Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

[Personagem/Ator] Dana Scully/Gillian Anderson

Por: em 17 de junho de 2016

[Personagem/Ator] Dana Scully/Gillian Anderson

Por: em

Spoiler Alert!

Este texto contém spoilers pesados,

siga por sua conta e risco.

Não importa se seja descobrindo conspirações do governo, investigando casos de homicídio ou ajudando um psicopata canibal, Gillian Anderson arrasa em todos os papéis que pega. Sua voz sedutora, seu olhar profundo e as escolhas certeiras em séries criminais fizeram com que ela se destacasse e tornasse todos os seus personagens únicos e importantes.

Gillian Anderson

Gillian Leigh Anderson nasceu em 9 de Agosto de 1968, em Chicago, Illinois, onde viveu até completar um ano e alguns meses. Depois, ela e sua família se mudaram para Porto Rico e algum tempo depois para Londres. Seu pai, Edward Anderson, estudava cinema na Escola de Covent Garden.  Nove anos depois, a família voltou para os Estados Unidos, numa cidade chamada Grand Rapids, localizada em Michigan. Lá, Edward começou a trabalhar em pós-produção cinematográfica, enquanto sua mãe Rosemary, como analista de sistemas.

Ainda estudando no ensino médio, na City High School, Gillian começou a encenar em peças de teatro da comunidade local, e apesar de querer estudar algo voltado para a ciência, seu talento como atriz sempre foi notado pelas pessoas, assim seu interesse pela profissão começou a se formar. Ela então, se matriculou na Goodman Theater, na Universidade DePaul, em Chicago. Durante sua fase adolescente, a atriz teve uma fase punk, que enfureceu seus pais.

Gillian Anderson

Quando completou 22 anos, já formada em Artes Dramáticas, ela foi a fundo em sua carreira em Nova Iorque. Seu primeiro papel foi em uma peça da Broadway, de Alan Aychborne chamada Absent Friends (Amigos Ausentes), sendo a substituta de Mary-Louise Parker. Por esse papel, ganhou o prêmio Theatre World Awards em 1991 e obteve grande destaque. Após isso, ela participou de outra peça chamada The Philanthropist, de Christopher Hampton, no teatro Long Wharf e de um filme de baixo orçamento intitulado The Turning, ao lado das atrizes Tess Harper e Karen Allen. Para poder se sustentar na época, Anderson trabalhava em dois empregos como garçonete.

Logo, se mudou para Los Angeles para tentar participar de filmes. A atriz já disse que sua intenção nunca foi morar na cidade dos anjos e muitas vezes, não tinha vontade de sair nas ruas. Depois de um longo tempo sem conseguir trabalho, conseguiu um pequeno papel num episódio da série Class of 96, apesar dela não querer atuar em séries de TV. Porém foi nesse ramo que Anderson ganhou ainda mais destaque.

Gillian Anderson e David Duchovny

Em 1993, com 24 anos, ela foi chamada para fazer testes para uma série meio esquisita. Sua premissa seria a de dois investigadores do FBI que tentam descobrir as respostas de casos paranormais e misteriosos. O nome do show? The X-Files (Arquivo X). A atriz iria interpretar a personagem Dana Scully, uma médica cética que é contratada pelo FBI para ficar de olho no agente maluco Fox Mulder, que seria interpretado por David Duchovny. É nesse papel que Gillian iria revolucionar os papéis femininos conhecidos naquele tempo, que ficou conhecido como Efeito Scully.

Os roteiristas de Arquivo X queriam contratar uma atriz sexy (o antigo esteriótipo: loira e peituda) e conhecida, pois naquela época os programas de TV queriam apenas atrizes bonitas para atuarem, meio que no estilo Pamela Anderson, de Baywatch, para chamar a atenção da audiência. Entretanto, Chris Carter, criador da série, era totalmente contrário a essa ideia. Ele queria uma atriz menos conhecida e que, além de ser bela, também seria misteriosa e séria.

Gillian Anderson

Quando Gillian apareceu para fazer o teste, ela falou que tinha 27 anos afim de parecer mais madura. Ela também, era o oposto do que os roteiristas queriam: era baixinha, tinha um cabelo “sem vida” e sua roupa, um terninho desajustado e sapatos baratos, estavam fora do padrão sexualizado pela sociedade. A coisa só foi mudar quando Gillian começou a contracenar com David, assim todos perceberam que não haveria escolha melhor para interpretar Dana Scully.

Ela se mudou para Vancouver para começar a gravar e durante as gravações, conheceu Clyde Klotz, um assistente de produção, com quem se casou em uma cerimônia realizada em 1994. Durante as gravações da segunda temporada, a atriz descobriu que estava grávida e pensando ser um problema em seu trabalho, ela contou para Carter e depois para Duchovny. Sua gravidez ocasionou um dos melhores plots da história da série, envolvendo conspirações e abdução. Piper Anderson, sua filha, acabou nascendo em 25 de Setembro de 1994 e dez dias depois, ela já estava apta para trabalhar novamente.

Ganhou duas vezes seguidas o prêmio SAG (Screen Actors Guild) em 1996/97. Em 1997 ganhou também o Globo de Ouro e o Emmy de melhor atriz em série dramática, tudo pela sua personagem na série, que fez tanto sucesso, rendendo dois filmes – um em 1998 e o outro em 2008.

Gillian Anderson

Em 1997 dublou uma personagem no filme japonês A Princesa Mononoke e atuou no filme Playning by Heart (Corações Apaixonados). Já em 2000, se tornou a primeira mulher a escrever e dirigir um episódio de Arquivo X e protagonizou o filme The House of Mirth (A essência da paixão).

