Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Pequenas Grandes Séries

Por: em 9 de julho de 2010

Pequenas Grandes Séries

Por: em

Pra um apaixonado por séries, nada mais frustrante do que ter a sua série favorita cancelada. Pior é quando isso acontece já na primeira temporada, deixando uma sensação de vazio e descaso naqueles que acompanharam aqueles parcos episódios.

Juntamos nesse Top 10 as séries que tiveram essa vida tão injustamente curta  e que jamais poderão demonstrar o seu potencial para novas temporadas. E nossa menção honrosa fica para Firefly, série que sempre ouvimos falar bem, mas infelizmente nenhum dos nossos colaboradores conhece. Mais um motivo para selecionarmos novos colaboradores!

Moonlight (por Bruna)

A série tem como personagem principal Mick St. John, um investigador particular que também é um vampiro. Ele trabalha junto com Beth Turner, repórter de um jornal online. Claro que ao longo da temporada rola um romance entre os dois. A mitologia vampiresca da série difere um pouco da tradicional, como quando diz que vampiros podem sair na luz do dia e tem sangue quente; mas mantém elementos conhecidos, como os sentidos aguçados e a aversão à prata. Estreou em 2007, um pouquinho antes do hype sobre vampiros atingir proporções gigantescas. O elenco contava com Jason Dohring, o Logan de Veronica Mars, na pele de Josef, um vampiro milionário de 400 anos. Ainda não havia tantos vampiros no ar, então a série trazia algo de “novo” para o mundo da ficção; tinha uma trama interessante e os atores não decepcionavam.

Por que merecia ser renovada?
Ao longo dos seus 16 episódios, Moonlight conquistou uma grande base de fãs, que fizeram inúmeras campanhas para ressuscitar a série. Ficamos sem saber o que Talbot fez com a lista de vampiros que ele recebeu, qual era a cura pro vampirismo, o desenrolar do beijo de Mick e Beth e alguns fãs ainda apostavam em um romance entre ela e Josef. Outras emissoras cogitaram comprar Moonlight e hoje a série está sendo reprisada na CW, por causa do sucesso de Vampire Diaries. Talvez se ela tivesse estreado um ano mais tarde, estaria ainda firme e forte.

Final frustrante ou satisfatório?
Frustrante, pois deixou um cliffhanger daqueles para os próximos episódios.

Mercy (por Bruna)

É um drama médico focado na vida de três enfermeiras: Veronica, Chloe e Sonia. A série mostra a vida profissional e pessoal delas, não trazendo nenhum elemento novo para a dramaturgia, mas sabendo lidar muito bem com os clichês e criando uma trama gostosa de acompanhar, com personagens carismáticos e histórias cativantes. É bem interessante acompanhar o relacionamento das enfermeiras com os pacientes; um deles é Kelly Bishop, que interpretou uma doente terminal em um arco de quatro episódios. James Van Der Beek, o eterno Dawson, participou de 10 episódios da série como o Dr. Briggs. Achei que nunca o veria sem lembrar de Dawson, mas ele mandou bem demais como médico. Mercy ganhou uma temporada completa da NBC, com 22 episódios, mas infelizmente foi cancelada.

Por que merecia ser renovada?
Como fã de um bom drama e de personagens densos, Mercy logo me ganhou com sua protagonista Veronica e o drama constante da sua vida. Chloe (Michelle Trachtenberg) e Angel eram um ótimo alívio cômico. Eu tenho um grande problema com finais de série, especialmente as que eu amo: demoro muito pra conseguir assistir, tento prolongar a vida da série ao máximo. Mercy se encaixou nessa categoria e não vi os dois últimos episódios, mas sei que deixou todo mundo p. da vida porque acabou em um cliffhanger daqueles.

Final frustrante ou satisfatório?

Frustrante. Acabou como final de temporada, pra deixar todo mundo ansioso para a próxima que nunca existiu.

Trust Me (por Camila)

Em 2009 a TNT tentou levar adiante uma série que prometia muito. Trust Me tinha como atores principais Eric McCormack e Tom Cavanagh; e se passava dentro de uma agência de publicidade. A série mostrava como os trabalhos eram desenvolvidos dentro da agência e como as pessoas se relacionavam dentro e fora dela. O que um publicitário é capaz de fazer para conseguir uma conta? E como lidam com o seu colega de trabalho? Mason e Conner eram parceiros e amigos, mas quando o primeiro foi promovido, tudo mudou. Trust Me lançou um pouco de drama familiar, um pouco de comédia e até um pouco de romance. É a agencia de publicidade dos anos 2000.

