemente tendem a criar mulheres como anjos ou putas – torná-la uma bruxa ou colocá-la em um pedestal. Quando as pessoas me perguntam sobre a Margaery, eu digo que eles não são mutualmente exclusivos. Você não precisa ser prático e politicamente correto e não ser uma boa pessoa. Você pode ser um ser humano e ser astuto. Acho que todas esas mulheres são personagens similares”, explica.

A atriz também deve ser a primeira a explicar Game of Thrones aos novos fãs. “GoT mostra todas as diferentes formas de chegar ao poder: seja psicológico, físico, sexual, dragões”, fala. “Acho que todas escolheríamos os dragões se pudéssemos. Mas este é o segredo da escrita, é isso que é interessante no programa, porque mostra o quão diferente as pessoas são e as diferentes armas, físicas e metafóricas, que usam e como usam”, mostra.

Paulson, em sua primeira Comic-Con, disse que está aproveitando muito a experiência. Ela interpreta uma mulher com duas cabeças na próxima temporada de American Horror Story e diz que gostaria de ver como é o cérebro da Maslany. Ela também está levando em conta o conselho de Sagal que ela desejava ter ouvido quando era mais nova: faça escolhas de carreira a ver com a sua vida; não tenha medo de tirar umas férias e deixar a sua família crescer sem você. “Eu tenho tanto medo que tudo desapareça em qualquer momento que não consigo parar de pensar. Parar para fazer o quê: ter uma vida? Ter um filho? Conhecer alguém? O quê?”, pergunta.

Williams revelou que os coreógrafos de luta de GoT esquecem que ela insistem em interpretar a Arya como canhota, como nos livros, mesmo que ela seja destra na vida real. Ela ainda precisa fazê-los recoreografar as cenas e gostaria de montar mais a cavalo. “Eu sei que Richard Madden pode galopar”, disse, acrescentando que foi um drama quando ela fez um piercing no nariz.

Dormer disse ter feito um desses testes “qual personagem de GoT você é?” e o resultado foi Arya, que a deixou feliz. Williams não fez nenhum, mas espera que seja a Cersei. Dormer acha que Williams seria o Tyrion. O momento mais fofo do painel foi quando Dormer disse que se ela tivesse que escolher outro personagem na série, seria Arya, ao que Williams deu risadinhas de satisfação.

Beharie escolheria ser o personagem de John Noble em Sleepy Hollow e espera que Abbie e Ichabod não se tornem um casal. O fato da Abbie não ser definida por um homem é uma das coisas que ela espera para a personagem. Tem rumores de um potencial interesse amoroso para a Abbie, mas Beharie acredita que ele terá que trabalhar duro para chamar sua atenção.

Dormer fez escola de drama com Tom Mison, de Sleepy Hollow.

Williams disse que as pessoas esquecem que a Arya ainda é uma tween (ou uma pré-adolescente). “Ela é uma menina de 12 anos nesse mundo e, todos gostaríamos de colocar isso de lado, mas ela colocou uma espada pela garganta de uma pessoa. E tipo, hey, foi um momento forte, mas você não pode viver a vida assim e estar de boa. Não é assim que funciona”, relembra.

Sobre quais super-heróis as mulheres gostariam de ser, as respostas foram:

Williams: Homem-Aranha, pela agilidade e sutileza
Maslany: Raphael, das Tartarugas Ninjas, pelo sotaque
Behari: Hulk, para arrebentar as pessoas que fazem coisas que ela não gosta
Sagal: Ceasar, do reboot de Planeta dos Macacos
Paulson: Wolverine, porque ela se parece com ele pela manhã
Dormer: Batman, pela psicologia do personagem.


Bianca

Feminista interseccional, rata de biblioteca, ativista, ama filmes, séries, cultura pop e BTS. Twitter sempre vai ser a melhor rede social.

São Paulo - SP

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: Lost

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