Após o término da mesma em 2004, mudou-se novamente para Londres, onde trabalhou nos palcos e ajudou na Campanha de Tratamento da AIDS na África do Sul. No mesmo ano, já divorciada de Klotz, casou com o jornalista e documentarista Julian Ozanne. A união durou até 2006 e um tempo depois, começou a namorar com o empresário Mark Griffiths, com quem tem dois filhos, Oscar e Fellix Griffiths. No ano de 2005, participou da minissérie da adaptação do romance de Charles Dicken, Bleak House, trabalhando junto com Carey Mulligan. Em 2007 participou do aclamado filme The Last King of Scotland (O Último Rei da Escócia), com Forest Whitaker e James McAvoy.

Gillian Anderson e Oscar

Gillian só voltou a TV novamente em 2013, quando interpretou a fabulosa, linda e rica psicoterapeuta Drª. Bedelia du Maurier, em Hannibal. Os críticos e os prêmios a esnobaram, mas na minha humilde opinião, Gillian ganhou o prêmio de Psicoterapeuta Mais Louca que seu Paciente do ano. Mais tarde ela começa a trabalhar junto com Jamie Dornan (Once Upon a Time) na série The Fall, interpretando a agente britânica Stella Gibson. The Fall foi renovada para a terceira temporada.

Atualmente, a atriz reprisou o papel de tanto sucesso no revival de Arquivo X que foi exibido no começo do ano (não viu as reviews ainda? tá esperando o que?). E já está confirmadíssima na nova série do mesmo criador de Hannibal, American Gods. Agora me digam, ela arrasa ou detona?

Personagem: Dana Scully

Gillian Anderson

Dana Katherine Scully nasceu em 23 de Fevereiro de 1964 na cidade de Annapolis, em Maryland. É filha de William, um Capitão da Marinha e Margarett Scully, uma dona de casa, e irmã de Melissa, William Jr. (Bill) e Charles. Apesar de seus pais não concordarem porque queriam uma carreira mais convencional para a filha, ela deixou a Universidade de Maryland, onde se formou em medicina forense e física, e foi para Quantico, Virgínia, onde deu aula de Técnica Forense no centro de treinamentos do FBI. Desse jeito ela poderia ajudar as pessoas com seus conhecimentos como médica.

Em 1992, Scully foi a escolhida para “ficar de olho” no agente Fox Mulder. Mulder era considerado um maluco pelo FBI por acreditar em seres de outro mundo e ser obcecado pelos arquivos X, que eram os arquivos onde ficavam todos os crimes considerados misteriosos demais para outros departamentos resolverem. A agente deveria então, invalidar todos os seus trabalhos, usando razões científicas para comprovar os casos.

Gillian Anderson

Uma das características mais importantes da personagem mostrada na série é seu ceticismo em relação ao paranormal. Em todos os episódios, Dana sempre tenta achar uma solução para todos os mistérios, acreditando firmemente na razão, indo contra os princípios de seu parceiro. Apesar disso, os dois perceberam que era essa a diferença que complementava o ponto de vista um do outro: as atitudes esperançosas de Mulder e o racionalismo de Scully.

“Mulder, a verdade está lá fora, mas as mentiras também!”

Durante os anos a amizade entre os dois vai crescendo e Scully começa a ajuda-lo a encontrar as respostas para os arquivos X e ao invés de invalidar seu trabalho, ela acaba apoiando-o em cada decisão. É daí que surge uma das maiores amizades do mundo da televisão. No script do primeiro episódio, era para a agente ter um namorado, porém ele foi cortado no final. Ela namorou seu professor Daniel, durante o curso de medicina e teve outros flertes que não tiveram tanta relevância, pois ela era muito focada em seu trabalho. Mas o mais duradouro, sem dúvidas, foi seu relacionamento com Fox.

Gillian Anderson e David Duchovny

Dana sofreu muito nas nove temporadas. Ela perdeu seu pai já na primeira temporada, e também sua irmã que foi vítima de um atentado direcionado à ela, além de ter sido abduzida e sofrer experiências científicas (aparentemente) pelos extraterrestres, sendo encontrada já em coma. Com essas experiências um chip foi implantado em sua nuca, que quando foi removido desenvolveu um câncer agressivo, que só foi curado depois de um período de muita luta. Após a cura, a ruiva descobriu que seus óvulos tinham sido removidos, deixando-a estéril. O que estavam fazendo com os óvulos? Sim, eles eram usados em experiências com material genético alienígena, óbvio. Entretanto, em 1997, foi descoberto que uma criança, chamada Emily (esse episódio é muito triste), tinha sido gerada com seus óvulos. Infelizmente ela acabou falecendo, vítima das experiências a qual era submetida. Na oitava temporada, por um mistério, Scully fica grávida e dá a luz a um menino chamado William. Seu filho e como ele nasceu é cercado de problemas, que resultou na entrega dele à adoção.

Dana Scully até hoje é vista como uma inspiração às protagonistas femininas. Em uma época na qual os investigadores eram retratados como homens inteligentes, que tinham as mulheres apenas como um “passatempo”, a protagonista de Arquivo X trouxe uma novidade para a televisão e nos apresentou uma evolução nas personagens femininas, que tiveram um espaço nas telas para combater o crime e mostrar suas habilidades assim como os homens.


E aí, o que acharam desse post? Acham a Gillian Anderson tão incrível quanto eu acho? Quero fazer um outro post sobre a Bedelia du Maurier, acham uma boa a ideia? Contem aí!


Karine Medeiros

Futura jornalista. Mora em uma cidade desconhecida. Apaixonada por séries. Cinéfila e bookaholic. Sonha em um dia morar em Nova Iorque. O que ama mais do que tudo isso? Comer e dormir.

Votorantim / SP

Série Favorita: Friends

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

×