Porque merecia ser renovada?
Além dos personagens principais, Trust Me tinha no seu elenco alguns personagens com grande poder cômico que não foram explorados, a série poderia fazer rir muito ainda. Além da comédia, o interior dentro da agência era muito interessante, como cada episódio tinha um anunciante principal, trazia diversidade para a série. Além de conseguir inserir marketing na série sem ficar nem um pouco chato.

Final frustrante ou satisfatório?
Mediano. Várias tramas foram resolvidas, mas a última cena introduziu uma nova história, que nos deixa querendo saber o que acontecerá depois.

Aliens in America (por Caio)

Não é era a primeira vez que víamos um estudante de intercâmbio em uma série de TV. Mas era novidade vermos um estudante paquistanês em uma família tão singular como os Tolchucks. Aliens in America estreou na CW em 2007 mas nunca diria que a série era do canal dos adolescentes e sim algo da ABC, por exemplo. A família de Justin, que foi muito bem interpretado por Dan Byrd, (hoje em Cougar Town como Travis) era hilária e as situações nas quais se colocavam faziam de cada episódio, especial. Raja, interpretado pelo ator africano Adhir Kalyan, (hoje em Rules of Engagement como Timmy) era o tempero especial e conhecer mais de sua cultura e ideologias era maravilhoso, como uma aula a parte. Todo o elenco era bem entrosado (Scott Patterson de Gilmore Girls e Lindsey Shaw de 10 Thins I Hate About You, também faziam parte) e com Aliens in America eu gargalhava e cada episódio. Porém, os americanos acharam o contrário, já que alguns episódios foram assistidos por menos de 1 milhão de telespectadores, o que até para a CW, é pouco.

Por que merecia ser renovada?
Porque tínhamos todo o período de intercâmbio de Raja para assistir. Inúmeras situações ainda poderiam acontecer, sem contar que fazia um bom tempo que uma série de comédia era boa sem precisar apelar para grosseria ou ironias pesadas. Era uma comédia única e bem produzida, merecia outra chance.

Final frustrante ou satisfatório?
Frustrante é apelido!! Meu trauma de séries sem final foi com Aliens in America que terminou em seu 18º episódio simplesmente sem fechar nenhum arco, como se fosse um episódio de meio de temporada. Nem um simples e básico adeus os personagens conseguiram fazer, mas não é por isso que não vale a pena conferir.

Wonderfalls (por Caio)

Bryan Fuller nunca teve muito sucesso com o público, mas sempre agradou os críticos. Suas outras duas séries, Dead Like Me e Pushing Daisies, tiveram duas temporadas cada e foram canceladas, mas com Wonderfalls, exibida em 2004 pela FOX, teve vida mais curta inda, apenas 13 episódios. Jaye Tyler começa a ouvir objetos de animais, como um leão de cera, uma estátua de flamingo ou até um búfalo bordado em um avental. Todos esses animais dão instruções para ela ajudar a vida de outras pessoas, ou a dela mesma. Wonderfalls tinha o mesmo universo mágico que Fuller gosta de colocar em suas séries, com personagens fortes, donos de si, lugares em comum e situações imprevisíveis. A história era tranquila mas interessante, com cada episódio focando um novo caso que Jaye deveria ajudar. O elenco era ótimo, com Lee Pace (Pushing Daisies), Tracie Thoms (Cold Case) e Tyran Leitso (Being Erica), além da própria protagonista Caroline Dhavernas (estrelará Off the Map). O motivo para o cancelamento é que a mudança de dia de exibição da série não foi bem noticiado pela emissora, o que causou o desinteresse dos fãs, apesar de bem aclamada pela crítica. O apelo dos fãs foi tão forte que lançaram o DVD da série, mas apenas nos EUA.

Por que merecia ser renovada?
Porque não vemos séries com roteiro inteligente e tão bem humorado todos os dias. Além de que Bryan Fuller transforma suas séries em únicas, exemplos claros de uma fantasia bem produzida. Os planos para temporadas futuras eram bons e poderiam ter deixado eles mostrarem.

Final frustrante ou satisfatório?
Satisfatório. Não foi um grande final com todas as pontas amarradas, mas foi ótimo para uma season finale que acabou virando series finale. Finalmente tivemos um fim na história de Eric e Jaye, o que já foi bem reconfortante.

Studio 60 on the Sunset Strip (por Cristal)

Inicialmente conhecida como o primeiro grande projeto de Matthew Perry pós-Friends, bastou um episódio pra que Studio 60 se provasse muito mais do que isso. A série é uma criação de Aaron Sorkin (mais conhecido por The West Wing), e conta a história de dois amigos, Danny Tripp (Bradley Whitford)) e Matt Albie (vivido por Perry), produtor e roteirista, que são convocados para dar uma nova direção a um dos programas mais longevos e de maior audiência da tv americana: o Studio 60 on the Sunset Strip. A graça é que, de certa forma, o programa existe de verdade, só que com o nome de Saturday Night Live,  o mais bem sucedido programa de humor da tv norte-americana, no ar há 25 anos. Studio 60 também era garantia de humor, mas um humor muito acima da média, tantas vezes ácido e que, embora fizesse um bem enorme a série e ao cérebro de quem a acompanhava, com certeza não ajudou a atrair a audiência do norte-americano médio, acostumado com roteiros tão mastigados.

Por que merecia ser renovada?
É infinito o potencial de uma série que trata dos bastidores de um programa de tv. Batalha de egos, improvisos ao vivo, chiliques nos bastidores…  Situações que infelizmente nunca veremos graças a medíocre audiência  obtida pela série.

Final frustrante ou satisfatório?
Embora não dê pra considerar satisfatório um final tão precoce de uma série tão boa, pode-se dizer que o final de Studio 60 pelo menos foi um final na verdadeira acepção da palavra. Quase todos ganchos abertos durante a temporada foram fechados, e os finais dos personagens se mostraram bastante satisfatórios para a maioria dos fãs da série.

My So-Called Life (por Guilherme)

Série teen é um gênero que muitas vezes não tem variação. Os dramas são os mesmos, as preocupações são as mesmas, as escolas apesar de não serem as mesmas, *parecem* as mesmas… My So-Called Life também tem tudo isso em seu (pequeno) currículo, mas o que faz da série de Winnie Holzman (criadora da recente Huge) uma pérola em meio aos milhões de outros dramas teen que a gente vê por aí é a sinceridade que os seus personagens passam. Angela é uma garota real, com atitudes reais, com amigos reais. Ajuda muito o fato de Claire Danes mandar bem DEMAIS no papel, inclusive levando pra casa um Globo de Ouro pela personagem, mas não era só disso que My So-Called Life dependia. A forma como a série retratava os pais de Angela também era sempre verdadeira, e não servia apenas de suporte pras histórias da filha — muitas vezes My So-Called Life era quase uma série-teen pra gente grande.

Por que merecia ser renovada?
Porque 19 episódios foi muito pouco pra desenvolver as histórias de todos aqueles personagens. Os problemas de alcoolismo de Rayanne, o abandono e a homossexualidade de Rickie, a timidez e a paixão platônica de Brian… Até mesmo os clichezões da TV tinham espaço em My So-Called Life, contanto que os roteiros mantivessem o pé no chão — como sempre aconteceu. Ok, talvez não no episódio de Natal… Mas uma vez ou outra dá pra deixar passar.

Final frustrante ou satisfatório?
Frustrante. A última cena, além de triste, é um cliffhanger excelente pra uma temporada que nunca existiu.

Freaks and Geeks (por Guilherme)

Freaks and Geeks conta a história de dois grupos distintos de amigos. Adivinham quais? Pois é: os “freaks” e os “geeks”. Apesar de a série ser ambientada em 1980 — e, claro, nos Estados Unidos — é impossível não reconhecer e ser reconhecido na pele de cada um dos vários personagens que fazem parte do elenco principal da série. Os “freaks” são os “estranhos” do colégio. Os que bebem, fumam, transam, matam aula… Os “geeks” são os “nerds”, que não bebem, não fumam, não transam, não matam aula — são os viciados em quadrinhos, filmes, ficção científica (video-game quase fica de fora porque em 1980 mal existia o Atari)… O que Freaks and Geeks faz com cada um desses grupos é mostrar a vida real de cada um deles, sem deixar que os estereótipos — mesmo que muitas vezes verdadeiros — dominem todas as características dos personagens. Os freaks SÃO tudo isso que eu falei antes, mas eles não são SÓ isso. Com os geeks é a mesma coisa. Com a gente é a mesma coisa.

Por que merecia ser renovada?
Só com 18 episódios, a série conseguiu trabalhar temas diversos, sempre com um ar leve, muito mais voltado pra comédia, mas sem deixar de se levar a sério quando era necessário. Cada episódio basicamente apresentava duas histórias distintas entre os freaks e o geeks — só que num olhar mais atento, era sempre possível enxergar semelhanças que vão muito além do estilo de vida que cada um dos núcleos levava. Com uma eventual renovação, a série conseguiria trabalhar muito mais a fundo esse contraste entre eles e, poderia, inclusive, tentar uma aproximação, como já engatinhava no series finale.

Final frustrante ou satisfatório?
Satisfatório na medida do possível. Nem todas as histórias se fecharam, mas a cena final traz uma conclusão excelente pra série.

Worst Week (por Lucas)

A série foi um remake norte-americano da série inglesa The Worst Week of My Life. Pelo nome da versão inglesa, é quase possível obter um resumo da história da série. Apesar de ter tido dezesseis episódios (contra catorze da versão original), Worst Week tinha um roteiro amarrado, engraçado e, por mais clichê que algumas das situações retratadas fossem – TUDO, absolutamente TUDO o que se poderia pensar que poderia dar errado para o carismático Sam Brigss (Kyle Bornheimer, de Jericho), simplesmente dava! – a série cumpria seu principal papel: entreter.

A série foi usada como uma “substituta” da Universal para tentar segurar a audiência de Two and a Half Men enquanto Charlie, Alan e Jake estavam em seu período de férias. Além de Bornheimer, que também já esteve em diversas séries atuais (como Chuck, How I Met Your Mother, Monkomantically Challenged, dentre várias outras), o seriado conta com a participação de Erinn Hayes (a Racquel, de Parenthood), que vivia Melanie, a namorada-noiva-e-enfim-esposa de Sam; Nancy Lenehan, como Angela Clayton, mãe de Melanie e esposa de Dick (Kurtwood Smith).

Por que merecia ser renovada?
Na verdade, os produtores e criadores da série nunca tiveram a intenção de renovar a série, porque, como já dito, ela serviu ‘apenas’ para segurar a audiência dos fãs de Two and a Half Men. Porém, eu enxergo não só uma, mas várias temporadas para a série. Como o roteiro é leve e engraçado, a série teria liberdade para criar, mostrando, por exemplo, como Sam estaria se saindo como pai de família. Histórias não faltariam.

Final frustrante ou satisfatório?
Satisfatório, apesar da saudade que deixa. A série teve início (a gravidez de Melanie e o “contar” tão temido aos pais dela), meio (o planejamento do casamento) e fim (o nascimento do filho de Sam e Melanie e o casamento deles).

Undeclared (por Guilherme)

Judd Apatow não é um cara de sorte quando o assunto é televisão. E eu não FAÇO IDEIA do porquê. Freaks and Geeks talvez não tenha dado certo porque a maioria dos americanos não gosta muito relembrar dos momentos traumáticos do high-school… Mas Undeclared joga por um lado completamente diferente. É o ínicio de uma nova fase, o começo da faculdade, e apesar de a série provar que você não consegue mudar muito quem você era, a vida nova cheia de liberdades e experiências diferentes retrata um período muito mais otimista e divertido do que o da série anterior. E de quebra o negócio ainda é engraçado DEMAIS. Undeclared leva um tempinho pros personagens ficarem mais à vontade e conquistarem a gente, mas ‘um tempinho’ em uma temporada de 17 episódios de 20 minutos passa voando. O ruim é que você vai se viciando, viciando… E quando menos espera, pronto, a série acabou.

Por que merecia ser renovada?
Porque Undeclared era o tipo de comédia que se podia fazer episódio sobre tudo sem que o assunto ficasse esgotado. Além disso, Judd Apatow é um cara que entende a cabeça do público mais jovem, e as habilidades dele como roteirista tão mais do que provadas em seus filmes. Também seria perfeito se a gente pudesse ver mais de Jason Segel, que teve poucas partipações na curta temporada, mas sempre que aparecia em cena se tornava um dos melhores personagem do elenco (pra mim, O melhor, mas aí seria descaso com o resto da galera, que também manda bem).

Final frustrante ou satisfatório?
Frustrante porque acaba MUITO rápido. E porque depois da série, Judd Apatow nunca mais se aventurou pela televisão.


Cristal Bittencourt

Soteropolitana, blogueira, social media, advogada, apaixonada por séries, cinéfila, geek, nerd e feminista com muito orgulho. Fundadora do Apaixonados por Séries.

Salvador / BA

Série Favorita: Anos Incríveis

Não assiste de jeito nenhum: Procedurais

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